Quase parece os torneios de abertura e clausura
AVB
André Villas-Boas foi eleito o melhor treinador do campeonato francês, após ter conduzido o Marselha ao segundo lugar naquela competição, ou seja, o primeiro de todos após o inalcançável Paris Saint-Germain (PSG). Não é um feito menor o conquistado pelo técnico luso, antes se configura como mais uma prova do nível da escola do nosso futebol.
David Tavares & outros
O jovem atleta da equipa B do Benfica não é só outro caso de um futebolista contagiado pelo raio do vírus vindo da China. Mas é o primeiro nome de um atleta pertencente a um dos chamados três grandes. Evidentemente que não são conhecidas as identidades de todos quantos foram já diagnosticados como estando infectados. Nem sequer quantos são exactamente. Mas sabemos que em Itália o primeiro a ser caso oficialmente participado foi o de um jovem internacional italiano, Daniele Rugani, da Juventus. Clube pelo qual também alinha outra vítima - o internacional francês Matuidi. Outros jogadores de topo na mesma situação são dois centrais do Valência, com a particularidade de ambos terem jogado várias temporadas em Portugal: Garay e Mangala (no Benfica e no FC Porto, respectivamente). Redundante será dizer mais o quer que seja sobre este drama. Mas os próprios podem sempre recordar-se da razão pela qual escolheram ser profissionais de futebol, para o efeito repetindo as palavras do poeta Sebastião da Gama:
«Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
(…)
- Partimos. Vamos. Somos.»
Danny Rose
Na pátria do futebol, um dos argumentos a certa altura invocados para sustentar a pretensão do imediato retorno das competições desportivas reportava-se ao ânimo popular que daí resultaria. Mas tal tese está mesmo muito longe de ser compartilhada de forma consensual. Por exemplo, Danny Rose, o internacional inglês dos spurs, não se perdeu no emaranhado das palavras dúbias: «Quero que o moral da Nação se lixe. Estão vidas em risco.»
Liga DGS
«Renascido a 4 de Junho». Foi este o título, assaz feliz, escolhido para a edição deste jornal do passado dia 12. Mas, porém, há um porém. Porque se é a data em que o futebol nacional vai ser resgatado do degredo a que se viu votado, a verdade é que, summo rigore, o que aquela manchete anuncia não é a continuação de algo de pré-existente (a Liga 2019/2020), mas sim uma outra coisa. Sim, é certo que não partem todos em igualdade de circunstâncias, com zero pontos. Mas não deixa de ser também verdade que o que ficou por jogar desta temporada não encontra correspondência directa no programa dos 90 jogos que vão ser disputados até 19 de Julho, sem que se saiba ainda quando e onde. Quase parece estarmos perante aquela coisa da divisão das épocas em torneios ditos de abertura, uns, e de clausura, outros.