Sporting: foi antes que Varandas esteve entre a espada e a parede
O momento é de decisões em Alvalade, mas convenhamos que o presidente do Sporting já esteve em situação pior
O Sporting precisa do seu líder. O momento pode ser decisivo na temporada, mas as repercussões serão maiores no futuro a médio prazo. Esse líder, claro está, é Frederico Varandas.
O presidente do Sporting tem uma questão bicuda para gerir, mas convém lembrar que entre a espada e a parede esteve em 2019/20, quando Silas não resultou e o Sporting parecia mergulhar numa depressão infinita.
O momento não é igual. Hoje, o Sporting é um clube melhor do que aquele que era em março de 2020, quando Amorim chegou.
Melhor nas finanças, nos resultados, na autoestima até. Amorim iria sempre sair um dia. Fosse esse dia hoje, sexta-feira ou no final do contrato.
A questão é, obviamente, passar da ilusão, com todos os motivos para isso!, de um bicampeonato à dúvida instalada a meio de um campeonato.
Varandas tem decisões para tomar. Hugo Viana está de saída e vamos ver se, perante todo o cenário, confirmado com a comunicação à CMVM, não seria preferível libertar também o diretor-desportivo em janeiro e antecipar a já anunciada reorganização na estrutura do futebol com a equipa na frente/a lutar pelo título, ou seja, numa altura em que os resultados são bons.
O líder leonino tem de apelar à serenidade e isso acontecerá pelo modo como se abordar a mais que provável saída de Ruben Amorim. Duas notas aqui: 1. convém lembrar o passado do treinador nesta matéria, Amorim foi alguém que esteve com um pé nos sub23 do Benfica e voltou atrás à última hora, simplesmente porque não gostou do que lhe foi apresentado no Seixal; portanto, com Amorim, é mesmo preciso haver 'preto no branco', sendo que estar mais uma vez associado a um clube inglês e não chegar a acordo também não o beneficiaria em nada. 2. essencial assumir antes do jogo com o Nacional, como o Sporting o fez, de que o interesse do Manchester United é real.
Ruben iria sempre sair um dia, e o Sporting iria sempre continuar depois disso. Estamos muito perto desse momento.
Mesmo não estando com as costas contra a parede, Varandas tem de perceber a delicadeza da hora. Os sportinguistas exigirão uma coisa: que os interesses do clube sejam defendidos, independentemente do que possa decidir, se não decidiu já, Ruben Amorim.
Embora saibamos que os resultados ditam demasiadas vezes as análises sobre decisões, se se guiar por essa ideia, Varandas estará mais certo do que errado.
Já agora, perante todo este cenário, quem sabe se este não é um momento decisivo para Frederico Varandas mostrar que toma boas decisões e mudar a imagem, existente, de que esteve sempre dependente do que Viana e, sobretudo, Amorim fizeram.