Sporting-Benfica: a vantagem para o dérbi mudou?

Disputado a meio de uma temporada em que ambos já trocaram de treinadores, este Sporting-Benfica de Leiria pode mudar o momento de duas equipas que ainda têm para disputar a Taça de Portugal e, sobretudo, o campeonato

Benfica e Sporting em novo duelo, para a disputa da 20.ª final entre os eternos rivais lisboetas. Será o episódio 324 da série, promete golos e acima de tudo vale um troféu. Acima de tudo porque este dérbi não vale só isso.

Disputado a meio de uma temporada em que ambos já trocaram de treinadores, este Sporting-Benfica de Leiria pode mudar o momento de duas equipas que ainda têm para disputar a Taça de Portugal e, sobretudo, o campeonato. A Champions é para competir, pois não entra nos objetivos realistas de se conquistar um troféu.

O primeiro dérbi de 2024/25 foi jogado há muito pouco tempo. Tão pouco que as feridas abertas no lado encarnado não sararam totalmente, nem o ânimo do lado verde e branco está nos níveis pré-João Pereira. Esse dérbi do José Alvalade – vitória leonina por 1-0, como certamente todos se recordam – teve circunstâncias especiais, desde logo a estreia de Rui Borges no banco.

Essa novidade deu ligeira vantagem ao Sporting. Mas uma ligeira vantagem num dérbi pode ser uma grande coisa. Lage teve de enfrentar o dilema: jogaria o Sporting com uma linha de três defesas ou mudaria Rui Borges para uma linha de quatro? A resposta chegou com uma primeira parte em que os leões foram dominadores e resolveram esse dérbi.

Mas será que essa ligeira vantagem que Rui Borges tinha de surpreender o adversário não mudou para o lado de lá? Bruno Lage tem mais certezas hoje de como se vai apresentar o leão em campo do que a 29 de dezembro do que o oposto: o Benfica defrontou um SC Braga com linha de três defesas ns meia-final e com um onze diferente do mais habitual e isso também dificulta a vida de Rui Borges.

Os dérbis são, por norma, recordados por episódios. Há o dérbi de Sabry, o dérbi de Luís Loureiro, os 5-3 de Djaló ou os dois autogolos, ainda por esclarecer, de Beto...

Há um a que chamo o “dérbi da lã de vidro”. Leonardo Jardim, treinador leonino, tinha preparado uma tática diferente para o Benfica de Jesus. A lã de vidro que caiu do “telhado” adiou o dérbi de domingo para terça-feira e o efeito surpresa foi-se. Como diria Mário Jardel, dérbi é dérbi e vice-versa. Não faço ideia, nunca ninguém faz, do que vai acontecer no dérbi. Mas que a vantagem pré-jogo pode ter mudado, lá isso me parece. Parece coisa pouca, poderá não ser bem assim.

Jogue-se o dérbi, pela 324.ª vez.