Tão generosos que ligas e clubes são...

OPINIÃO07:20

Afinal, o Mundial de Clubes nem precisa de começar. Todos estão dispostos a pagar à FIFA, desde que não tenham de jogar com equipas da Nova Zelândia ou da Tunísia...

Os objetivos que tem para o mundo do futebol também os temos nós. Não somos egoístas. Isto não se resolve com um Mundial de Clubes

Javier Tebas, presidente da liga espanhola, em apelo a Gianni Infantino, homólogo da FIFA


Afinal, a FIFA pode estar descansada. Quer mais dinheiro para desenvolver o futebol mundial, mas não precisa de fazer mais competições por causa disso. Os grandes clubes e as grandes ligas vão, generosamente, entregar-lho, desde que não sejam obrigados a jogar com clubes da Nova Zelândia, da Tunísia ou dos Emirados Árabes Unidos. Isso é que não. Já têm jogos que chegue, e uma competição que se prolonga até 13 de julho não permite preparar convenientemente uma época com uma digressão aos Estados Unidos ou à China para jogarem uns contra os outros.

Javier Tebas, presidente da liga espanhola, garantiu isso mesmo a Gianni Infantino, homólogo da FIFA, enquanto apelava para acabar com o Mundial de Clubes antes sequer dele começar. E como não confiar no presidente da liga que tem os dois resistentes da Superliga, Real Madrid e Barcelona — alegadamente começa em setembro; vão jogar um contra o outro por esse mundo fora?

Queixava-se Tebas, há uns anos, que os clubes da Superliga queriam ficar a jogar sozinhos e que o facto de não terem de lutar para se apurarem para as provas da UEFA iria destruir as ligas nacionais, mesmo que nelas continuassem a competir. Mas a Superliga, pelo menos na versão 2.0, também prometeu criar um mecanismo para fazer chegar dinheiro a quem nela não participava, à semelhança do que faz a UEFA. Em que ficamos? Não chega então pagar para não jogar?