Sérgio gosta do vermelho!

OPINIÃO11.08.202306:30

Com o sabor amargo daqueles derradeiros minutos, assim terminou uma final justamente ganha pelo Benfica

AINDA estamos a sossegar a nossa excitação vivida na noite de quarta-feira na Veneza de Portugal ou na Pátria dos Ovos Moles. Era de esperar que a final da Supertaça fosse uma partida de bulir com o nervoso bestunto de cada um de nós, mesmo daqueles que dizem que não gostam do jogo da bola, mas não tiram os olhos da televisão. 

Era uma partida de resposta para os adeptos dos dragões, ainda ‘desfalcados’ das contratações de Nico e de Varela, tendo pela frente outro antagonista, ou seja, uma águia agoniada pela ausência de Gonçalo Ramos, o homem-golo do último titulo de campeão. E na verdade, os comandados de Roger Schmidt, entraram no jogo com um figurino táctico que fez comichão na longa barba do… Barbas da Caparica. O alemão colocou na mesa uma caldeirada mal amanhada, mas que abriu o apetite da rapaziada de Sérgio Conceição, a qual, durante a primeira meia hora teve a mesa farta, apesar do mau sabor do jogo jogado. O empate sem golos ao intervalo era uma coisa de sabor sem sal para os encarnados, pois poderiam regressar ao balneário de cabeça baixa. Mas o futebol tem surpresas e duma bola fora pode nascer um golo…

Foi o que aconteceu, o treinador alemão do Benfica acordou para o jogo e fez entrar o croata Musa, que parece que tinha ficado esquecido no escalamento da equipa que pretendia vencer a Taça. Schmidt não soube contar até 10… e ía ficando mal. Lembrou-se, então, que o Musa que fora esquecido devia entrar em jogo, enquanto dava corda a João Neves e afinava a biqueira das botas do ilusionista Di Maria. O Benfica entraria em campo. Finalmente.

O espectáculo subiu degraus imensos de qualidade por parte do Benfica, remetendo o FC Porto para a posição de espectador ou para uma resposta, a ver se distraía o adversário, duma ementa de mau perder, de simulações de faltas e de faltas a sério no adversário, com o árbitro, coitado dele, o pobre Luís de Évora, que hoje não poderá ir tomar o seu café, começou a ficar daltónico, sem distinguir a cor da cartolina do amarelo e do vermelho. E o que parecia coisa difícil, no primeiro tempo, os encarnados acordaram e descobriram a baliza de Diogo Costa. E marcaram dois golos, que poderiam ter sido mais, perante o desespero e às vezes desnorte dos viajados do Porto.

E quando tudo parecia uma final, digna desse nome, que a FPF e a Liga quereriam que fosse festa do futebol, o capitão do Porto e da Selecção Nacional, bem como homem com idade para ser responsável, o veteraníssimo Pepe afinfou uma joelhada num sítio proibido do fundo das costas, que o árbitro não viu, mas que o VAR, João Pinheiro, não perdoou, mandando Pepe tomar banho mais cedo. Caíu então a Torre dos Clérigos, com Sérgio Conceição a apresentar a sua candidatura à 24ª. expulsão da sua bonita carreira de treinador. Só faltou chamar o Presidente da República para o convencer a aceitar o convite de Godinho para acompanhar Pepe…

Terminaria assim uma final ganha justamente pelo Benfica, com o sabor amargo dos derradeiros minutos, com o seu adversário a não ser o clube que joga sempre, como diz, para ser campeão. E um campeão deve ter comportamento como tal.

Quanto a Sérgio Conceição, não escrevemos o que pretendíamos, pois acreditamos que o ex-futebolista de eleição e treinador eleito também, justamente como sabedor, não aprendeu a saber perder. E não sabemos se algum dia arrepiará caminho ou então decida tomar chá de cidreira. Só tal faltava acontecer ao presidente Pinto da Costa, a poucos meses de querer renovar o seu contrato. É que Sérgio Conceição está a tirar-lhe o sono.

Quanto a Schmidt, cuidadinho com o dinheiro e a confiança que Rui Costa lhe está a dar, pois não pode continuar a inventar ou a esquecer-se do melhor caminho a dar à bola. É que Deus nem sempre está atento. Tão pouco Dí Maria lhe pode prometer magia todos os dias!...


E O BRAGA, MEUS SENHORES? 

TEREMOS de tirar o chapéu à equipa patrocinada pelo Bom Jesus, pois parece que, desta vez, vai mesmo arrecadar os milhões da UEFA, ao reduzir a pequenezes os sérvios do Backa Topola, que levam na bolsa três golos de desvantagem que podem proporcionar, sem exageros, uma passeata turística à bonita Sérvia, para depois se candidatar a pertencer aos grandes da Europa. O dinheiro dos árabes parece estar a render bons juros. O onze de Artur Jorge cresceu muito e atenção ao seu futuro doméstico. António Salvador esfrega as mãos. 


E O JOÃO FÉLIX?

DAQUI por duas semanas quando voltarmos a este cantinho, vamos ver em que capítulo irá a telenovela. Simeone estará a ser implacável, mas não tem na equipa madrilena gente muito melhor que o internacional português. Não será fácil aturar o Sergio da Conceição de Madrid, mas também não será mentira que Félix é daqueles pontas de lança que julga que os golos se compram no El Corte Inglês, pois é preciso seguir o bom exemplo de Ronaldo e trabalhar todos os dias, todos, todos...


PARABÉNS, AO FUTEBOL

TERMINAMOS, ficando no Porto, para darmos o devido relevo da chegada de um jovem economista a dirigente para gerir os dinheros da Liga de Futebol. Vasco Pinho nasceu a ver a bola a saltar, no velhinho Padroense, em Matosinhos. E o fomento do futebol que está a desenvolver a AF Porto tem igualmente um dedo do novo dirigente da Liga.