15 novembro 2024, 20:11
Rui Jorge atinge marca redonda: «Tem sido gratificante»
Selecionador chegou aos 120 jogos pelos sub-21
Selecionador português dos sub-21 foi entrevistado pelos seus jogadores, de forma a comemorar os 120 jogos no comando técnico, e deu algumas respostas curiosas, mostrando ainda que tem boa memória destes 14 anos
Para celebrar os 120 jogos e os 14 anos como selecionador nacional dos sub-21, Rui Jorge foi entrevistado pelos seus jogadores, a maioria da atual convocatória, e ainda por alguns convidados especiais… como André Almeida e Diogo Amado, que estiveram presentes na sua primeira convocatória.
15 novembro 2024, 20:11
Selecionador chegou aos 120 jogos pelos sub-21
Qual o momento que guarda com mais carinho nestes últimos 14 anos: «Carinho... a minha relação com os jogadores ao longo deste tempo baseia-se muito nisso, no carinho, no afeto que sinto por eles, embora às vezes possa não parecer, mas não consigo identificar um momento específico de carinho, não consigo.»
Resultado do primeiro jogo, adversário e local (3-1): «Cartaxo, Suécia e o resultado... creio que foi 2-1 para nós ou 3-1 para nós.»
Como se sentiu na sua estreia: «Bem, senti-me bem. Naturalmente, foi diferente de estar a treinar os juniores de Belenenses, que era a minha experiência como treinador na altura, com um grupo de jovens jogadores que não tinham as mesmas condições para a sua evolução que estes jogadores atualmente têm, mas guardo-os a todos. O Diogo Amado estava-se a apresentar aí, obviamente não seria necessário fazê-lo. E recordo-me, gostei bastante desse primeiro momento e desse primeiro contato com todos eles.»
Se alguma vez imaginou passar 14 anos à frente da seleção nacional de Sub-21: «Apesar de toda a minha carreira, quer como jogador, quer como treinador, estar sempre em projetos de alguma duração, e principalmente como treinador, estar 14 anos no mesmo local é muito pouco vulgar. Não era essa a minha expetativa no início, mas fico muito contente que ela se tenha desenvolvido assim.»
Qual o jogo mais memóravel dos 120: «Eu recordo-me de vários jogos. Naturalmente, os mais dolorosos foram aqueles onde estivemos perto de conseguir atingir um dos objetivos a que nos propomos, que é conseguir vencer o Europeu de Sub-21 e tendo atingido duas finais, esses momentos são altamente dolorosos quando não conseguimos vencê-lo.»
Qual foi a maior vitória: «Foi 11-0 ao Liechtenstein e foi em Vizela, creio.»
Qual foi o melhor golo: «São muitos, muitos golos. Lembro-me de um do Dany Mota, numa fase final. Lembro-me de um do Bruno Fernandes num canto para a entrada de área. Lembro-me de um contra a Hungria, em Penafiel, que foi uma excelente jogada em termos coletivos. Penso que foi o Gonçalo que finalizou, mas não consigo… mais uma vez… lembro-me de um de Salvador Agra, do Abel, na primeira geração, mas não consigo identificar mais uma vez.»
O que diria o Rui Jorge jogador ao Rui Jorge selecionador: «Nada, não diria nada. Respeitava e seguia em frente. Sempre tive uma boa relação com todos os meus treinadores. Sempre fui alguém que, hierarquicamente, soube a sua posição. Acho que nenhum treinador teve dificuldade em lidar comigo e acho que seria um jogador como fui. Mesmo comigo como treinador, ou principalmente comigo como treinador.»
Quais as suas inspirações para ser treinador: «Todos os meus ex-treinadores, com certeza, têm um impacto naquilo que eu sou como treinador. Aquilo que eu vivenciei enquanto jogador ajuda-me muito naquilo que eu quero para os meus jogadores e naquilo que eu tento transmitir. A nível internacional, claramente, o Guardiola é alguém que admiro. O Arsène Wenger foi alguém que eu também sempre gostei muito. O Mourinho, que foi um dos treinadores-adjuntos quando eu estava no Porto, foi alguém que trouxe uma lufada de ar fresco naquilo que foi o treinador português.»
O que não pode faltar numa equipa sua: «Paixão.»
Voltar atrás no tempo para dar um conselho ao Rui Jorge: «Acho que tive as motivações certas e acho que tive os conselhos certos das pessoas que me são próximas para encarar este desafio. E uma delas é acreditar no trabalho que fazemos, não nos acomodarmos e estarmos sistematicamente à procura de ser melhores.»
Se mudava alguma coisa nestes 14 anos: «Esta é a velha pergunta… depois das coisas acontecerem, naturalmente, haveria uma outra coisa que se quiséssemos um resultado diferente, eventualmente, faríamos de forma diferente. A questão é que, antes das coisas acontecerem, não creio que fizesse escolhas diferentes em função daquilo que foram as minhas decisões na altura. Porque elas são baseadas na tomada de decisão em relação a coisas que nós avaliamos e ponderamos. E, na altura, pareceu-nos a correta. Depois, à posteriori, podem não resultar, mas perante a situação que nós vivemos, acho que não me arrependo de nada, porque foi tudo sempre feito com boa intenção e com a intenção de sermos mais fortes e dos jogadores ser melhor.»
Resumir estes 14 anos numa frase: «Paixão.»
Se convocava o Rui Jorge jogador, aos 20 anos: «Não, não, não (risos). Não, eles hoje… estes miúdos jogam muito bem. São grandes jogadores. Acho que não se pode comparar, não se podem comparar gerações. Tive o meu momento na seleção do Sub-21, mas estes atualmente são todos melhores jogadores. São todos jogadores mais completos, são mais bem preparados e estamos muito bem servidos. Não precisaríamos de um Rui Jorge a defesa esquerdo nos Sub-21.»