Dalot: «O golo criou alguma ansiedade na equipa»
Diogo Dalot a tentar travar Kvaratskhelia, o autor do primeiro golo (Imago)

Geórgia-Portugal, 2-0 Dalot: «O golo criou alguma ansiedade na equipa»

SELEÇÃO26.06.202422:39

Defesa português afirma que o facto de começarem a perder antes do minuto dois não ajudou a conseguir um bom resultado frente à Geórgia

Já com o apuramento para os oitavos de final e o primeiro lugar do Grupo F confirmados, Portugal perdeu com a Geórgia (2-0), numa partida que foi marcada pelos dois golos a abrir cada uma das partes.

Diogo Dalot, que foi titular, reagiu a esta derrota e lamentou o resultado, mas principalmente a exibição da equipa, que nunca se encontrou confortável durante esta terceira e última partida da fase de grupos.

- O que é que correu mal hoje, foi um problema de abordagem, de timing dos golos, foi do quê?

- Eu acho que foi precisamente deixar de fazer aquilo que trabalhámos, deixar de praticar os nossos conceitos, aquilo que tínhamos preparado para o jogo, acho que o golo destabilizou um bocadinho aquilo que era precisamente essa calma de fazer exatamente aquilo que preparámos. Muito precipitados, a tentar sempre chegar ao último terço rápido, sem grandes decisões, e outra vez no início da segunda parte acaba por abalar outra vez a equipa. Num cômputo geral não fizemos aquilo que trabalhámos e fica um sabor amargo precisamente por isso.

A Geórgia depois do golo meteu-se lá atrás e pareceu sempre muito tranquila com isso, deixando Portugal desconfortável no jogo.

- Nós sabíamos que era exatamente isso que eles iam fazer, eles são uma equipa que estando lá atrás estão confortáveis, procuram a transição. Sabíamos que se não tivéssemos o equilíbrio defensivo bem feito íamos sofrer contra-ataques, a equipa ia correr metros desnecessariamente. O primeiro golo acaba por ser assim, depois sofremos em alguns lances que podíamos ter evitado e depois no último terço tínhamos de ter muito mais calma, mais calma a decidir, mais passes, cansá-los um bocadinho mais com bola e decidir melhor. Não acabámos por o fazer, mas queremos aprender com isso e levar já para o próximo jogo.

- Aquele balão de confiança que estava a encher, pode esvaziar depois deste resultado?

- Não, acho que não, estamos tranquilos, sabíamos que este jogo era importante ganhar, queríamos muito ganhar. Uma oportunidade também para muitos jogadores mostrarem que estão cá, independente de tudo continuamos a trabalhar, treinamos bem, trabalhamos bem e agora temos um jogo difícil para preparar.

- Têm sede de vingança da Eslovénia, que foi uma das equipas que derrotou Portugal recentemente?

- Claro que sim, qualquer que seja o adversário vamos estar prontos seguramente. Deixar também uma palavra de agradecimento aos adeptos que estavam cá, tornam o ambiente melhor, sentimos bastante o apoio deles e esperamos que continuem assim até ao próximo jogo.

- Paulo Futre dizia que falar de perda de confiança é completamente ridículo, concorda?

- Sim, concordo. Acho que temos vindo a demonstrar bastante que somos um grupo forte. Percalços acontecem, sabíamos que ia ser um jogo complicado, ainda assim, sabíamos que iam estar num bloco baixo e bastante confortáveis com isso.

- Foi tudo previsível, o que falhou?

- Acho que foi não fazer exatamente o que preparámos. Algo precipitados no último terço, à procura do último passe demasiado à pressa em vez de trabalhar um pouco mais a bola, tentar encontrar os espaços no momento certo. A verdade é que o golo criou alguma ansiedade na equipa, notou-se que queríamos ir atrás do resultado a toda a hora e, em vez de manter a calma e tranquilidade, acabámos por atabalhoar o nosso jogo e no cômputo geral é o resumo que fazemos.

Ronaldo e Diogo Costa na feira de oportunidades

26 junho 2024, 10:51

Ronaldo e Diogo Costa na feira de oportunidades

Martínez não gosta da palavra revolução, mas é isso mesmo o que está planeado para o jogo com a Geórgia. Amarelo não condiciona Conceição. Félix em estreia e João Neves no onze

- As trocas no onze baralharam os processos?

- Mais que tudo, são oportunidades merecidas. As pessoas que não confundam este onze de hoje como algo dado. Os que jogaram hoje mereceram estar ali, trabalharam durante a semana para estar ali, somos uma equipa de 26 jogadores, não são 11 que jogam. Todos temos de estar preparados. Depois, no futebol, pode acontecer ou não acontecer. Hoje, infelizmente, não aconteceu, mas temos essa capacidade de trabalhar durante 4 dias para reencontrar os conceitos.

- Têm a cabeça limpa para os próximos jogos?

- Cabeça limpa? Sim, claro que sim. Alias, não há outra maneira.