Arbitragem, jogo grande, avançados que têm de merecer: tudo o que disse Roger Schmidt
Roger Schmidt, treinador do Benfica. Foto: Miguel Nunes/ASF

Arbitragem, jogo grande, avançados que têm de merecer: tudo o que disse Roger Schmidt

NACIONAL02.03.202414:08

Treinador fez a antevisão ao jogo grande da 24.ª jornada da Liga

O Benfica visita o recinto do FC Porto este domingo para a 24.ª jornada da Liga. Roger Schmidt abordou, em conferência de imprensa, vários assuntos quentes do dia: a arbitragem do jogo contra o Sporting, as escolhas para o ataque, a dificuldade de jogar contra o FC Porto, uma «equipa de alto nível», e o descanso entre jogos. Leia tudo o que disse o treinador alemão.

— Depois de um jogo tão intenso para a Taça, como foi recuperar o grupo e qual é a sua expectativa para amanhã?

— Vai ser um jogo de alto nível. Dois jogos seguidos fora, contra Sporting e FC Porto, os dois jogos mais difíceis que podemos ter. No entanto, tentamos o nosso melhor para recuperar e estarmos prontos para amanhã. Sabemos que é difícil jogar no dragão, é um jogo importante para as duas equipas. FC Porto tem mostrado muita qualidade nas últimas semanas, especialmente na Liga dos Campeões. Estamos prontos para o jogo, e vamos tentar ganhar amanhã.

— O Roger já conhece bem este FC Porto, já o defrontou duas vezes esta época. O que ainda há de surpresas?

— Sim, jogámos duas vezes contra eles esta época, conhecemo-los bem, mas sabemos que é sempre difícil jogar contra eles. É sempre um grande desafio, mudaram um pouco a formação, e acho que taticamente é uma equipa muito compacta, boa a defender, boa nas transições, ganham segundas bolas, e tentam atacar a profundidade com os seus jogadores ofensivos, é sempre difícil jogar contra eles. São organizados e tentam explorar os espaços, e é sempre diferente jogar contra eles em casa e num estádio neutro como na Supertaça, ou em casa deles. Têm o fator casa, mas estamos prontos, vão ser 90 minutos para alcançarmos o melhor resultado.

— Sente que a pressão está no lado do FC Porto, e isso pode influenciar positivamente o Benfica?

— Não vejo a pressão como decisiva nestes 90 minutos. Benfica-FC Porto é sempre um jogo de alto nível, duas grandes equipas que querem ganhar o jogo e vão dar tudo. A tabela classificativa não vai ter influência no jogo.

— O Benfica só vai viajar amanhã para a cidade do Porto. Porquê esta opção? Não teme que uma viagem um pouco longa tenha impacto na equipa?

— Mudámos um bocado a forma como fazemos as coisas para dar o máximo descanso possível aos jogadores, para estarem em casa e a relaxar. São muitos jogos, é importante para os jogadores terem tempo para relaxar e terem tempo livre e a cabeça livre. Os jogadores têm estado bem, e acho que temos vantagem com esta abordagem.

— Tem apostado num ataque mais móvel, tirou Arthur Cabral quando seguia talvez no seu melhor momento. O Arthur não parecia satisfeito no último jogo. Conversou com o jogador? Vai manter esta opção na frente de ataque?

— Temos sempre de cuidar do equilíbrio da equipa e encontrar a melhor abordagem para o onze. Os jogadores têm de mostrar em todos os treinos e todos os minutos que estão a 100%. Todos são importantes. Quem estiver melhor que outros, joga. As oportunidades são iguais para todos os jogadores.

Di María deixou uma mensagem nas redes sociais sobre a arbitragem. Sente que o balneário ficou revoltado com o golo anulado?

— Não li a mensagem, mas consigo entender. Acho que o árbitro merece ser criticado, tomou uma decisão muito má. Marcámos um golo limpo, ninguém pode realmente dizer que é fora de jogo. O objetivo do futebol é marcar golos, e não encontrar razões para anular golos. Foi um golo muito bonito, e foi uma pena ter sido anulado. Foi um momento importante no jogo, mudava o rumo, teria sido interessante se o golo tivesse sido validado, toda a gente sentiu que o jogo estava a mudar com aquele segundo golo. Toda a gente viu o que aconteceu com o penálti. O árbitro quis assinalar um penálti pelo que aconteceu com o Edwards… foi uma falta de respeito o que o jogador fez ao tentar cavar o penálti, mas foi embaraçoso que o árbitro quisesse assinalar o penálti. Acho que o nível e as decisões da arbitragem nestes jogos grandes têm de ser diferentes, melhores. Neste jogo não foram, e por isso consigo perceber a mensagem de Di María.

— Já jogou contra o Sporting e FC Porto, qual dos dois gosta menos de enfrentar? O jogo de amanhã é ainda mais importante por causa da luta pelo título?

— É muito difícil comparar equipas, a situação na Liga portuguesa é muito exigente para ganhar troféus, porque temos de jogar contra estas equipas e também contra o SC Braga. Todas as equipas têm muita qualidade, grandes treinadores, e quando jogamos contra eles temos de encontrar soluções. Nos jogos há sempre muito equilíbrio, os detalhes são decisivos. Na quinta-feira não começámos bem, mas melhorámos muito depois de marcarmos, houve diferentes fases no jogo. Perdemos, mas vi muita qualidade e mentalidade na minha equipa. E termos sido capazes de voltar ao jogo, e marcar um golo do empate, acho que a equipa acredita sempre em si mesma, especialmente nos momentos difíceis. Dá-nos confiança para jogos complicados, como no domingo.

— Arthur Cabral estava numa boa fase, a marcar golos. Marcos Leonardo também começou bem, mas só jogou um minuto nos últimos três jogos. Isto afeta a confiança deles?

— Todos os jogadores querem jogar a titulares e os 90 minutos. A minha tarefa não é dar minutos aos jogadores porque marcaram golos, marcámos seis contra o Vizela, quatro contra o Portimonense, não temos problemas em marcar. O meu trabalho é encontrar equilíbrio na equipa, e tomo as minhas decisões dependendo disso. Todos os avançados podem marcar, sei disso. Cabe-lhes mostrar que conseguem jogar de início, e, para isso, não basta marcar golos. É preciso pressionar, ser compactos na transição ofensiva, defensiva, têm de mostrar tudo, não basta marcar golos, é preciso mais para jogar no Benfica.