Seleção, apuramento e recordes
Ronaldo festeja com Roberto Martínez um dos golos na Bósnia; foto Miguel Nunes/ASF

Seleção, apuramento e recordes

OPINIÃO19.10.202309:17

O Selecionador sabe bem o que pretende. A renovação tem sido feita com ponderação, inteligência e naturalidade

O futebol, como jogo de equipa, acrescenta talento, esforço e humildade. O sentido de cooperação é decisivo, porque em todas as vitórias o coletivo é essencial. Nesta fase de qualificação para a fase final do Euro-2024, Portugal, em 8 jogos, venceu sempre e, de forma antecipada, apurou-se ao sétimo jogo. Tratou-se de uma qualificação com muita qualidade, com coesão de equipa e somente no jogo com a Eslováquia sofreu golos. Apuramento com feito inédito. De facto, a nossa seleção tem muito talento em todas as posições e o Selecionador conseguiu unir, nos objetivos e estratégias, um plantel de enorme qualidade. Nos jogos anteriores, aumentou a convicção de que iríamos conseguir esse apuramento precoce. Dos 10 grupos de apuramento, Portugal foi a única seleção a conseguir os 21 pontos na jornada 7. Roberto Martínez conseguiu fundir talento com entrega e humildade para vencer com mérito.

Portugal revelou, mesmo no jogo com a Eslováquia, especialmente na primeira parte, uma sintonia e uma entrega com a determinação de uma equipa onde todos sentem a camisola e jogam para vencer. Antes do jogo, o Presidente da FPF entregou a CR7 uma placa que assinalou os 200 golos na Seleção. Foi um jogo em que na primeira parte Portugal entrou com intensidade, circulação com qualidade e oportunidades de golo. Chegámos ao 1-0, com golo de Gonçalo Ramos (18’), a passe de Bruno Fernandes. Seguiram-se oportunidades desperdiçadas e aos 29’ Cristiano Ronaldo, de grande penalidade, conseguiu o segundo golo. Portugal foi criando lances de perigo, mas com desperdício que poderia ter sido melhor aproveitado e que permitiu ataque do adversário a criar algum perigo na baliza nacional. Uma palavra para a qualidade da relva numa noite de chuva forte.

No segundo tempo, um certo deslumbramento nacional e uma reação mais forte da Eslováquia. Aos 69’, um remate de fora da área tabelou num nosso central e traiu Diogo Costa, marcando o primeiro golo sofrido pela nossa Seleção. Um pouco de abrandamento que era preciso contrariar e algumas perdas de bola que mereciam mais concentração. De imediato, numa jogada rápida, Bruno Fernandes (que fantástico jogador e líder no campo) assistiu CR7 que marcou o 3-1 aos 72’. Com 3-1, Portugal voltou a relaxar um pouco, deu alguma iniciativa ao adversário e, num momento de falta de marcação, permitiu um remate forte de fora da área e impossível defesa, um golaço: 3-2 aos 80’. Nos minutos finais, jogo partido para ambas equipas, sem a segurança da primeira parte e com um final mais intenso da Eslováquia, numa fase em que Portugal estava mais desligado, permitindo abrir espaços à organização e falhas de coordenação. Houve desperdício de oportunidades da equipa nacional, com CR7 em campo durante todo o tempo, com algumas falhas para serem corrigidas. Esse jogo começou muito bem, uma primeira parte de excelência, mas uma segunda parte com menos fulgor, mais partida, em vez do jogo unido que tão bem fizemos na primeira parte, porque o recuo da segunda parte criou alguma ansiedade até ao apito final. Temos uma Seleção de grande competência, com jogadores de muita qualidade e um maestro talentoso: Bruno Fernandes, pelos golos, pelas assistências e pela capacidade de gerir as dinâmicas. No final, para as estatísticas ficam o 202.º jogo e os 125 golos de CR7 pela Seleção, com a possibilidade de ser o único jogador a disputar seis fases finais, com o público a aplaudir a equipa de todos nós do princípio ao fim, com o carinho que os atletas merecem e o estádio completamente unido por Portugal: foi bonito de ver e de sentir! Desde 2000 que Portugal consegue a presença na 13-ª fase final consecutiva (Euro e Mundial). Rafael Leão afirmou no final do jogo: «No Porto, os adeptos dão sempre uma ajuda incrível.»

