A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Portimonense-FC Porto
Especialista A BOLA considera que Artur Soares Dias foi «coerente e uniforme» e que, de forma global, fez um «trabalho muito seguro»
Soares Dias viajou até Portimão para dirigir o Portimonense-FC Porto. A liderar a equipa de videoarbitragem esteve o setubalense André Narciso.
O internacional portuense dirigiu o jogo num relvado com qualidade, mas que com o piorar das condições meteorológicas tornou-se mais escorregadio (logo propenso a contactos e infrações). Ainda assim assumiu, do primeiro ao último minuto, critério técnico e disciplinar largos. Foi coerente e uniforme aí, embora a espaços isso implique quase sempre não sancionar faltas que o rigor das imagens consegue desmontar. Fez globalmente um trabalho muito seguro.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
7’ - Golo inaugural marcado por Nico González, após assistência de Galeno. No início da jogada não houve carga ilegal de João Mário sobre Seck. Todo o lance foi bem analisado pela equipa de arbitragem.
12’ - Francisco Conceição rematou à baliza de Nakamura com o pé esquerdo. Ao colocá-lo no solo, o avançado azul e branco acabou por ser pisado por Seck, mas de forma que nos pareceu francamente involuntária: o senegalês estava a abrandar a marcha, olhando sempre para a bola e não atuou de forma descuidada ou com manifesta falta de atenção (a chamada imprudência). O pé foi colocado no espaço de terreno que tinha que ser colocado naquela circunstância, mas que por acaso estava ocupado pelo pé do adversário. O lance, na área do Portimonense, foi bem avaliado.
13’ - Gonçalo Costa saiu das quatro linhas para regularizar problema relacionado com a sua camisola. Depois optou por reentrar no terreno de jogo sem autorização da equipa de arbitragem. Os jogadores têm que saber que isso não é permitido. Esteve bem Soares Dias ao exibir-lhe o cartão amarelo.
16’ - Pepê antecipou-se a Seck em zona prometedora, mas por força da sua abordagem, acabou por derrubar (com o corpo/costas) o adversário. Pontapé-livre bem assinalado para o Portimonense.
24’ - Alan Varela derrubou Hélio Varela em infração no limite para a advertência, situação que levou o portuense a avisá-lo de forma pedagógica e, na circunstância, eficaz. Foi boa a gestão que fez do lance.
25’ - Alemão derrubou Galeno com demasiada impetuosidade. A infração do defesa brasileiro (braços evitáveis na cara do adversário) podia ter sido interpretada como negligente. Soares Dias analisou os lances com critério largo, optando por não agir disciplinarmente.
45+1’ - Alemão, na sua área, bloqueou remate de Galeno com a coxa direita (e não irregularmente com o braço), nascendo aí contra-ataque com algum perigo da equipa algarvia.
45+2’ - Mesmo em cima do apito para o intervalo, Alan Varela derrubou Hélio Varela (pontapeou a sua perna esquerda) impedindo ilegalmente que o avançado alvinegro pudesse iniciar saída com algum perigo. O árbitro portuense não percecionou o lance dessa forma.
55’ - Igor Formiga carregou as costas do defesa direito do FC Porto, João Mário, de forma irregular. O árbitro corrigiu (bem) decisão inicial, assinalando o respetivo pontapé-livre.
59’ - Segundo golo legal do FC Porto, da autoria de Galeno.
69’ - Evanilson cabeceou com perigo após cruzamento de Wendell, mas partindo de posição irregular corretamente assinalada pelo árbitro assistente.
73’ - Otávio, central do FC Porto, desviou a bola com a mão esquerda, impedindo que este ficasse na posse do jogador do Portimonense, Gonçalo Costa. A infração, que não foi sancionada, aconteceu perto do árbitro assistente. Talvez a excessiva proximidade tenha diminuído o ângulo para a melhor análise.
79’ - Pepê marcou após assistência da direita do lateral-direito Jorge Sánchez. Foi legal o terceiro golo do FC Porto.
90’ - Entrada por trás, negligente e algo perigosa (sobretudo devido ao estado do relvado, que estava escorregadio por força da chuva constante) de Ronnie Carrilo sobre o médio Stephen Eustáquio. Esteve bem o árbitro ao exibir o cartão amarelo ao avançado equatoriano.