SC Braga José Fonte está para as curvas
O regresso à origem de jogadores que construíram carreira lá por fora tem caracterizado o futebol português de tempos a tempos e desta vez foi José Fonte a deixar-se tocar pela saudade. Dezasseis anos depois de ter assinado contrato pelo Crystal Palace, na primeira experiência internacional, o central voltou a Portugal para abrir ciclo no SC Braga com um contrato de uma época que lhe oferece a oportunidade de jogar pelo menos até aos 40 anos, o que é algo notável.
No fundo, Fonte estará agora para o SC Braga como Pepe para o FC Porto, tanto mais que pertencem ambos à mesma geração de futebolistas, nasceram no mesmo ano de 1983 e apresentam os dois rara longevidade, com carreiras construídas ao longo de mais de duas décadas.
Ora, depois da assinatura de contrato com o SC Braga e já devidamente enquadrado com a nova equipa no estágio no Algarve, o defesa-central deve somar hoje mesmo os primeiros minutos com a camisola arsenalista, na partida de caráter particular frente ao Bristol, e abrir assim um novo capítulo na sua carreira.
Este regresso ao ponto de partida é particularmente saudado por Daúto Faquirá, o seu último treinador em Portugal. «Para ele será sempre especial voltar, e regressar pela via do SC Braga, terceiro classificado do último campeonato, é um sinal de reconhecimento por parte do clube», assinala o treinador, que orientou José Fonte no Estrela da Amadora em 2006/2007. Daúto Faquirá recorda que Fonte fazia dupla com Amoreirinha no centro da defesa dos amadorenses e que o clube construiu nessa época uma interessante e sólida carreira na Liga «muito à custa dele». «O José Fonte fez temporada impecável comigo e desempenhou um papel muito importante na equipa, era muito disciplinador e tinha um perfil de liderança», assinala Daúto Faquirá.
Dezasseis anos depois do encontro na Amadora, o treinador assume que José Fonte perdeu naturalmente algum fulgor físico, algo característico no início da sua carreira, mas em contrapartida desenvolveu outras capacidades.
«A velocidade foi-se perdendo, isso é incontornável, mas conquistam-se outras valências, como a capacidade de leitura do jogo. José Fonte não está agora tão rápido, mas vai por atalhos», assegura Daúto Faquirá.