«Críticas de Amorim? Não posso agradar a todos»
Treinador do Sporting disse que Seleção não devia ser espaço de recuperação de jogadores, referindo-se a João Félix e João Cancelo; e queria ver mais jogadores leoninos entre os eleitos. Roberto Martínez respondeu-lhe esta quinta-feira
O treinador do Sporting, Rúben Amorim, considerou inapropriadas as chamadas de João Félix e de João Cancelo a este estágio da Seleção Nacional tendo em vista a dupla jornada de qualificação para o Euro-2024, com Eslováquia e Luxemburgo. Tudo porque nenhum deles tinha ainda somado minutos esta época e por discordar do selecionador, afirmando que «a Seleção não é espaço de recuperação de jogadores».
Esta quinta-feira, em conferência de imprensa, Roberto Martínez respondeu ao técnico sportinguista. «O nosso processo de escolha é muito profissional e honesta. E há muito trabalho, muita relação com os jogadores. E há o talento. Quanto às críticas de Amorim... Não podemos agradar a todos [sorri], há milhões de opiniões e raras são as concordantes», começou por dizer Martínez, continuando a explicação.
«Eu trabalho 82 jogadores e não só 23. Temos mais de 80 portugueses nos cinco principais campeonatos [Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França]. E depois há jogadores muito adorados e é normal que cada um tenha as suas escolhas, mas para mim é importante ter uma linha de trabalho. Tendo pouco tempo, é importante tê-los cá. A escolha tem isso, tem o nível adversário, o momento da época. E isso é a minha experiência internacional. A escolha é muito honesta e profissional. Eu gosto das opiniões diferentes, é o futebol, é normal», continuou o selecionador nacional.
«Acho que é importante saber que para as nossas escolhas temos um processo muito profissional, muito honesto e há muito trabalho. O treinador trabalha com os seus jogadores, é uma parte emotiva, mas é importante dar seguimento numa ideia de jogo. E é importante o talento do jogador. O momento de forma é importante, mas o estágio de março é mais importante. Um estágio em setembro não é para ver o momento de forma. É o que o jogador pode oferecer para a sua ideia de jogo. É normal. As convocatórias não podem agradar a todos. Se alguém adora o futebol português, tem uma opinião e é totalmente respeitável. Temos de tomar decisões. Estive em Alvalade, vi o jogo», insistiu, antes de fechar o tema.
«A convocatória gerou discórdia e isso é um ponto interessante. Temos muitos jogadores populares, de patamar a nível mundial. É normal que todos os adeptos tenham uma opinião. É importante ter uma linha de trabalho. Trabalhamos com a Seleção 7/8 dias e temos 3 estágios antes de um apuramento. O tempo de trabalho é muito importante. Precisamos de ter uma relação e os jogadores precisam de ficar competentes com a ideia de jogo. Controlamos as informações dos jogadores nas ligas. Vejo a atitude e paixão dos jogadores. É uma escolha muito honesta e profissional. Mas não pode deixar todos contentes.»