André Horta somou internacionalizações até aos sub-21, mas nunca chegou à Seleção A. Não sente «ter nível de Seleção». Já o irmão conseguiu, mas teve uma desilusão recente. Nada que não se resolva com umas férias
Quando era mais novo, inclusive até quando estava nos Estados Unidos, era muitas vezes chamado para as seleções mais jovens de Portugal. Depois de ir para Braga, nunca surgiu a oportunidade da Seleção A. O que aconteceu?
Nunca pensei muito nisso, honestamente.
Mas acha que o SC Braga ainda não é suficientemente sonante para isso?
Não, temos o caso do meu irmão [Ricardo Horta, internacional A por 12 vezes]. Claro que ele precisa estar sempre a um nível muito alto para poder ser opção. Fazer épocas de 20 golos, 10 assistências, de ter números.
Ou seja, no SC Braga tem de se provar mais do que nos três grandes?
Não sei, porque a verdade é que temos agora esta polémica de não irem mais jogadores do campeão nacional. Eu não sei se é preciso provar mais ou não. Eu acho que os bons jogadores acabam por ir. O Rafa, quando estava no SC Braga, também ia à Seleção. A mim nunca foi um tema que me tirasse muito o sono, não pensava muito. Quero desfrutar da minha carreira. Acho que a Seleção é uma consequência de estarmos a fazer as coisas muito bem. Ou melhor, não é muito bem, é um nível de excelência. Eu lembro-me de fazerem a pergunta uma vez ao Bruno Fernandes, quando já era um craque, ainda estava nos sub-21. E ele disse que é preciso respeitar quem lá está. Se lá está é porque já teve de fazer algo muito grande para representar a Seleção. Ou seja, tem de estar a um nível muito alto. Eu estou no meu nível. Não acho que seja nível de Seleção. Por isso também nunca foi algo que me tirasse o sono.
Estamos às portas do Euro… Acha que esta Seleção é uma das favoritas?
Eu acho que tem de ser, mesmo que possamos tirar um bocadinho a responsabilidade. Tem de ser, pelos jogadores todos que nós temos, pelos clubes onde eles jogam. Porque para lá estarem é porque têm de estar a um nível de excelência. Temos jogadores nos melhores clubes do mundo, isso tem de acabar por fazer a diferença. Porque se eles lá estão, temos de arranjar maneiras de todos... Ou seja, as qualidades de todos eles estarem em prol de um coletivo. Espero que corra bem.
O coletivo é que importa, mas como adepto da Seleção, quem é o seu jogador preferido de Portugal atualmente?
O meu jogador preferido da Seleção é o Jota, pela relação que temos, e por ser um fã. Como adepto, por ser um fã do Jota, do estilo de jogo dele, eu digo o Jota.
E no meio-campo, a sua zona, de quem é que gosta mais?
João Neves.
Falou do seu irmão… Como é que foi quando ouviu o selecionador a dizer que ele não estava convocado?
Eu já sabia há umas horas.
Pois, Roberto Martínez revelou que lhe telefonou antes...
Ele já sabia e informou-me e aos meus pais. Foi muito simples, disse-lhe: vamos para o Algarve, passar uma semaninha, para eu estar contigo e com as miúdas. Ele sempre foi um jogador com uma maneira de estar muito tranquila. Claro que a Seleção é sempre uma recompensa do nosso trabalho. E obviamente ele, por ter vindo a ser uma presença regular na Seleção, tinha as suas ambições de ser chamado, mas não foi. Está tudo bem e é continuar a trabalhar e ele sabe disso.
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