Benfica: seca de golos de Pavlidis preocupa

Avançado em novo jejum . Estrutura do futebol profissional esperava mais do grego. Arthur Cabral e Amdouni pressionam para entrar no 11

Bruno Lage desabafou, no fim do jogo com o Bolonha, que «foi pena o golo de Pavlidis ter sido anulado», logo aos dois minutos da partida da Liga dos Campeões, quarta-feira, no Estádio da Luz. Naquele momento dois problemas estariam resolvidos — o avançado grego acabaria o jejum de golos marcados e o Benfica criaria condições para fazer um melhor jogo, especialmente na primeira parte.

A falta de golos de Pavlidis tem sido um assunto recorrente esta época. Depois de marcar dois ao Santa Clara, na Taça da Liga, e acabar seca de cinco jogos, Lage afirmou que Pavlidis «não era o pior ponta de lança do mundo» nem, naquele momento, passou a ser «o melhor» A verdade é que depois o internacional helénico de 26 anos só voltou a marcar contra o Mónaco e ficou em branco com Bayern, FC Porto, Arouca, V. Guimarães e, quarta-feira, Bolonha.

«O Arthur [Cabral] não ameaça ninguém. O Arthur, o Zeki [Amdouni] e o Pavlidis trabalham para a equipa. Há uns tempos falava-se da crise [de golos] dos avançados e agora vemos os últimos três jogos [referia-se a Mónaco, E. Amadora e FC Porto, n.d.r.] e cada um deles marcou, com movimentos de ponta de lança muito interessantes. E isso é que nos deixa satisfeitos, estão a aprimorar movimentos na área, os golos de cabeça não surgem por acaso, eles têm trabalho muito esse aspeto. Deixa-me satisfeito saber que temos o Pavlidis com seis golos, o Arthur e o Zeki com quatro. Isso é que é importante», afirmou Bruno Lage, em conferência de Imprensa, antes do jogo com o Arouca, em defesa de Pavlidis.

O treinador do Benfica irá manter, publicamente, essa posição de apoio ao avançado, com o qual tem trabalhado e conversado para que ele possa responder com golos ao que dele se espera. Tem alimentado a confiança de Pavlidis e reforçado positivamente todos os movimentos que contribuem para golos marcados por companheiros e todas as ações de pressão ao adversário.

Mas, como qualquer avançado, Pavlidis vive de golos e esta época marcou seis — a Casa Pia, Boavista, Santa Clara (2), Farense e Mónaco — em 20 jogos (17 como titular). É impossível ignorar também as reações de frustração depois de oportunidades perdidas — pelo menos duas claríssimas contra V. Guimarães e Bolonha.

Os companheiros, como fizeram com Arthur Cabral no jogo com o E. Amadora, estão ao lado de Pavlidis. E todos, a começar pelo avançado, esperam mais.

Se no Seixal existe preocupação pela seca de golos de Pavlidis, o mesmo acontece nos gabinetes da estrutura do futebol profissional. A expectativa em relação ao desempenho do avançado, por quem o Benfica pagou €18 milhões, era (e continua a ser) elevada.

Depois de uma época sem a afirmação de ponta da lança, os responsáveis encarnados entenderam que tinham encontrado a solução em Pavlidis, amor antigo na Luz e só concretizado no último verão. Mas Pavlidis não marcou golos que correspondam às expectativas. E, por isso, também há preocupação de quem gere o futebol dos encarnados, por prevalecer a ideia de que será muito difícil alcançar os objetivos sem um ponta de lança a marcar com regularidade.

Zeki Amdouni e Arthur Cabral espreitam a oportunidade de entrar de início com o Aves SAD, domingo. Mas Bruno Lage ainda deverá confiar em Pavlidis para o onze.