Tosco mas pouco

OPINIÃO07.01.202206:00

Jardel candidato a Puskás; Lage e Amorim; chalupa em sérvio é...

1. Alto, moreno e tosco. As primeiras impressões sobre Mário Jardel quando chegou ao FC Porto, em 1996, remetiam para a caracterização que José Maria Pedroto fizera no início dos anos 80 de Manniche, dinamarquês alto, louro e tosco do Benfica. Sete anos depois, em 2003, ano em que na prática pendurou as chuteiras, no Sporting, antes de entrar numa espiral destrutiva fora dos relvados, o brasileiro agora de regresso a Portugal para participar num reality show continuava alto e moreno, mas em vez de tosco chamavam-lhe um dos maiores pontas de lança da história do campeonato português. Para mim, o melhor! «De cabeça, ele rematava como se fosse com o pé. Até o barulho da bola a sair da cabeça dele era diferente», assim definiu na perfeição João Vieira Pinto, o antigo companheiro em Alvalade, de pai para filho, como o goleador gostava de apelidar quem tantas assistências lhe proporcionava. A glória e a decadência do eterno SuperMário começaram precisamente na cabeça, forte nos duelos com os defesas, fraca a resistir às tentações. O tosco, esse, vale a pena lembrar nesta semana em que se conheceram os finalistas do Puskás, assinou ao longo da carreira alguns golos que hoje seriam candidatos ao prémio. Um disparo de pé esquerdo de fora da área ao Farense, uma bicicleta em Campo Maior, um remate de letra ao Juventude de Évora (em 45’, sete golos)... Quem viu, viu, quem não viu...

2. Bruno Lage foi campeão na Luz, falhou na segunda época e foi logo despedido. Talvez os encarnados já tenham tido um Rúben Amorim sem terem percebido.

3. Em poucas palavras: Novak Djokovic tentou entrar na Austrália sem estar vacinado e viu esse pedido ser recusado. O tenista estará prestes a anunciar que o movimento da raquete pode bastar para afastar o Covid-19. Como se diz chalupa em sérvio?