Sporting-Casa Pia, 2-0 Os destaques do Sporting: Trincão em grande slalom a passar todas as barreiras
Esquerdino passou por três casapianos para entregar ao goleador Daniel Bragança o golo que desbloqueou o jogo a favor dos leões. Estranho? Nem por isso... Israel foi dos melhores
O melhor em campo: Trincão (7)
O Casa Pia estava estacionado em frente à sua baliza e não havia forma do Sporting ultrapassar a barreira que também lhe causava obstáculos a nível mental, emocional e físico porque se enervava e porque o jogo com o PSV Eindhoven também tinha peso na fatura a pagar em termos de fôlego para abordar a partida. Até que Francisco Trincão pegou na bola e em grande slalom passou por três casapianos sempre com o esférico junto ao pé esquerdo — teria cola ? — e o entregou a Daniel Bragança, que, de baliza escancarada, não perdoou. Estava desfeita a igualdade mas o vianense queria mais e ainda ficou perto do golo num remate fortíssimo (67’) e ameaçou de cabeça (75’). Alvalade, aos poucos, rende-se a um talento que demorou a afirmar-se mas que, de momento, é crucial no esquema de Rúben Amorim, que teve o mérito de nunca o deixar cair.
6 Franco Israel — Pode parecer estranho tendo em conta o acanhamento ofensivo dos gansos, mas a verdade é que o uruguaio teve papel muito importante para os leões, quando, ao minuto 2, ainda a frio, impediu o golo de Svensson. Na segunda parte, aos 65, é certo que o atacante casapiano estava em fora de jogo, mas ficou para memória futura a defesa efetuada. Pablo Roberto também o tentou bater (68’), mas Israel fechou-lhe a porta da baliza.
6 Quaresma — Louve-se o esforço de quem restava em défice físico mas nunca virou a cara à luta e tentou levar a equipa para o ataque enquanto teve pernas e abertura mental para esse efeito. Na segunda parte já estava em claras dificuldades.
6 Debast — Jogou no centro da defesa e organizou-a sem grande dificuldade perante a inoperância atacante adversária. Ganhou grande parte dos duelos com Cassiano e tentou, com sucesso, alguns passes longos.
5 Gonçalo Inácio — Jogou descaído para a esquerda da defesa e não teve o melhor dos jogos porque, num dos seus principais atributos, o passe a quebrar linhas adversárias, não esteve bem. De resto, notou-se que não está em grandes condições físicas, tal como Rúben Amorim tinha advertido.
5 Geny Catamo — Apenas se soltou no segundo tempo e sem grandes exuberâncias em termos ofensivos. Sinal mais num remate (54’) que passou perto do poste. Na primeira parte, nem sempre tomou as melhores decisões perante a floresta de pernas que estavam à sua frente.
6 Hjulmand — Impôs o físico em muitas ocasiões e teve o discernimento de, bastas vezes, retirar a bola de zonas de alta densidade de jogadores do Casa Pia. Definitivamente, é um líder e a braçadeira assenta-lhe bem.
7 Daniel Bragança — O golo marcado não foi de difícil execução, é verdade, mas teve o mérito de aparecer na área em zona de privilégio. E a estatística não mente e já são três os jogos consecutivos a marcar. Além disso, a qualidade de passe ficou mais uma vez provada à sociedade. Falta-lhe um pouquinho mais de intensidade para passar para o nível seguinte mas com o tempo poderá lá chegar, tendo em conta que tem 25 anos e e esteve uma temporada, a de 2022/23, parado devido a uma lesão gravíssima num joelho.
5 Maxi Araújo — É verdade que carrega muito jogo pela ala esquerda mas raramente levanta a cabeça, o que o penaliza quando tem de tomar decisões.
6 Gyokeres — Já andava algo zangado porque, imagina-se, não marcava há dois jogos. O jogo não esteve de feição para as suas características porque o Casa Pia, num bloco muito baixo, não deixava espaço nas costas para o sueco o poder explorar. Mas tentou, porfiou, nunca virou a cara à luta e ao contacto físico até que foi ceifado na grande área e o árbitro assinalou penálti, que concretizou com a frieza habitual. Estavam feitas as pazes com o golo.
5 Harder — Entrou para jogar mais descaído para a ala esquerda mas esteve muitas vezes no meio. Tentou muito, rematou, demonstrou enorme vontade, mas os deuses do futebol não estavam consigo e saiu ao intervalo.
6 Morita — Num lugar que lhe é pouco habitual, mais avançado no terreno, mostrou a dinâmica habitual e ajudou a confundir a defesa casapiana. Esteve perto do golo (47’ e 55’) e efetuou um grande corte (85’).
5 Nuno Santos — Entrou para se colar à ala esquerda e arrancou alguns cruzamentos, sem grande perigo.
5 Fresneda — Jogou numa posição que não lhe era muito habitual, na zona central mais à direita e, diga-se, não foi obrigado a muito trabalho.
5 Quenda — Naquele seu estilo meio desconcertante de talento puro ajudou a manter em sentido a defesa contrária.
— Esgaio — Entrou já mesmo na fase final da partida, sem que se tenha feito notar muito.