«Estreia a titular na Luz é um dia que nunca vou esquecer»
Dani Borges, do Santa Clara, estreou-se a titular na Luz para a Taça da Liga (Santa Clara)

ENTREVISTA A BOLA «Estreia a titular na Luz é um dia que nunca vou esquecer»

Dani Borges viveu um momento especial na última quarta-feira, apesar da eliminação frente ao Benfica na Taça da Liga. Médio brasileiro já se começa a sentir um açoriano.

Dia 30 de outubro de 2024 será certamente um dia inesquecível para Dani Borges, do Santa Clara. É certo que os açorianos foram eliminados da Taça da Liga depois de perderem por 3-0 em casa do Benfica, mas o jovem médio brasileiro de 21 anos jamais vai esquecer o dia em que se estreou a titular… logo no Estádio da Luz.

- Como é que foi estreares-te a titular no Estádio da Luz e logo num jogo desta importância?  

- ⁠Foi uma experiência incrível. Desfrutei de cada segundo porque na verdade foi um sonho tornado realidade. Apesar do resultado, fiquei muito feliz pela minha estreia como titular sobretudo por ter sido num jogo tão importante. É um dia que nunca vou esquecer.

- ⁠Houve alguma mensagem especial do treinador Vasco Matos para ti, quando anunciou que ias ser titular?

- A mensagem que ele me passa desde que cheguei é para continuar a trabalhar e manter sempre a humildade. É algo que coloco no futebol e na vida porque o meu pai sempre me disse a mesma coisa. Em tudo na vida, temos de trabalhar muito e manter sempre a humildade. ⁠

- ⁠Qual foi a tua reação e se houve alguma festa de balneário?

- ⁠O mister chamou-me para conversar no jogo com o Gil Vicente e disse-me que ia ser titular no jogo frente ao Benfica. Fiquei muito feliz e disse logo à minha família. Durante a semana tentei não pensar muito no jogo, foquei-me em treinar no limite, algo que faço todos os dias.

- ⁠Na Liga revelação, marcaste em todos os jogos que disputaste, podemos esperar esse registo goleador do Dani na equipa principal?

- ⁠ O ano passado vivi um período incrível nos sub-23, em sete jogos fiz sete golos e uma assistência. Sou um jogador com chegada à área e sinto-me bem a finalizar, é algo que sempre trabalhei no meu jogo. Quero continuar a trabalhar para evoluir e sentir-me cada vez mais à vontade nesse momento do jogo. Os números são interessantes para um jogador na minha posição, mas a minha função não é propriamente marcar golos.

- ⁠Chegaste do Atlético Mineiro, que diferenças notas para Portugal?

- ⁠Estive quatro anos nos Atlético Mineiro e foi um período muito difícil para mim, sobretudo a nível mental. Mas foram esses momentos difíceis que me ajudaram amadurecer e permitiram que estivesse onde estou agora. Quando surgiu a oportunidade de vir para o Santa Clara, fiquei muito feliz e coloquei na cabeça que tinha de trabalhar no limite para agarrar as oportunidades.

- ⁠Já tinhas feito a pré-época com a equipa principal, ainda tiveste aquela lesão na mão que atrasou um pouco o processo, foi um momento difícil de gerir?

- ⁠Na época passada, nos sub-23, também tive uma lesão grave no joelho, que me deixou fora dos relvados durante dois meses. No início desta temporada, parti um dedo no treino e voltei a ficar de fora. São momentos sempre difíceis porque quero ajudar a minha equipa dentro do campo. Mas com o tempo vou percebendo que estes momentos requerem paciência e fazem parte da vida de um jogador.

- ⁠Como é que o Santa Clara surgiu na tua vida e se já te sentes um açoriano?

- Apresentaram-me o projeto do Santa Clara e mostraram-me que seria uma excelente oportunidade para a minha carreira. Estou muito agradecido ao Bruno Vicintin [acionista maioritário], que teve um papel fundamental na minha mudança para o clube. Sempre tive o sonho de jogar na Europa, e nada seria possível sem a confiança da administração e o apoio da minha família. Quanto aos Açores, estou cá há pouco tempo, mas já me começo a sentir açoriano. É um lugar maravilhoso com pessoas muito acolhedoras e educadas. ⁠Estou muito feliz nos Açores e no Santa Clara.

- ⁠Expectativas em termos individuais para o que resta da temporada? E no coletivo?

- ⁠ Quero continuar a trabalhar sempre com a mesma dedicação e humildade para fazer por merecer mais minutos. Tenho muitos sonhos, mas tenho de dar um passo de cada vez. Tenho aprendido muito com a nossa equipa técnica e com os meus colegas, dão-me muita confiança e receberam-me muito bem. Estamos a fazer uma excelente temporada, mas temos de continuar a trabalhar jogo a jogo, treino a treino, e eu serei sempre mais um para ajudar.

Os açorianos, recorde-se, jogam esta segunda-feira em casa do Nacional, no grande duelo das ilhas, com o objetivo de dar continuidade ao excelente arranque de temporada.

0