Gabriel Silva: «Seria histórico ganhar o Europeu»
Gabriel Silva é uma das grandes esperanças da Seleção Nacional sub-17 no Campeonato da Europa, que terá lugar em Chipre

Entrevista Gabriel Silva: «Seria histórico ganhar o Europeu»

SELEÇÃO20.05.202410:00

Considerado uma das maiores promessas da formação do Sporting, Gabriel Silva faz parte do quarteto da frente de ataque da Seleção Nacional sub-17, que prepara a estreia no Campeonato da Europa, que tem lugar em Chipre. O avançado de 17 anos revela as expectativas para a competição e mostra uma grande ambição.

— Como está o estado de espírito da equipa antes da estreia numa grande competição, como é o Campeonato da Europa?

— Estamos unidos como sempre. Levamos um pouco o espírito da Ronda de Elite: vontade de ganhar. Agora é entrar com o pé direito, manter o que fizemos bem e ganhar todos os jogos da fase de grupos.

— O primeiro jogo será amanhã, às 16 horas, frente à Espanha, num grupo que ainda engloba França e Inglaterra. São adversários que vos motivam ainda mais?

— O primeiro jogo é muito importante, temos de entrar de cabeça erguida e conquistar os três pontos. Acho que conseguimos ganhar à Espanha, já os defrontámos [no Torneio Internacional do Algarve] e empatámos [1-1]. Fomos superiores. Se estivermos no nosso melhor, podemos sair da partida com a vitória. Estes são os jogos que devemos e queremos ganhar. As grandes seleções gostam deste tipo de desafios e tudo é possível com o nosso pensamento e espírito de equipa.

— Nesta Seleção, há um quarteto na frente de ataque formado por Gabriel Silva, Geovany Quenda (ambos do Sporting), Rodrigo Mora e Cardoso Varela (dupla do FC Porto). O que têm de especial?

— Temos um pouco de magia, que cada um traz dentro si. A nossa amizade e relação fora de campo transporta-se lá para dentro. Contudo, sem o resto da equipa não conseguimos fazer o que fazemos. Para a bola chegar na frente, os centrais e os médios têm de a trazer até nós.

Rodrigo Mora, Geovany Quenda, Cardoso Varela e Gabriel Silva prometem fazer furor em Chipre (FPF).

— O extremo Cardoso Varela tem apenas 15 anos. Surpreende-o que já esteja neste patamar?

— É um jogador muito bom, rápido, com bom entendimento do jogo. Tem muita qualidade e se continuar empenhado chegará longe.

— Depois de ter sido o melhor marcador da fase de qualificação, com seis golos, tem alguma meta pessoal para a competição?

— É jogo a jogo, fazer a equipa ganhar e tentar chegar o mais longe possível, que passa por conquistar o Europeu.

— O quão importante seria terminar esta etapa de juvenis com o título europeu?

— Toda a gente quer ganhar a prova. Iríamos deixar uma grande imagem da nossa equipa e seria um momento histórico. Vamos dar o máximo lá dentro.

— Esta época, deu o salto para os juniores do Sporting. Que dificuldades sentiu nesta transição?

— No início, foi um pouco difícil devido à idade e à maturidade, mas com o passar do tempo os meus companheiros de equipa ajudaram-me e penso que tive um bom desempenho [11 golos em 26 jogos].

— Os 48 golos apontados em 2021/2022, no escalão de iniciados, trouxeram maior atenção dos adversários e não só sobre si?

— Acho que sim. No entanto, as pessoas têm de perceber que o futebol é difícil e com a subida de escalões mais complicado se torna. Aproveito cada jogo, tento marcar o meu golo, ajudar a equipa com assistências, mas se não conseguir, o importante é a equipa ganhar.

As sensações dos elogios de Rúben Amorim

Na temporada transata, Rúben Amorim surpreendeu durante a conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Marítimo ao mencionar o nome de Gabriel Silva, então a jogar nos juvenis.

«O Gabriel [Silva] poderá aparecer daqui a uns anos. Temos esse processo bem planeado», referiu na altura o treinador da equipa principal do Sporting, respondendo às questões sobre a falta de avançados no plantel. Um ano volvido, Gabriel Silva comentou as palavras do técnico que acaba de se sagrar campeão nacional. «É um pouco sobre jogo a jogo. Se estiver bem, vou obter essas boas sensações por parte do mister», diz o internacional jovem português, sem esconder o orgulho pelas palavras de Amorim.

Mundial-2030 no horizonte

Pela primeira vez na história, Portugal vai coorganizar um Campeonato do Mundo, em 2030, a par de Espanha e Marrocos. A possibilidade de disputar uma competição desta magnitude no próprio país não é, naturalmente, indiferente a Gabriel Silva, que não tem receio de mostrar ambição em marcar presença no lote de eleitos daqui a seis anos.

«É um objetivo e vou trabalhar para chegar à Seleção principal o mais rápido possível. Se não conseguir jogar o Campeonato do Mundo de 2030, irei tentar o próximo. De qualquer forma, ainda falta muito tempo para isso. Primeiro está este Campeonato da Europa de sub-17. O pensamento tem de ser sempre jogo a jogo, treino a treino. Mas, obviamente, darei sempre o máximo para chegar ao Mundial-2030», promete.