FC PORTO Alan Varela: «Benfica? Temos a vantagem de jogar em casa e espero uma boa vitória»
Médio do FC Porto deu uma entrevista à BetanoMag e aborda já vários temas da atualidade e do seu passado
Alan Varela, médio argentino do FC Porto, deu uma entrevista à «BetanoMag», na qual fala de vários assuntos, entre os quais o seu passado, a chegada ao FC Porto, como é trabalhar com Sérgio Conceição e o que pode o FC Porto fazer na Champions.
-- Como surgiu a tua paixão pelo futebol?
-- Tudo começou, mais ou menos aos 4 anos, no meu clube de bairro, na Argentina, que se chama Américo Passadore. Foi lá que comecei a jogar e a praticar futebol. Foi aí que começou tudo.
-- Depois passaste por uma sucursal do Barcelona…
-- Isso foi, mais ou menos, a partir dos 11 anos. Nesse tempo, queria sempre desfrutar do futebol, que era o que mais gostava e não pensava em chegar à primeira equipa. Desfrutava muito do futebol e, à medida que fui crescendo, a paixão por esta profissão aumentou.
-- Quando chegaste ao Boca Juniors, como foi a uma trajetória?
-- Cheguei ao Boca Juniors com 12/13 anos. Foi duro, obviamente fiz um sacrifício muito grande, mas desfrutei muitíssimo de estar num clube como o Boca Juniors e de me formar lá. Foi muito bonito. Quando cheguei à equipa principal foi uma satisfação muito grande por tudo o que passei no clube.
-- Quem te passou a paixão pelo Boca Juniors?
-- A minha mãe é adepta do Boca, o meu pai é adepto de outro clube. Por isso, foi mais pelo lado da minha mãe. Como estava a jogar lá, foi ela que me incentivou a ser mais do Boca.
-- Como correu o primeiro jogo pela equipa principal?
-- Tínhamos uma equipa com muita experiência, companheiros de muitas hierarquias, que tornaram a minha adaptação mais fácil. Não me vou esquecer do primeiro jogo. Foi um dos momentos mais lindos da minha carreira. Foi em casa do Independiente, ganhámos 2-1. Foi um dia bonito.
-- Partilhaste o balneário com algum grande nome do futebol argentino?
-- Tive vários companheiros importantes. Carlos Tévez, que foi meu capitão, Marcos Rojo, Carlos Izquierdoz, que foram meus capitães, e que sempre me ajudaram a crescer. Estou-lhes agradecido de todo o coração. Foram muito importantes no meu crescimento.
-- Representar a seleção argentina é um dos teus sonhos?
-- É óbvio que assim. Nada é mais lindo para um futebolista do que representar o teu país. Trabalho todos os dias no máximo para poder concretizar esse sonho.
-- O que pensaste na primeira vez que te falaram na possibilidade de representar o FC Porto?
-- Estava a jogar no Boca Juniors e quando me disseram que havia a possibilidade de vir para o FC Porto, claro que disse que sim, pois também tinha o sonho de jogar na Europa. Como sabem, as negociações foram demoradas, mas felizmente tudo se concretizou e estou aqui, muito feliz.
-- Quais as razões para teres conseguido rapidamente um lugar no onze do FC Porto?
-- Penso que os principais fatores para começar a jogar neste clube foram o trabalho e a humildade.
-- Como te defines como jogador?
-- As minhas principais características penso que são o passe curto, o passe longo e o remate. Também ajudo um pouco a defesa, mas tenho muito a melhorar.
-- Estás próximo da tua melhor versão ou os adeptos ainda podem esperar mais de ti?
-- Sou alguém que trabalha muito. Obviamente, sei que posso fazer mais, mas irei passo a passo, melhorando e oxalá consiga fazer ainda melhor.
-- Como é jogador no meio-campo com jogadores como Nico González, Eustáquio e Grujic?
-- São jogadores muito bons, de muita qualidade, obviamente têm caraterísticas diferentes e jogam em posições diferentes, mas são bons jogadores.
-- Marcaste dois golos esta época, confias que vais marcar mais?
-- Fazer golos é importante, mas cumpro outras funções, mais defensivas, mas oxalá possa fazer mais golos.
-- Como tem sido trabalhar com o Sérgio Conceição?
-- Tem sido bom. É um treinador muito exigente, que te pede o máximo em cada treino, em cada partida. E isso é ótimo para todos os jogadores.
-- Já tinhas ouvido falar do Sérgio Conceição e da sua exigência?
-- Sim, sim. Já me tinham dito exigente e, quando cheguei, dei conta disso.
-- A bandeira do FC Porto já é uma das bandeiras da tua vida?
-- Sim, claro, obviamente. É o meu primeiro clube na Europa e vai marcar-me para sempre. Como tinha dito, era um sonho para mim jogar na Europa e o FC Porto abriu-me as portas para isso acontecer.
-- Quando entras em campo sentes a responsabilidade de representar este clube?
-- Sim, possivelmente uma das minhas características é deixar tudo em campo. Nunca me poupo e, claro, que as pessoas ficam contentes com o trabalho que faço individualmente pela equipa.
-- Qual é a vossa ambição na Champions?
-- O objetivo é passar esta ronda, sabemos que não vai ser fácil, mas estamos a trabalhar para esse objetivo.
-- Aproxima-se um clássico com o Benfica, a vitória é fundamental para o FC Porto?
-- É óbvio que vai ser um jogo importante, muito difícil, mas temos a vantagem de jogar em casa e os nossos adeptos vão fazer o seu papel para puxar pela equipa e ajudar-nos a obter uma boa vitória.
-- Que opinião tens do campeonato português?
-- É um campeonato muito exigente, encontrei equipas muito boas, que têm muita agressividade e jogam bem. É um campeonato bastante difícil.
-- Como está a decorrer a tua adaptação ao futebol português e ao FC Porto?
-- Está a correr muito bem. É diferente do que estar na Argentina, com a família, mas as pessoas receberam-me muito bem, todos os adeptos, todos no plantel e as pessoas que trabalham no clube. Isso ajudou-me numa boa adaptação.
-- Quem era o teu ídolo de criança?
-- Messi e Riquelme, esses são os meus maiores ídolos.
-- Na Argentina tinhas duas alcunhas: homem invisível e discoteca. Gostas de alguma?
-- Não, não gosto. Começaram-me a tratar dessa forma e não posso fazer nada.
-- Qual é o teu maior sonho como futebolista?
-- Poder jogar na seleção argentina é o meu maior sonho, representar o meu país. É o máximo sonho.
-- Qual é o jogador do FC Porto que não conhecias e mais te impressionou?
-- Existem vários. Pepê é um bom jogador, Evanilson também. Há vários, mas esses são muito bons.
-- Quais os jogadores que estás mais próximo do plantel?
-- Falo muito com Nico González, Iván Jaime, Jorge Sanchéz, Toni Martínez também. Espanhóis, todos falamos espanhol.
-- Será o teu primeiro clássico no Dragão, achas que será parecido com os da Argentina?
-- Sim, os clássicos vivem-se de outra forma. Vivem-se com muita paixão, vai ser algo muito lindo.
-- Como é viver dentro de um clássico entre o Boca Juniors e o River Plate?
-- É muito lindo. Joguei no La Bombonera com o River e foi uma das coisas mais lindas que vivi na minha vida. Está tudo pintado de azul e amarelo, com as pessoas a apoiarem até ao fim. É algo único.