Roberto Martínez analisou, antecipadamente, o jogo com a Bósnia, continuando com o mesmo foco para vencer o grupo, procurando manter o mínimo de alterações. Sobre a influência de Bruno Fernandes, valorizou as sete assistências de um jogador inteligente, que se adapta às qualidades dos companheiros, e realçou a sua competência, quer pela execução, quer pela qualidade em compreender o jogo: «Também gosto muito do seu trabalho sem bola. Um jogador chave para nós», concluiu o Selecionador. Na Bósnia, com os mesmos jogadores, mas com uma ideia específica, o jogo terá de ser diferente, porquanto é uma equipa competente e com muitos jogadores de grande qualidade que deverão lutar ao máximo, por defesa do prestígio. Previsão para um jogo intenso e muito competitivo. Será mantido o modelo de trabalho. O nível da nossa Seleção é muito elevado e depois do jogo com a Bósnia poderão ser definidas decisões no próximo mês. Excelente a divulgação que vai continuar na baliza Diogo Costa. Nesta fase a continuidade é imprescindível, porquanto vencer o grupo é o objetivo.

E assim, no dia 16, Portugal defrontou a Bósnia, um adversário tradicionalmente poderoso e combativo, mas completamente derrotado pela nossa Seleção a todos os níveis, com muito talento individual e coletivo, revelando que Portugal respira confiança, valorizando a continuidade e aperfeiçoando a nossa capacidade. A dois jogos desta fase, conseguimos 24 pontos e o apuramento conseguido no primeiro lugar, com CR7 a conseguir os 127 golos e 203 jogos pela Seleção. O jogo começou com lance de grande penalidade que CR7 converteu no primeiro golo (5’), marcando o segundo aos 20’. Bruno Fernandes (25’), Cancelo (32’) e João Félix (41’) foram os outros marcadores da goleada. Portugal controlou o jogo numa dinâmica forte e com posse de bola em ataques sucessivos, sem que o adversário conseguisse criar uma única oportunidade. Martínez manteve estrutura base e, na segunda parte, fez as substituições necessárias e úteis (estreia de João Neves). Goleada perante uma equipa tradicionalmente forte que serviu para se ter a noção do nosso valor e da capacidade do Selecionador. A segunda parte voltou a evidenciar o domínio total no jogo. Não adianta palpites para entrarem jogadores que os comentadores indicam, porquanto o Selecionador sabe bem o que pretende e como vai concretizar as suas ideias. A renovação tem sido feita com ponderação, inteligência e naturalidade, o que permite maior reforço da nossa Seleção.

FC Porto

Depois da surpresa Zé Pedro, com o regresso em forma de João Mário, Pepê já pode avançar para os seus terrenos mais à frente e criar situações de finalização para servir Taremi e Evanilson, num regresso a uma dupla eficaz e talentosa. Sérgio Conceição, dos 31 jogadores do plantel, já utilizou 27, no total das competições.

O lateral Wendell reconhece que a equipa azul e branca está a crescer bem, com margem de progressão na liga e na Champions. «Sérgio Conceição tem-me ajudado a reconhecer capacidades que não conhecia. (…) Sabemos que temos de melhorar e temos margem para isso.»

Daqui a 6/7 meses, o Universo Porto vai entrar num processo eleitoral, para o qual se desejam os melhores resultados, estratégias e planos para futuro, nunca perdendo a capacidade de unir os adeptos e definir novos desafios indispensáveis.

Remate final

A Federação de História e Estatística do Futebol divulgou a lista dos melhores cubes do mundo: 1.º Manchester City - 304 pontos; 2.º Real Madrid - 291; 3.º Inter de Milão - 254; 4.º FC Porto - 249; (…) 16.º Benfica - 197 (…); 29.º Sporting - 177.

A seleção nacional de sub-21, no Estádio de Barcelos, goleou a Bielorrússia por 6-1, ocupando o primeiro lugar da classificação do respetivo grupo, somente com vitórias e com 14 golos marcados.

A Comissão Europeia decidiu eliminar os relvados sintéticos, num prazo de oito anos, para combater o crescimento de microplásticos que são um risco para a saúde, sendo substituídos por relva natural em defesa da saúde pública. Agora ficou decidido que em 8 anos os relvados têm de ser substituídos. Projetar para o futuro é sempre mais vantajoso do que seguir as modas sem reflexão profunda.

Quatro jogadores italianos estão a ser investigados, em Itália, por eventual envolvimento em apostas ilegais, embora a comunicação social transalpina deixe no ar um número bem mais elevado, correndo riscos de suspensão não inferior a 3 anos e multa avultada.