BOLA DO DIA O segundo melhor jogador da Liga
Se Gyokeres é, indiscutivelmente, o jogador mais valioso da Liga, o segundo lugar da lista pode ser encontrado no plantel do Benfica, mas porventura não entre os nomes mais óbvios
Quem é o melhor jogador da Liga 2024/25? Se esse fosse o ponto de partida para este texto, então o debate ficaria curto para preencher estas linhas. Até ver a escolha parece consensual, de tal forma que só alguém com seis exibições dignas de Bola de Ouro até final poderá ter pretensão de destronar Viktor Gyokeres, que passou semanas em défice físico e, ainda assim, soma agora 31 golos e sete assistências.
O goleador sueco do Sporting acaba de bisar em prémios de Jogador do Mês do campeonato, ou não tivesse incluído sete tentos marcados e dois passes para golo no recibo de serviços prestados no mês de março. Nenhum outro jogador assume peso tal, pode o debate saltar essa etapa. É como analisar a Liga francesa: nem vale a pena perguntar quem vai ser campeão, discute-se quem virá a seguir na tabela.
Quem é, então, o segundo melhor jogador da Liga? O meu voto vai para Fredrik Aursnes. É legítimo pensar em Di María ou Pavlidis, quiçá até Otamendi, como é igualmente válido voltar ao plantel leonino para louvar a campanha do capitão Hjulmand ou de Trincão, mas Aursnes é a peça-chave na equipa que, na ronda passada, assumiu maioria nas sondagens relativas à luta pelo título.
A exibição do norueguês frente ao FC Porto deixou patente a preponderância que assume na dinâmica do Benfica, capaz de passar a ideia de que joga por dois (ou mais), tal o sacrifício defensivo e a clarividência com a bola nos pés.
Um altruísmo que Roger Schmidt trouxe para a Luz — mérito lhe seja dado —, e que Bruno Lage soube rentabilizar perspicazmente quando substituiu o alemão. O técnico português começou por ver em Aursnes o segurança que Di María precisava, com o tempo percebeu que o norueguês é seguro multirriscos de toda a casa tática do Benfica.
A equipa é melhor com Di María, mas já soube responder a desafios exigentes sem o argentino. Os adeptos estão agora rendidos a Pavlidis, mas já tiveram de ganhar sem golos do grego. Procuram conforto na liderança de Otamendi, mas já olharam para Tomás Araújo como o melhor central. Apesar da riqueza de um plantel que permite dar utilização residual a Prestianni, é de admitir que uma eventual ausência de Aursnes tivesse impacto maior.
As estatísticas não servem de prova, mas tenho para mim que Aursnes tem sido o segundo jogador mais valioso desta Liga. O melhor entre os invisíveis que raramente decidem jogos, mas que são essenciais para ganhar campeonatos.
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