A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Benfica-Gil Vicente

A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Benfica-Gil Vicente

NACIONAL04.02.202421:15

Jogo na Luz teve apenas 16 faltas; foi batido o recorde de tempo útil de jogo no campeonato

Tiago Martins dirigiu o seu jogo número 140 no escalão principal do futebol português. O internacional da AF Lisboa deslocou-se até ao Estádio da Luz, para dirigir o Benfica-Gil Vicente. O portuense Gustavo Correia viajou até Oeiras (Cidade do Futebol), onde exerceu a função de vídeo árbitro. A partida teve apenas 16 faltas assinaladas, número raro mas felizmente não inédito no futebol profissional português. O lisboeta é dos árbitros que menos infrações marcam e repetiu a tendência, embora tivesse beneficiado da colaboração ativa dos restantes agentes desportivos: o comportamento de jogadores e bancos técnicos foi assinalável.

Recorde batido na Luz

1. A Luz foi palco de um recorde que apraz sublinhar e enaltecer: o jogo teve 67,51% de tempo útil (correspondentes a 62m34s de jogo jogado), superando a anterior melhor marca, registada no SC Braga-Benfica, da jornada 14.

2. Ao contrário do que aconteceu em Famalicão, Matosinhos e Vila da Feira (que viu os seus jogos adiados por falta de segurança), o efetivo policial convocado para a Luz (e respetivas imediações) compareceu, garantindo que tudo corresse conforme esperado. É fundamental que o diálogo, a sensatez e a boa vontade de todos possa prevalecer na resolução de um tema muito sensível, mas que requer solução rápida. Futebol sem segurança não faz sentido, mas também não é a sua ausência que justifica comportamentos animalescos, como os que assistimos na noite do passado sábado.

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

2' Gabriel dos Santos encostou nas costas de Arthur Cabral, mas não exerceu força suficiente para o carregar de forma ilegal. O avançado brasileiro caíu em plena área gilista após sentir o contacto. Esteve bem a equipa de arbitragem ao não assinalar pontapé de penálti.

15' Golo inaugural da partida, marcado por Arthur Cabral, na sequência de pontapé de canto da esquerda executado por Di María. Tudo certo.

34' João Neves marcou na sequência de novo pontapé de canto executado à esquerda do ataque encarnado. O médio do Benfica ganhou a posse de bola a Félix Correia, com contacto ligeiro (nas costas) mas sem cometer carga ilegal nas costas do seu adversário. Lance muito semelhante ao que aconteceu no minuto 2. Tiago Martins foi coerente e manteve o critério. Esteve bem a equipa de arbitragem ao validar o segundo golo dos visitados.

45' Aursnes bloqueou o remate de Rafa por estar na trajetória do remate e em posição ilegal. O árbitro assistente deixou que a jogada produzisse o seu efeito, assinalando de seguida a irregularidade. Fez bem.

Nota: a primeira parte teve apenas seis infrações assinaladas.

51' Morato ficou momentanemente lesionado após ser atingido no abdómen, de forma inadvertida, pelo joelho esquerdo de Mory Gbane. O jogador ganês saltou alto para tentar cabecear a bola, tocando no adversário na sequência dessa ação. Esteve bem o árbitro da partida ao não sancionar o contacto.

70' Arthur Cabral jogou a bola e, na sequência, acabou por pisar a ponta do pé de Rúben Fernandes, deixando-o algo combalido. O contacto existiu, mas foi inadvertido. Mais uma vez foi correta a avaliação efetuada em campo pelo internacional lisboeta.

74' Jesús Castillo derrubou João Neves, impedindo que o médio encarnado prosseguisse saída rápida. A infração do avançado brasileiro foi antidesportiva e bem sancionada com o único cartão amarelo exibido na partida.

Nota final: O árbitro concedeu apenas dois minutos de compensação no final do tempo regulamentar. As dez substituições (em seis paragens de jogo) que o jogo teve na etapa complementar, o golo marcado (pressupõe um minuto adicional), a advertência efetuada e as assistências médicas justificavam mais descontos.

Nota: 7