Liverpool «Admiro Ancelotti: é o técnico mais calmo que conheci»
O treinador do Liverpool, Jurgen Klopp, mostrou, na antevisão da receção ao Real Madrid, para a primeira mão dos oitavos de final da Champions – jogo na terça-feira, em Anfield – total respeito pela «equipa de classe mundial» que os campeões de Espanha, da Europa e do Mundo, em sua opinião, constituem, ao mesmo tempo que, na antevisão do duelo, rendeu homenagem a Ancelotti e à frieza e serenidade do «técnico mais calmo» que, disse neste dia o técnico alemão aos jornalistas, já conheceu na vida.
«Não sei em que medida as finais da Champions perdidas para o Real nos últimos anos [0-1 em 2022, 1-3 em 2018] mexem ou não com o subconsciente dos jogadores do Liverpool. A minha história com o Real remonta ainda ao meu tempo em Dortmund [Borussia]. É um dos maiores clubes do mundo, e seguramente um dos mais bem-sucedidos, já ganhou a prova nem sei quantas vezes [14]… são superexperientes. Em Liverpool, jogámos a final de Paris [2022] e não mais revi, sequer, imagens esse jogo… até este último fim-de-semana. Percebi porque não queria ver: foi uma tortura apropriada», confessou Jurgen Klopp sobre as memórias do Real.
«Fizemos um bom jogo e poderíamos ter ganho. E essa é a palavra-chave: poderíamos. Não o conseguimos: o Real marcou o golo, decisivo, nós não, essa foi a razão. Viu-se a experiência deles nestes momentos, mesmo com o adversário a criar ocasiões de golo não perdem confiança um segundo que seja, sabem que a sua hora chegará. Defendem todos juntos. Foi o que aprendi, a rever a final», confessou.
«Já foi há oito meses: as equipas são diferentes, como a altura, apesar de os clubes serem os mesmos. Mas há história, sim: nos últimos anos, um dos dois clubes, pelo menos, chegou sempre ou quase à final da Champions. Veremos quem passa. Mas que interessa isso? Isto é a Champions, e este é um dos maiores jogos do Mundo, e um dos duelos mais míticos de que sempre ouvi falar com respeito e entusiasmo», disse Klopp, entusiasmado pela expetativa inerente a um duelo entre dois colossos do futebol mundial.
«Será um jogo ‘top’ para o futebol, teremos de fazer um jogo ótimo, ou dois, até, para passarmos aos ‘quartos’! O que até me agrada: quem não joga no máximo das suas capacidades, não tem hipóteses! A diferença é só uma: o Real não precisa de jogar ao seu melhor nível e, ainda terá chance de passar, o que torna os nossos duelos especiais. Todos sonhamos, em crianças, ver jogos do Liverpool com o Real Madrid, ou não? É apreciar este momento e dar tudo o que temos», foi a humilde confissão deixada.
E quanto ao Real Madrid e o seu técnico, o italiano Carlo Ancelotti, serem ‘a última fronteira’ (ou fasquia máxima, o teste último) no futebol europeu, Klopp concorda.
«São, sim. Alguém me disse, e não sei se é verdade ou não, que aquando da final de Paris [2022], não me recordo se antes ou depois, que ‘o Liverpool foi aprumado, sabia exatamente o que fazer e como’. Agora o que eu sei é que temos de ganhar este, nós! Não vencemos em Paris por uma razão simples: não marcámos e concedemos [um golo], mas, tirando isso, deveríamos ter ganho a final e a Champions», foi o lamento, antes de tirar o chapéu a ‘Carletto’.
«Carlo [Ancelotti] é o treinador mais calmo que conheci em toda a minha vida, e umas melhores pessoas que podeis conhecer: um ser humano fantástico, humilde, superinteligente e simpático. É completamente diferente de mim, e por isso tanto o respeito e admiro, o [Real] é equipa de classe mundial, com novos jogadores entusiasmantes, e sempre supercompetitiva e difícil de bater», afirmou Jurgen Klopp, respeitador ao máximo da ‘galáxia’ dos ‘blancos’
«Em Paris [2022], já tinham Modric, Kroos, Casemiro, Benzema, Vinicius, Valverde, todos eles de classe mundial. Agora ainda há Tchouameni, Camavinga: é um grupo fantástico, mas não é impossível [vencer]. Como travar Vinícius Júnior? Intercetar os passes para ele, mas mesmo que o vigiemos bem… há Benzema. Mesmo que vigies bem Karim [Benzema]… há Valverde, Rodrygo ou outro. Sem falar dos passes imaginativos de Modric, dos remates colocados de Toni Kroos, da força de Tchouameni. Defender coletivamente é a solução», sentenciou Ancelotti à despedida, citado pelo site do clube inglês.