Vento, Benfica e Taça como prioridade: tudo o que disse Sérgio Conceição
O rescaldo do treinador do FC Porto à difícil vitória sobre o Santa Clara
-Sentiu que era preciso mudar algo na sua equipa após o golo sofrido nos primeiros segundos?
«Queríamos entrar de forma forte no jogo. Pressionar muito o Santa Clara, tornou-se evidente que estávamos a favor do vento na primeira parte, no resto dos minutos da primeira parte. Mas no primeiro lance, uns segundos depois do início, levámos golo. Temos de fazer mais e melhor mas há algum mérito do adversário.
Jogámos com alguma dificuldade não só contra onze mas também contra o vento que dificulta muito. Tenho de dizer que é o vento, porque disse isso depois do jogo com o Rio Ave e depois deduzem algo. É o futebol português. O vento dificultou muito a nossa dinâmica na primeira e na segunda parte também mas foi difícil para as duas equipas. Contra o vento, tivemos a possibilidade de jogar de forma mais ligada e apoiada, procurar espaços, diferente do que fizemos na primeira parte, tanto na primeira parte do jogo, como no final da primeira parte de hoje.
Conseguimos chegar aos golos, num campo difícil, sempre com um jogo muito físico, com muitas primeiras e segundas bolas. É sempre difícil jogar contra equipas assim mas mérito do Santa Clara. Etapa passada, estamos nas meias finais, era o que nós queríamos. Vamos pensar no domingo.»
-Para além da passagem às meias finais, gostou mais da atitude da equipa na segunda parte mesmo tendo começado a perder?
«Esta atitude tem de estar presente neste clube e quando não esta não nos revemos nessa postura. Temos plantel jovem e olhamos para cada jogo como se fosse o último jogo das nossas vidas. Mas deve ser de todos, equipa técnica, vários departamentos também, os adeptos que de forma muito apaixonada nos vem apoiar. No final veremos se é uma época positiva ou não. Com esses ingredientes nos jogos, há critério na opinião dos adeptos, ele sabem que até podemos não ganhar mas sabem que demos tudo e este é o nosso ADN.»
-Considera que o facto de o jogo ter sido retomado hoje teve vantagens?
«Não vi dessa forma, até porque sofremos logo no reatar. O campo estava bem melhor do que encontrámos e tivemos durante 27 minutos. É inacreditável jogar naquele estado durante 27 minutos, com a possibilidade de haver alguma lesão com a instabilidade do terreno. Hoje, todo o vento não facilitou, mas faz parte. Foi para nós e para o Santa Clara. Tem feito uma época muito boa. É um clube líder, só tem uma derrota em casa com o Mafra, era um jogo muito difícil para nós nestas condições.»
-A Taça passa a ser prioridade?
«Tem de ser todos os jogos dar o máximo. Ter essa boa organização atitude, foco, compromisso de todos. No final faremos as contas, ainda há muito para ganhar até final.»
-Qual o ponto forte da sua equipa neste jogo?
«Houve situações que tivemos de modificar, viemos para surpreender em termos estruturais a equipa diferente do habitual. Achei que houve coisas que não estavam a correr como planeado e mudámos ao intervalo. Faltava peso na frente, o Santa Clara normalmente joga com 3 centrais, 2 médios, 3 homens na frente e jogam muito por dentro. Tínhamos de sair por fora, ter gente por fora para superioridade numérica nas laterais e foi por aí que conseguimos fazer os golos. Estamos contentes porque não é preciso ser catedrático do futebol para perceber mas os jogadores que interpretaram essas tarefas sentem a eficácia.»