Remar, remar
O poder do quarto poder; a devida vénia a Jorge Braz; Kelvin, jogador por um dia
A Federação Espanhola de Remo continuará a ser presidida por Asunción Loriente, após ter sido chumbada uma moção de censura apresentada por José Agustín Gómez-Raggio, que parecia reunir a maioria dos votos para destituir a única mulher à frente dos destinos federativos de uma modalidade olímpica no país vizinho. Nada de extraordinário deste lado da fronteira, a notícia propriamente dita, não fosse a mudança de sentido de voto de boa parte dos apoiantes do advogado natural de Málaga justificada com manchete de a Marca de anteontem. «Como alguém assim pode presidir à Federação de Remo!», titulava o diário de Madrid, na capa, ilustrada com tweets de Gómez-Raggio através dos quais proferia insultos a políticos espanhóis, além de outros de cariz racista e xenófobo a árabes e asiáticos. O quarto poder, em todo o seu esplendor, imparcial mas sem a cobardia do manto da neutralidade em temas vitais, ontem, hoje e amanhã, travou as ambições de um hater habituado a vomitar nas redes sociais - e são cada vez mais. «Remar, remar, forçar a corrente», sempre, como nos ensinaram os Xutos & Pontapés.
Jorge Braz guiou a Seleção ao segundo título europeu de futsal, intercalado com a conquista do Mundial. Um prazer assistir à caminhada gloriosa de Portugal nos Países Baixos, a «vitória de uma família», conforme destacaram os jogadores e o treinador. Se na quadra o selecionador deu cartas na forma como organizou a equipa, fora dela encantou pelo discurso só ao alcance de quem nasceu para liderar. A Jorge Braz era capaz de comprar um carro em segunda mão sem hesitar.
Kelvin esteve prestes a voltar a Portugal para o Belenenses SAD. Uma opção de risco se pensarmos que o brasileiro iniciou e terminou a carreira no mesmo dia, a 11/5/2013, no Dragão, onde entrou aos 79’ e marcou aos 90+2’ um golo que decidiu um FC Porto-Benfica e uma Liga. É jogador de museu - será ainda útil no campo?