António Miguel Cardoso: «Temos de colocar toda a força na Liga e na Taça de Portugal»
António Miguel Cardoso apresentou Álvaro Pacheco e explicou os motivos que levaram à saída de Paulo Turra do comando técnico dos vitorianos

António Miguel Cardoso: «Temos de colocar toda a força na Liga e na Taça de Portugal»

NACIONAL15.09.202300:28

Presidente do Vitória de Guimarães assume tristeza pelas eliminações da Liga Conferência e da Taça da Liga, mas garante reação rápida da equipa; críticas à FPF por causa das equivalências de Paulo Turra; receitas televisivas e arbitragem também em destaque

António Miguel Cardoso não esconde que o facto de o Vitória ter sido eliminado da Liga Conferência (pelo Celje, da Eslovénia) e da Taça da Liga (aos pés do Tondela) deixaram todo o universo vitoriano triste. Não só os adeptos, como também os jogadores, a equipa técnica e a Direção a que presidente. No entanto, o dirigente máximo dos conquistadores garante uma reação rápida. 

«É evidente que é difícil para todos os vitorianos, difícil também para mim, mas não nos devemos esconder. Temos intenção de fazer uma grande época, ainda há muito para lutar, muito que podemos fazer de positivo, mas foram duas eliminações inesperadas Não estamos felizes. Todos temos obrigação de fazer mais, incluindo a administração. Temos de procurar rapidamente o regresso às vitórias para darmos continuidade ao bom desempenho no campeonato. Estes dois desaires aumentam a exigência do que o Vitória pode fazer na Liga e na Taça de Portugal, onde temos de colocar toda a força. Vejo a equipa a trabalhar bem e vamos entrar no bom caminho», assumiu, em entrevista à Rádio Santiago.

Apesar destes percalços, o líder dos vimaranenses garantiu estar satisfeito com o plantel e não fechou a porta a mais movimentações de mercado nos próximos tempos... «Temos mais opções, mais jogadores com o mesmo nível e estamos mais equilibrados. Quero acreditar que este plantel é mais forte. Estamos sempre ativos no mercado. Ainda existem jogadores sem contrato, oportunidades de mercado. Isto é tudo muito dinâmico, não posso dizer que não há entradas ou saídas. Mas há outra questão importante, que passa por termos sempre de deixar espaço para que jogadores da equipa B possam subir.»

As primeiras semanas de trabalho de Paulo Turra no comando técnico da equipa estão a ser do agrado da cúpula diretiva do emblema minhoto, sendo que, relativamente a este tema, António Miguel Cardoso não se coibiu de deixar uma crítica clara à Federação Portuguesa de Futebol. 

«Estou muito satisfeito com o que se está a passar. É um treinador que está cá há poucas semanas, não se pode imputar responsabilidades. Sinto que os treinos são bem aceites pelos jogadores, existe uma adaptação, um processo que é lento porque estamos num período de instalação. Estou convencido que vai correr bem», assumiu, sem se esquivar a falar sobre a burocracia que impede o técnico de figurar como principal nas fichas de jogo. E, nesse capítulo, é percetível uma crítica à FPF: «Alguém que tem o curso máximo da CONMEBOL, que tem currículo no Brasil como treinador principal em clubes como Atlético Paranaense e Santos depois de ter sido adjunto de Scolari é alguém que tem valor. O Paulo Turra tem todas as habilitações para poder treinar o Vitória. A FPF só reconheceu equivalências para o nível III do curso de Paulo Turra, é um assunto encerrado ou ainda há outros passos a dar? Acho que já nada me surpreende. Acreditamos que mais cedo ou mais tarde vão ser dadas as equivalências», perspetivou.

A centralização dos direitos televisivos também foi aflorada na entrevista e, nesse capítulo, António Miguel Cardoso voltou a ser taxativo, deixando a certeza de que o Vitória vai lutar pela equidade que entende que dever ser aplicada relativamente a esta matéria: «Os clubes devem organizar-se para levarem a Liga a apresentar uma proposta equilibrada e aceite por todos. Caso não seja, terá de avançar da mesma forma, isso é claro. É incrível a diferença daquilo que recebem os três grandes e os restantes clubes. É absurdo, é quase impossível competir com estas diferenças, em nenhum país da Europa isto acontece. Temos de estar bem atentos e vivos nessas lutas para que o Vitória não saia prejudicado.»

Também a questão da arbitragem mereceu um reparo do dirigente. «É importante que a arbitragem seja mais isenta, que o VAR possa trabalhar da melhor forma. Neste início de campeonato têm existido casos que não podem acontecer, isso preocupa-me», frisou António Miguel Cardoso.

Recorde-se que o Vitória de Guimarães volta a competir já no próximo domingo, diante do Portimonense, num encontro relativo à 5.ª jornada da Liga e que vai realizar-se no Estádio D. Afonso Henriques. Os conquistadores vão querer reentrar nos eixos e retomar o excelente início de Campeonato que realizaram - três vitórias consecutivas. Para isso, contam, claro está, com a ajuda dos seus indefetíveis adeptos, que, como é habitual, deverão voltar a pintar de branco o anfiteatro vimaranense. 

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