Toni «orgulhoso» pelo «desafio tremendo» do filho no Corinthians
Toni e o filho, António Oliveira (Foto: António Oliveira/Instagram)

Toni «orgulhoso» pelo «desafio tremendo» do filho no Corinthians

Antiga glória do Benfica deixa conselhos e avisos a António Oliveira, que recentemente assumiu o comando técnico do Timão

Toni, antiga glória do Benfica, comentou esta terça-feira o «desafio tremendo» do filho, António Oliveira, recentemente oficializado como treinador do Corinthians, revelando que o tem aconselhado ao longo da carreira.

«Acompanho e fico orgulhoso por saber que está a ter uma trajetória sensacional, mas é fundamental saber que futebol não é só vitórias», afirmou ao Globo Esporte, acrescentando: «Não sou agente nem mentor do António, procuro apenas nos momentos menos bons, porque na vida de um treinador há altos e baixos, estar ali a aconselhar para que nunca desista.»

«Ele tem aquilo que é fundamental para um treinador: liderança, que não se compra no supermercado, ou se tem ou não tem; comunicação, hoje é algo fundamental, até pelas redes sociais, para dentro do clube, da equipa, com jogadores e Imprensa; conhecimento, que é determinante compreender o jogo e entender que não se sabe tudo de futebol, não se resume apenas ao tático, tem de se prestar atenção ao jogador e ao homem», acrescentou.

«É necessário perceber quais os objetivos que o Corinthians tem, sabemos que um clube da dimensão do Corinthians exige, mas que meios dá para que os objetivos possam ser alcançados? A segunda maior torcida do Brasil precisa também de entender que há coisas a fazer. O Corinthians é sempre um candidato a ganhar tudo, mas precisa de ser um candidato real», alertou o antigo jogador.

O desafio de António Oliveira surge depois dos sucessos de Jorge Jesus e de Abel Ferreira no Brasil, mas Toni colocou água na fervura –  «Os treinadores portugueses perdem como todos os outros, não há segredo» – e resumiu o momento que o filho está a viver: «É um desafio tremendo, peço que o António entenda tudo o que está a viver e que acredite no trabalho e nos jogadores, é nesse acreditar nos jogadores a grande muleta para perceber que nada se ganha sozinho. Não pode deixar de estar feliz.»

Para Toni, António Oliveira teve mérito em todo o percurso. «É natural que o filho herde a paixão pelo futebol, mas o António fez uma carreira académica na universidade e ao mesmo tempo jogou em equipas menores. Acabou por fazer curso, mestrado, teve a experiência de jogo e juntou a ciência do treino, preparou-se para uma função de grande exigência e soube agarrar a oportunidade», defendeu.

«Trabalhou comigo antes do Jesualdo [Ferreira], duas ou três vezes no Irão, um clube muito especial, onde vi que cada vez mais ele era treinador. Tem uma história muito rápida aqui, uma paixão pelo futebol, pelo jogo e outros fatores que aumentaram sua bagagem como treinador. Tudo que tem conquistado tem sido por ele. O desafio da passagem pelo Brasil tem sido importante no seu crescimento como treinador», considerou.