Sem limites
És um recorde do próprio futebol global e também a personificação do lema olímpico: ‘Citius, altius, fortius’, o mais rápido, o mais alto, o mais forte
PARABÉNS Cristiano. Felicito-te por conseguires mais um recorde dos muitos que tens conseguido e que são prestigiantes para ti, mas também para Portugal e para todos os portugueses (no dia 1 deste mês, 111 golos na Seleção). São muitos e diversos os recordes que foste ultrapassando, com um profissionalismo exemplar aliado ao teu enorme talento e à tua capacidade única de trabalho e esforço. És um recorde do próprio futebol global e também a personificação do lema olímpico: «Citius, Altius, Fortius», o mais rápido, o mais alto, o mais forte. Muitas felicidades e que consigas atingir o que ainda ambicionas. Portugal reconhece o teu enorme talento e agradece o enorme prestígio que trazes para o nosso país. Um forte abraço com amizade e admiração.
SELEÇÃO NACIONAL
N O início de setembro, na fase de apuramento para o Mundial-2022, a nossa Seleção defrontou, no dia 1 de Setembro, a Irlanda. No Estádio do Algarve, o jogo com a República da Irlanda, aos 14’, criou ansiedade acrescida com a defesa do guarda-redes no penálti de Cristiano, motivando o adversário que se conseguiu colocar em vencedor. A perder, Portugal não conseguia circulação rápida. No segundo tempo, com as diversas alterações, a equipa ganhou confiança, lutou com determinação e as substituições resultaram. E quando parecia perdido, Gonçalo Guedes e João Mário fizeram as assistências que Ronaldo não desperdiçou (aos 89’ e 90’+6) e Portugal venceu no último segundo. No dia 4, Portugal enfrentou o Catar, num jogo de preparação, disputado na Hungria. A equipa nacional entrou com nova equipa integral, circulando com velocidade. André Silva fez o 0-1, Otávio, na estreia, marcou o 0-2 e aos 43’ o Catar ficou reduzido a 10 jogadores por expulsão. Na 2.ª parte, em inferioridade numérica, o Catar foi mais destemido e reduziu aos 61’. Aos 83’ Bruno Fernandes, de grande penalidade, decidiu o resultado, 1-3 a favor de Portugal. Ontem jogámos com o Azerbaijão, no Estádio Olímpico de Baku, e a nossa Seleção mostrou a sua classe, o controlo eficaz do jogo, com um meio-campo fantástico a coordenar e mantendo a posse da bola com circulação precisa. Aos 26’, 31’ e 75’ Portugal marcou três golos, em jogadas coletivas, finalizadas por Bernardo Silva, André Silva e Diogo Jota.
SELEÇÃO SUB-21
N O dia 6 de Setembro, Portugal jogou com a Bielorrússia, estreando 15 novos jogadores num conjunto de 24: ousadia e competência! Ao longo dos anos temos realizado um trabalho notável na formação de jovens jogadores, com a colaboração indispensável dos clubes e a estabilidade de Rui Jorge como selecionador, há mais de uma década. Trabalho estruturado com visão de futuro e com a criação de métodos e cooperação que falam por si. A nossa Seleção, na fase de qualificação para o Europeu-2023, entrou confiante no Estádio José Gomes, na Amadora, criando oportunidades, controlando totalmente o jogo e marcando o golo da vitória aos 32’, numa grande penalidade convertida por Fábio Vieira. Na segunda parte, o ritmo foi baixando mas Portugal poderia ter dilatado bastante o resultado.
ÚLTIMA HORA
A S esperadas transferências para conseguirem elevados encaixes financeiros, nas equipas portuguesas, ficaram aquém do esperado, embora se tenham conseguido bons negócios. A transferência de maior vulto foi a de Nuno Mendes do Sporting, emprestado ao PSG, com taxa de 7 milhões de euros e com opção de compra no final da época por 40 milhões, incluindo empréstimo de Pablo Sarabia ao clube de Alvalade. Além disso, o Sporting resolveu casos pendentes e aligeirou encargos. O Benfica recorreu ao empréstimo de Vinícius, Chiquinho, Florentino e outros, ainda a rescisão com Samaris e a chegada de Lazaro por empréstimo do Inter. O FC Porto reforçou a equipa mantendo jogadores imprescindíveis e mesmo assim conseguindo receita de 21 milhões por cedências e transferências. Portugal é sempre um dos países que, nas devidas proporções, consegue mais lucros nas transferências, mas também um dos que paga mais comissões a intermediários. O Real Madrid contratou o jovem médio de 18 anos Eduardo Camavinga ao Rennes (estreou-se na Ligue 1 com 16 anos), por 30 milhões, podendo atingir os 40 milhões em função de metas definidas, superando as intenções do PSG. O contrato tem duração até 2027. Será que o fair play financeiro está fora de jogo? Com este caminho, as consequências poderão ser graves para o futebol.
