Fluminense, vencedor da Taça dos Libertadores em 2023, só garantiu a permanência no Brasilerão na última jornada de 2024
Fluminense, vencedor da Libertadores em 2023, só garantiu a permanência no Brasilerão na última jornada (Foto: IMAGO)

OPINIÃO DE JOÃO ALMEIDA MOREIRA Os piores de 2024

JAM Sessions é o espaço de opinião semanal de João Almeida Moreira, correspondente de A BOLA no Brasil

Em Portugal e na generalidade do hemisfério norte o fim de ano, no fundo, significa metade do ano: os estudantes ainda têm metade das aulas pela frente e os clubes ainda têm metade do campeonato pela frente, por exemplo. No Brasil, fim de ano significa mesmo fim de ano: acaba-se tudo, até aulas e campeonatos. E as férias de natal, no fundo, servem de férias grandes, tão grandes que colam nas do carnaval e atiram o início do ano novo lá para os idos de março.

Serve esta introdução para explicar que no Brasil, ainda mais do que em Portugal, o fim de ano é altura para balanços e retrospetivas de todos os tipos. Como dos prémios de melhores já se falou aqui logo após o fim do Brasileirão, é hora de eleger os piores do ano, nessa e noutras provas, com a ajuda da imprensa brasileira, fértil na elaboração de listas do tipo.

O pior clube de 2024 para a maioria dos brasileiros foi o Fluminense. Apesar de ter escapado da descida em grande estilo, ao vencer na última jornada o vice Palmeiras na casa deste, o Tricolor foi vítima do sucesso do ano anterior: de campeão das Américas com uma equipa de veteranos a roçar o prazo de validade, passou a aflito no próprio país com uma equipa de veteranos na sua maioria já para lá do tal prazo de validade. Entre esses veteranos, Douglas Costa foi considerado a pior contratação pelo site Globo Eesporte por ter saído a meio do ano, jogado (mal) meros 22 jogos e não ter marcado um golo sequer.

Não por acaso o pior treinador do ano, segundo a maioria, foi o mesmo Fernando Diniz que saíra em ombros de 2023 e em ombros entrara em 2024 ao serviço do Flu: falhou nas Laranjeiras, depois de falhar num esquisito part time na seleção, e ainda foi a tempo de perder a (muito ganhável) Copa Sul-Americana pelo Cruzeiro. Mas Diniz, Douglas Costa e Flu tiveram concorrência de peso nas listas: entre treinadores, Tite, que fracassou no milionário Flamengo, Milito, que perdeu tudo no Atlético Mineiro, até uma final de Libertadores em que começou com mais um, e Lucho, ligado à surpreendente descida do Athletico Paranaense 13 anos depois, também foram citados.

Assim como Bernard e Coutinho, discretos nos regressos ao Galo e ao Vasco da Gama, depois de anunciados com pompa, no item contratações falhadas. O citado Athletico concorre com o Flu como equipa desilusão mas ainda ganhou o estadual local, valha isso o que valer. Já o Ituano, de Itu, cidade dos fenómenos ao jeito da portuguesa Entroncamento, conseguiu a proeza de somar a queda de divisão no Paulistão à descida no Brasileirão da Série B, o que fez do gestor do clube, Juninho Paulista, o pior dirigente de 2024.

Que 2025 comece (mas depois do Carnaval, claro).