A «ridícula» oferta do PSG pelo Parque dos Príncipes: «Aqui os estádios não nascem como cogumelos»

França A «ridícula» oferta do PSG pelo Parque dos Príncipes: «Aqui os estádios não nascem como cogumelos»

INTERNACIONAL27.04.202314:50

Continua a guerra entre o Paris Saint-Germain e a Câmara de Paris pela utilização do Parque dos Príncipes, com o clube a virar-se agora para os direitos do Stade de France a partir de 2025. Esta quinta-feira era a data limite para propostas de compra do recinto onde costuma jogar a seleção francesa – e onde Portugal conquistou o Euro-2016 – e que está avaliado em mais de 600 milhões de euros.

Por falar em milhões, a presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, explicou à rádio RFI porque falharam negociações pelo Parque dos Príncipes, onde agora ainda joga o PSG.  

«Tínhamos aberto a porta de venda do estádio ao clube, porque sabemos que no modelo económico dos grandes clubes está previsto que sejam proprietários. Mas para vender é preciso que haja respeito pelas regras, pois o estádio pertence aos parisienses. Estamos num país onde o estado de Direito funciona – expressão que usou várias vezes ao falar do clube detido por fundos do Catar – e há um processo a cumprir e preços de devem corresponder. Avaliámos o estádio num valor de 350 milhões de euros e o clube acabou por propor 38 milhões, creio que a palavra ridículo assenta bem», disse, referindo então que o PSG parece não ter levado a sério as negociações.

«Perante esse valor mais vale não discutir para chegar a lado nenhum. Estamos num estado de Direito, não sei como é no Catar. Mas aqui os estádios não nascem como cogumelos, não se chega a qualquer lado com um determinado valor e se compra tudo o que se quer. As coisas devem ter um preço justo.»  

Hidalgo disse ainda que o PSG talvez acabe por ficar e nem compre o Stade de France, que pertence ao Estado francês. «Penso que não vão sair porque as regras de que falo também se aplicam ao Estado. O processo para adquirir o Stade de France não está concluído. Pode ser bluff ou falta de compreensão pelas regras democráticas. Para vender o Parque dos Príncipes, por exemplo, o processo tem de ir a votação no Conselho de Paris, além de que tem de ser aplicado um preço justo, para não parecer que estamos a espoliar os parisienses de um bem seu.»

Quanto ao Stade de France, o consórcio Vinci-Bouygues detém a concessão desde 1995 e deve reivindicar a renovação do contrato. O Estado não deu indicação de preço, mas o estádio está avaliado em 647 milhões (valor bruto) nas contas do Estado de 2021. No horizonte estará uma venda ou uma concessão.

A distância entre os dois estádios

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