Inglaterra Apelo desesperado valeu recuperação de máscara perdida em... duas horas!

INTERNACIONAL22.05.202318:19

Tudo está bem quando acaba bem, mas a festa do apuramento para a final do ‘play-off’ pela última vaga para um clube vindo da League One (terceira divisão inglesa) ao Championship (segunda divisão inglesa), que Sheffield Wednesday e Barnsley irão disputar na segunda-feira, dia 29 do corrente mês, no Estádio de Wembley, em Londres, ia saindo bem cara ao veterano (34 anos) avançado inglês dos ‘owls’ (‘mochos’, Sheffield Wednesday): perdeu a máscara que lhe protegia o rosto na invasão de campo, festa e loucura dos adeptos após o fim do jogo da segunda mão das meias-finais e da reviravolta épica dos anfitriões face ao Peterborough United, no Estádio de Hillsborough, em Sheffield (Inglaterra).

Um contexto que vale a pena recordar, porque inédito, e, até ver, único em terras de Sua Majestade: nunca uma equipa inglesa recuperara de uma desvantagem de quatro golos do jogo da primeira mão no segundo jogo, até ao último dia 18 do corrente mês, quando o Wednesday ‘devolveu’ ao Peterborough United, nos 90 minutos regulamentares, o 4-0 com que haviam sido ‘brindados’ na primeira mão das meias-finais do ‘play-off’, jogada no dia 13.

Curiosidade maior: coube a Lee Andrew Gregory a autoria do segundo golo, o 2-0, aos 25’. Mas de herói, o ponta-de-lança esteve a um triz de também encarnar o ‘vilão’, quando, já no prolongamento (95’), e num lance infeliz, marcou na sua própria baliza, autogolo que deixou o Peterborough de novo na frente da eliminatória (4-1).

Valeu aos locais Paterson fazer o 5-1 (112’) e enviar a decisão para o desempate por penáltis, nos quais o Sheffield não falhou qualquer das suas cinco tentativas de conversão (marcando primeiro do que o Peterborough), bastando Dan Butler, dos visitantes, acertar no poste para se selar e inesperada reviravolta de 18 de maio de 2023, data gravada a ouro nas páginas da história do clube do South Yorkshire, independentemente de virem ou não a ganhar a final do ‘play-off’, dia 29, em Wembley e subirem ao Championship, diante do Barnsley, que na outra ‘meia’ se desembaraçou do Bolton (1-1 e 1-0).

Na invasão pacífica do relvado, os adereços e indumentária dos jogadores, como é apanágio nestas situações, ‘voaram’ sem deixar rasto dos novos proprietários, ávidos de uma recordação dos seus ídolos e heróis. No caso de Lee Andrew Gregory, foi mais grave: a máscara protetora, transparente e num material plastificado, com que atuou nos jogos a proteger o rosto… desapareceu sem deixar rasto, algo de que o jogador só depois se apercebeu. E, escusado será referir, precisa dela para jogar em Wembley a final do ‘play-off’ de subida, no dia 29…

Por isso, no domingo, dia 21, o próprio Sheffield Wednesday lançou, na sua página na rede social Twitter, um apelo lancinante a quem tivesse informações do paradeiro do adereço para que o devolvesse ao seu legítimo proprietário, pois o pupilo da equipa orientada pelo jamaicano Darren Moore precisa dela para jogar… já segunda-feira, dia 29.

Prova da devoção quase religiosa dos adeptos, e cientes da importância de ter (ou não) Lee Andrew Gregory em campo diante do Barnsley, em Wembley, nem duas horas depois a máscara foi recuperada, numa ‘negociação’ com um adepto dos ‘owls’: trocou-a por camisola do jogador autografada pelo próprio.

Veja, nos 'tweets' em anexo', a deliciosa estória que está a apaixonar a Inglaterra e fica como mais um detalhe de uma proeza que jamais será esquecida pelos amantes do futebol, em especial do Sheffield Wednesday, equipa que, recorde-se, já foi orientada por Carlos Carvalhal, com Bruno Lage como adjunto, e que têm ainda nos seus quadros o fisioterapeuta português António Quaresma, único sobrevivente de uns 'owls' onde brilharam ainda os portugueses José Semedo, Lucas João e Marco Matías: