27 julho 2024, 22:09
«Obrigado e até já»: terás sempre o teu lugar à espera, Coates
Defesa-central despediu-se do clube após nove épocas de leão ao peito
Quenda é mesmo um fenómeno excitante; Kovacevic e Debast assentam como uma luva numa equipa que sabe bem o que fazer em campo e já apresenta muitas razões para o otimismo dos seus adeptos
Em qualquer jogo, seja ele oficial ou oficioso, a valer pontos ou a valer, apenas, o deleite dos adeptos e a análise técnica dos treinadores, é sempre melhor ganhar. E, a ganhar, é sempre melhor ganhar de forma clara e expressiva. Foi, por isso, uma boa jornada para o Sporting e para os sportinguistas. Num jogo que tinha em discussão um troféu com um significado emblemático pela lembrança saudável dos memoráveis cinco violinos, o campeão nacional mostrou-se já em muito bom nível de qualidade exibicional e ganhou a um adversário histórico do futebol espanhol, o que desde logo coloca o sucesso num patamar assinalável.
Dito isto, concentremo-nos, no essencial. E o essencial foram os primeiros setenta minutos do jogo, durante os quais estiveram em campo duas equipas que representam, numa expressão de larga maioria, o seu núcleo fundamental no lançamento de uma época que se prevê muito competitiva e intensa.
Rúben Amorim não trouxe à apresentação da nova época, em Alvalade, grandes surpresas. Pelo contrário, trouxe a reafirmação de princípios fundamentais do jogo que entende que a sua equipa deve saber impor e desenvolver. Pelo que se viu, o Sporting pretende continuar a ser uma equipa intensa, sem e com bola, capaz de otimizar o seu jogo com uma capacidade invulgar de recuperação de bola ao adversário e fazer disso uma arma letal, pelo seu poder ofensivo direto, sem sonhos artísticos, mas com uma decisiva intuição de baliza.
Curiosamente, esta versão especial apresentada em Alvalade, trouxe a novidade de jogar muitas vezes com uma defesa a quatro. Talvez porque o próximo adversário a sério seja o FC Porto, ou talvez porque Rúben tem um problema de ausências forçadas no flanco esquerdo da sua defesa. Razão para experimentar, como lateral esquerdo, primeiro, Catamo, e, depois, Fresneda. Essa realidade criou a oportunidade mais entusiasmante para o público leonino de fazer jogar no flanco direito a nova pérola negra do clube: Geovany Quenda, um jovem de 17 anos, versátil, rápido, irreverente, até mesmo excitante e sem medo de ter a bola.
Quenda é mais um exemplo de que continua em alta a qualidade da formação do Sporting e o que torna o facto mais importante é que a essa qualidade se junta, agora, uma especial arte de saber escolher cirurgicamente quem vem de fora. Sem Adán, veio Kovacevic. Sem Coates, que ontem se despediu de Alvalade, veio o belga Debast. Ambos assentam, como luvas, nas necessidades da equipa. Ambos chegaram para jogar de imediato e ambos dão sinais muito encorajadores.
27 julho 2024, 22:09
Defesa-central despediu-se do clube após nove épocas de leão ao peito
Mas nem tudo foram rosas no jardim verde de Alvalade. Há ainda um problema que, certamente, preocupa Rúben Amorim. Na construção, feita de trás como, agora, parece ser obrigatório em qualquer equipa, desde as mais técnicas às mais toscas, existem hesitações, falhas, perturbações. E isso oferece oportunidades de golo a adversários como, ontem, o Athtletic Bilbao mostrou. Sobretudo quando se tratam de equipas que jogam subidas e pressionam com intensidade.
Hjulamand e Morita fazem o seu papel para encontrarem linhas de passe, mas nem sempre os jogadores mais recuados encontram espaço e tempo para evitarem graves sobressaltos, apesar de poderem contar com a eficácia, serenidade e qualidade de jogo com os pés de Kovacevic.
É natural que, nesta fase de final de pré-época, nem os violinos estejam totalmente afinados. Gyokeres, por exemplo, precisa de jogar e de ganhar o ritmo e a velocidade que o tornavam temível. Mesmo assim, a resposta deste Sporting foi, claramente, positiva. A equipa oferece razões para o otimismo dos seus adeptos.