Benfica Benfica-Al Nassr: A crónica e o positivo e negativo
NA AULA DO MISTER SCHMIDT TODOS PASSAM (E SEM TESTE...)
Benfica com ritmo elevado, confiante e de rotação tremenda; Mantém o que tem de melhor e faz 'upgrade' de qualidade individual; Domínio avassalador em vitória que foi... muito curta
Quem já não invejou aquele aluno que não precisa de estudar muito para ter grandes notas? Que assimila a matéria de forma natural, sem marrar para este ou aquele exame? Nas aulas do mister Roger Schmidt todos os estudantes parecem ter este perfil. Sejam aqueles que já têm o mestrado com o técnico alemão, os caloiros que recentemente foram admitidos, terminando nos que se transferiram nos últimos dias, leia-se os reforços, que ali entraram com ‘estudos’ diferentes.
E se este primeiro exame em terras algarvias serviria, sobretudo, para avaliar o momento… restam poucas dúvidas: não há reprovações. Todos estão preparados para os exames a doer. Porque há uma equipa mais do que identificada com as ideias do treinador e do seu consistente 4x2x3x1, porque há talento (e que ajuda a melhor entendimento e brilhantismo no dinâmico futebol de Schmidt), mas, não menos importante, porque quem chegou (ou aqueles que estavam na sombra...), prometem acrescentar qualidade. Aliado a enorme fulgor físico, ritmo elevadissímo e uma confiança clara de todos no que o técnico pretende.
Nota: o Benfica mantém o que tinha de melhor. A excelente reação à perda da bola, a boa coordenação nas zonas de pressão (impressionante como cada jogador sabe onde e em quem cair em cima…), as transições ofensivas - alimentadas pela dinâmica e criatividade dos quatro temíveis homens de ataque (Di Maria, Rafa, Neres e Gonçalo Ramos) - mas há sinais de um upgrade deste Benfica versão 2023/2024 numa melhor mecanização (e de soluções) em todos os setores. Porque para os que entram nada parece novo. A mudança de todos os jogadores ao intervalo é prova de que não existem inseguranças.
E se na primeira parte foi um Benfica avassalador (3-0 aos 34’ e mais 8 (!) ocasiões claras de golo), notas elevadas para o entendimento entre Jurásek/Neres no corredor direito, a visão de Kokcu, a dinâmica de João Neves, a profundidade de Bah, a magia de Di Maria (que golo!), o faro de Gonçalo Ramos (estivesse mais inspirado e em vez de dois teria feito quatro...) ou a generosidade de Rafa a assistir os colegas de equipa. Na segunda, com uma equipa nova, apenas se alteraram as características dos jogadores. De maior gestão e controlo (João Mário e Aursnes não são Di Maria e Neres), menos vertiginoso, mas com idêntico domínio e critério em ferir o adversário. Menos entusiasmante, é certo, mas até aí (até porque por vezes é isso que o jogo pede) Roger Schmidt ganhou: novas soluções e um plano diferente para o futuro.
Do outro lado... o oposto. Há Ronaldo, Talisca, Brozovic, mas falta tudo o resto. Luís Castro tem muito que fazer. E que estudar...
O POSITIVO
Os bons sinais dados pelos reforços Jurásek, Kokcu e Di Maria dentro da dinâmica da equipa; o fulgor físico que é apresentado nesta fase de preparação também são indicadores muito positivos
O NEGATIVO
A equipa produz muito jogo ofensivo, sim, mas não pode desperdiçar tanto como aquilo (que não fez...) na etapa inicial. Falta de eficácia que perante outros adversários poderá ser fatal