Para a corda no futebol não partir

Sobrecarga de jogos e a necessidade de acompanhar o negócio

O tema continua atual; aliás, cada vez mais atual. Jogadores e treinadores queixam-se do excesso de jogos, que compromete a condição física dos atletas e de certa forma a integridade das várias competições em benefício de um negócio que vai transformando o futebol a grande velocidade, e, entendo, de forma irreversível.

O futebol deixou de ser só futebol. É um produto, dos mais apetecíveis do Mundo, que gera dinheiro em quantidade quase irrealista e deve, e vai, continuar a ser oferecido aos consumidores numa lógica de lucro. Quem faz parte desta máquina tem de aceitar esta realidade, até porque quem está sujeito ao nível de exigência máximo também recebe muito bem por isso. Esta é uma parte da questão. A outra é que quem se queixa tem razão.

O negócio está mal estruturado e não protege quem o sustenta, os jogadores. FIFA, UEFA e demais organismos responsáveis precisam de refletir, discutir e intervir rapidamente. Não sendo simples a planificação de uma ordem diferente, há soluções que claramente podem ajudar.

A reformulação dos quadros competitivos, reduzindo o número de equipas nos campeonatos principais de cada país (em Portugal talvez ajudasse a esbater as diferenças esta época ainda mais visíveis entre os três grandes e os outros), critérios de inscrição mais apertados, pausas obrigatórias mais longas e, sobretudo, plantéis maiores e mais equilibrados, acompanhados da sensibilização dos treinadores para uma rotatividade maior. Claro que não será simples, mas a discussão vai ter de acontecer para a corda não partir.