RISCO DE CONTAMINAÇÃO
O atual presidente do Barcelona revelou que o clube acumulou uma dívida «dramática» de 1,35 mil milhões de euros, responsabilizando o anterior presidente. Joan Laporta confirmou o saldo líquido negativo de 451 milhões e a perda de Messi para o PSG, em função dos valores exigidos e com a difícil tarefa de equilibrar as contas. O presidente que saiu, Josep Bartomeu, procurou criar descontentamento nos adeptos, sem assumir as dificuldades económicas que deixou ao clube. Gerard Piqué, ao aceitar a redução salarial para que o Barcelona pudesse inscrever novos jogadores, foi exemplar! A direção aguarda que outros jogadores importantes tenham a mesma atitude, mantendo o clube com realismo: «Tivemos de recorrer a um crédito de 80 milhões» afirmou Laporta. Além dos salários, o Camp Nou precisou de obras urgentes, porque o anterior relatório de 2019 indicava risco de perigo para o público. O clube teve de pagar 1,1 milhões para poder manter a porta aberta. A Covid-19 teve um enorme impacto com perdas muito elevadas e a dívida bancária atingiu os 600 milhões. Entre as despesas mais significativas do anterior presidente, contabilizam-se pagamentos muito elevados a intermediários na contratação de jogadores, sem integrar empresários. Por exemplo, numa contratação de 40 milhões, o Barcelona pagou um prémio de compra de 8 milhões e um de venda de 2 milhões! Será verdade? Afinal os gigantes também correm o risco de cair com estrondo! Aventureirismos, sem garantias, podem aproximar os clubes da implosão. Também o Real Madrid entrou em rota de confronto com o líder da La Liga, chegando ao ponto de Javier Tebas afirmar: «Clubes e instituições suportam as suas ameaças [referindo-se a Florentino Pérez] há anos. Desde 2015 contra a venda centralizada dos direitos de transmissão televisiva, impugnações constantes de acordos, Superliga… O Real Madrid merece mais.» Vivemos momento que exige grande reflexão. Será necessário mudar protagonistas para se poder avançar com qualidade?
REMATE FINAL
O treinador italiano Fabio Capello afirmou ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport: «Cristiano Ronaldo já não acreditava na Juventus. Mas para ele é um final feliz. Acho que ele fez a sua avaliação relativamente à Juventus atual. Suponho que do seu ponto de vista, a equipa já não tinha força para se impor internacionalmente. Foram três anos falhados na Liga dos Campeões e este talvez seja o principal motivo para ele sair. Isto altera a dimensão da Serie A. Aconteceu o mesmo em Espanha com Messi. Os dois campeões que marcaram uma era no futebol mudaram de ares ao mesmo tempo.» O regresso de Cristiano Ronaldo ao Manchester United é um golo certeiro.
O último dia da janela de transferências mobilizou empresários, clubes e verbas avultadas, em função das novas realidades. Contudo, seria melhor para o futebol limitar o prazo dessa janela para o início dos campeonatos, pelas contradições que originam. O empréstimo por um ano com opção de compra de Nuno Mendes ao PSG é sem dúvida o grande negócio do futebol nacional, entre muitos outros, incluindo empréstimos e ausência de propostas que se aguardavam mas não se concretizaram, com jogadores no último ano de contrato, portanto com possibilidade de sair a custo zero.
Miguel Monteiro, no lançamento do peso, Norberto Mourão, nos 200 m da canoagem, conquistaram as respetivas medalhas de bronze, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, juntamente com vários atletas nacionais que conseguiram excelentes prestações. Parabéns aos medalhados, mas também a todos os atletas (conquistamos 23 Diplomas Paralímpicos) porque prestigiaram Portugal. Com dias de prova já concluídos, a chegada dos atletas Paralímpicos afegãos a Tóquio, em segurança, foi mais um momento muito emotivo para todos os participantes.