Recomeço ou um novo começo?

OPINIÃO04.08.202107:00

Voltam as competições e, como sempre, às entidades que tutelam o futebol exige-se imparcialidade, competência e dignidade

Aépoca futebolística vai iniciar-se. Ultimam-se os preparativos, intensificam-se as sincronizações e dinâmicas, guardam-se negócios indispensáveis para o fim do prazo, e tudo começa. O passado serve como memória mas só o futuro pode alcançar a vitória.
Para que a justiça seja uma constante do jogo é preciso afinar e corrigir pormenores que podem desvirtuar a verdade desportiva. Às entidades que tutelam o futebol exige-se imparcialidade, competência e dignidade. Dos árbitros espera-se um novo começo, após análise profunda dos lapsos e falhas inaceitáveis, para evitar conflitos e não impedir o nosso futebol de evoluir.
Aos dirigentes cabe a complexa tarefa de criar condições, de liderar com eficácia, de saber antecipar e encontrar soluções adequadas, tendo sempre presentes os interesses do clube mas também da competição em geral. Respeito não pode ser unicamente um slogan, mas antes uma forma de saber estar no futebol.
Há decisões incorretas que atribuem títulos e causam descidas, que deveriam merecer sanções na justa medida. Criar um plano para deteção de talentos na arbitragem, para uma renovação qualificada, é o rumo certo para a evolução. Atentem na qualidade dos árbitros do último Europeu…
Aos treinadores a exigência também é enorme. Além do trabalho durante a semana, dinâmicas, movimentações e jogadas, o foco é o jogo e, caso os níveis de emoção atinjam intensidades difíceis de controlar, tentar sempre um final de jogo sem polémica.
Dos jogadores esperamos tudo, essencialmente aquele lance que prende a atenção e que se sente como um tesouro raro, abandonando estratégias de perda de tempo, entradas maldosas e simulações que empobrecem o jogo. Aos adeptos, que coloquem em primeiro lugar o seu clube, apoiem sempre, sem gastar tempo e atenção a provocações alheias, inclusivamente as que alguma comunicação social alimenta para seu interesse.
Futebol é jogo fantástico, é sonho a acontecer, é viajar no tempo e sentir a imprevisibilidade como destino. Acreditar até ao fim, particularmente quando é preciso fornecer à equipa mais garra e maior determinação.
O resto só é importante para quem cria espaços de discussão fanatizada e não consegue entender a beleza do jogo, o passe impossível e perfeito, a assistência para uma finalização inesperada e o golo que nunca se perde da memória. Que esta época seja um novo e melhor começo!
 

PREPARAR BOM ARRANQUE

DEPOIS de vários jogos de preparação, com crescente exigência (incluindo a vitória sobre os campeões franceses), no estádio da Bela Vista no Algarve, foi a vez do FC Porto defrontar a Roma: Sérgio Conceição e Mourinho, um duelo de campeões, mesmo num jogo particular. Os azuis e brancos entraram a pressionar alto, com intensidade, bem organizados, mais perto do golo. Dinâmicas consolidadas, futebol rápido com objetividade e jogadores a revelarem confiança e qualidade.
As substituições confirmaram várias alternativas. Num lance fortuito, num pontapé de canto, a Roma marcou (57’) com falha individual de marcação. Diversas substituições permitiram voltar a controlar o jogo e aos 89’, numa jogada excelente, Vitinha empatou. Uma palavra merecida pela competência e qualidade tranquila da equipa de arbitragem.
No sábado seguinte, no Dragão, o FC Porto defrontou Lyon, concluindo os jogos de preparação. O dragão começa cedo a vencer com objetividade e a meio do primeiro tempo volta a marcar. Jogo disputado com muita agressividade e um onze diferente do habitual.
O marcador e as substituições foram sofrendo alterações: ao intervalo o FC Porto vencia por 2-1. Segunda parte com muitas substituições e o marcador a alterar-se sistematicamente: do 2-2 até 5-3, com final competitivo e eficaz.
 

