Vítor Bruno é vítima das finanças, Amorim ninguém contesta, mas...
Depois da final da Taça de Portugal, Gyokeres e Zé Pedro voltam a reencontrar-se. Foto: Miguel Nunes

Vítor Bruno é vítima das finanças, Amorim ninguém contesta, mas...

OPINIÃO01.08.202412:00

Jogo pode influenciar a restante campanha de ambos os clubes. Para já, no Porto a prioridade passa por segurar as mais-valias e em Alvalade ainda há tempo para adiar as compras

Agora é a sério. Acabaram as facilidades da pré-temporada e no sábado joga-se já um título. O primeiro da época. Está aí a Supertaça Cândido de Oliveira, com um sempre apetecível clássico Sporting-FC Porto. Um jogo que pode influenciar a restante campanha de ambos os clubes, apesar de na última edição da prova não ter tido praticamente nenhum impacto. O Benfica conquistou o troféu ao derrotar o FC Porto, mas a vitória em Aveiro não chegou para colorir uma época dececionante das águias, com Roger Schmidt até a ver posto em causa o lugar na Luz. Já os dragões, que também desiludiram no campeonato, acabaram por conquistar a Taça de Portugal. O último título de Sérgio Conceição de azul e branco.

E é por aqui que a Supertaça começa a ganhar importância. O jogo de sábado vai ser o primeiro oficial de Vítor Bruno e todos sabemos como a herança é pesada. Não chegasse o conflituoso divórcio com o até então chefe da equipa, o eleito por André Villas-Boas é também uma vítima das finanças que dinastia de Pinto da Costa não acautelou até ser destronada. No Dragão não há reforços porque não há… dinheiro. Bem pode Vítor Bruno apregoar a qualidade no «ouro da casa», mas todos sabemos que nenhum clube ganha apenas com jovens da formação. É preciso mais. São necessárias mais-valias e se não há capacidade financeira para as contratar, pelo menos que se segurem as existentes no plantel. Este o grande desafio da nova Administração azul e branca. E manter Diogo Costa, Pepê, Galeno, Alan Varela, Evanilson ou Francisco Conceição não vai ser tarefa fácil…

Uma vitória do FC Porto em Aveiro, além da grande injeção de confiança que proporcionaria a Vítor Bruno, também poderia facilitar a tarefa de Villas-Boas. Pelo menos, daria margem de manobra ao presidente para formar um plantel em conformidade com a atual realidade financeira do clube e sem a pressão dos adeptos. Que há décadas estão (bem) habituados a ganhar.

Já uma derrota diante do Sporting poderia levar os dragões a precipitarem-se e a adiarem a resolução dos problemas. O que Pinto da Costa fez nos últimos anos, com bons resultados desportivos e péssimos financeiros.

Em Alvalade tudo parece bem mais tranquilo. Os leões estão respaldados no título de campeão nacional e tudo é mais fácil de construir em cima de vitórias. Seja para vender jogadores, seja para não comprar mais… nenhum. Frederico Varandas conquistou a confiança dos adeptos leoninos e estes, como se sabe, são pacientes. Nesta fase, tudo é bem aceite… se Gyokeres não for transferido. É que o sueco, como constatámos na época transata, é daqueles que vale por meia equipa!

Rúben Amorim tem carta branca em Alvalade e não há quem o conteste, mas também já está a habituar os adeptos a conquistas. Se festejar em Aveiro, mesmo que tenha de improvisar no corredor direito, ninguém vai lembrar-se de Coates ou Paulinho, mas caso perca a Supertaça, depois do desaire com o FC Porto na final da Taça de Portugal, todos vão dizer que para chegar ao bicampeonato, o grande objetivo dos leões, o plantel é curto e que a novela Ioannidis tem de ter final… feliz.