A SUPERTAÇA

OGoverno decidiu aplicar as indicações da Direção-Geral de Saúde e abrir as portas aos adeptos do Estádio Municipal de Aveiro para o jogo do primeiro título da época. Cerca de 10 mil adeptos (33% da lotação: dos cerca de 9 mil, só cerca de 6 mil bilhetes foram vendidos) assistiram ao jogo entre o Sporting e o Braga.
Naturalmente com a exigência de apresentação de certificado de vacinação completa ou de teste negativo, até 72 horas anteriores ao jogo, ou teste antigénio negativo até 48 horas antes do jogo e temperatura corporal inferior a 38 graus, na entrada no estádio.
As diversas entidades entenderam-se e os clubes tiveram a tarefa de criar regras precisas para atribuição dos bilhetes. Além disso foram exigidas as normas de distanciamento social.
Quanto ao jogo, o Braga entrou forte, pressionando alto, muito organizado e aos 20’ vencia por 0-1. O Sporting respondeu, intensificou ritmo e empatou logo a seguir. Aproveitando o erro de adversário, o Sporting, perto do intervalo, passou a vencer por 2-1 com total naturalidade. Os minhotos sentiram e perderam a ligação.
Segunda parte com mais controlo do Sporting e o Braga sem a coesão habitual. Arbitragem a carecer de maior qualidade. O Sporting venceu o primeiro troféu desta época. As competições para o futebol profissional obrigam, dentro dos recintos, a respeitar intervalo de duas cadeiras de distanciamento entre adeptos, sinalética para o distanciamento físico, utilização de máscara e circuitos específicos de entrada e de saída, identificados nos estádios.
Reforçar campanha de vacinação, sensibilizando os adeptos para cumprir as regras, caso contrário poderá ocorrer um retrocesso por falta de cuidado, o que seria um elevado prejuízo para cada clube.
 

Competição nacional voltou com a Supertaça. Agora, espera-se um «novo tempo»!


LAMENTÁVEL!

POR vezes, somos os mais duros críticos do que se passa no nosso país. É sempre útil usar a ponderação e analisar com objetividade. Na Championship (equivalente à nossa Segunda Liga) o Derby County, clube com grandes problemas financeiros, não consegue contratar jogadores porque não apresenta relatórios financeiros referentes a anos anteriores. Por isso, ainda só conseguiu registar nove jogadores incluindo dois guarda-redes.
À falta de mais, o treinador Wayne Rooney, participou como jogador no treino e teve uma entrada exagerada sobre o jovem médio de 21 anos Jason Knight, que vai afastar o jogador da competição, no mínimo por 12 semanas. Aliás, o treinador tem sido notícia por motivos pouco edificantes. O futebol, em casos como este, não preserva a dignidade do jogo. Afinal em todos os países, mesmo os mais evoluídos e com maiores possibilidades económicas, surgem exemplos lamentáveis.
 

REMATE FINAL

A Haaland, o excelente jogador do Dortmund, foi pedido um comentário sobre a sua eventual transferência que pode atingir os 175 milhões de euros. O craque norueguês respondeu de forma surpreendente: «Espero que seja apenas um rumor, espero que ninguém pague esse dinheiro por uma pessoa, já que 175 milhões é muito dinheiro.» Os dirigentes acreditam que o atleta vai continuar no clube «mas se chegar um louco e colocar 200 milhões na mesa será difícil explicar aos nossos acionistas o motivo de uma recusa», referiu o antigo craque alemão e atual diretor, Matthias Sammer.

 Allegri, o regressado treinador da Juventus, divulgou ter recusado, por duas vezes, o convite de Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, bem como propostas de outros emblemas. Por isso decidiu aceitar a proposta de Agnelli quer pelos adeptos, quer pelos títulos a conquistar. Quanto a Cristiano Ronaldo foi perentório: «O Ronaldo é um grande campeão, um jogador extraordinário (…) Tínhamos uma equipa muito experiente e agora é recheada de jogadores jovens (…) Ronaldo terá maior responsabilidade do que há três anos, será um exemplo para os mais jovens entenderem o que é a Juventus e vai continuar a marcar muitos golos.»

 Neemias Queta, jovem basquetebolista português, é o primeiro a chegar à NBA, curiosamente onde também jogou a basquetebolista lusa, Ticha Penicheiro, nos Estados Unidos da América, nos Sacramento Kings.

 Patrícia Mamona conquistou a medalha de prata no triplo salto, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, melhorando o recorde nacional para 15,01 m. Muitos parabéns!