O Mundial de 2022

OPINIÃO24.03.202105:05

O que se deseja, como sempre, é que a Seleção dê bom ‘pontapé de saída’!

O Selecionador Nacional divulgou as escolhas para a campanha do próximo Mundial, no Catar. A partir desse momento, a lista passa a ser de todos nós. No último instante, Fernando Santos teve de alterar a convocatória para substituir Rui Patrício e Pepe, que necessitam de mais tempo para recuperar das lesões, por José Sá e Luís Neto.
Esta quarta-feira, dia 24 de março, em Turim, por causa das condições sanitárias, foi decidido que Portugal inicia esta fase com o Azerbaijão, continuando no dia 27, em Belgrado, contra a Sérvia, e dia 30 jogará na cidade do Luxemburgo, contra a equipa do Grão-Ducado. Fernando Santos escolheu 25 jogadores, entre os quais cinco que integram três clubes nacionais. Começar bem é sempre uma excelente motivação. Muitas felicidades, para mais logo!


A LIGA 

A PÓS esta jornada, faltam disputar 30 pontos: muitos para alguns e poucos para outros. Gil Vicente venceu o Nacional, dando mais um passo importante e os madeirenses continuam na zona de risco. O Paços de Ferreira foi a Moreira de Cónegos vencer folgadamente e reforçar a posição que garante a última vaga europeia.  
O Tondela conseguiu um importante empate em casa do Santa Clara. O FC Porto, no Algarve, venceu o Portimonense num jogo muito disputado, com todo o mérito. O Sporting, em Alvalade, venceu pela margem mínima um Vitória de Guimarães que disputou o jogo com intensidade.
O Rio Ave, desde cedo em vantagem numérica após expulsão do guarda-redes adversário, empatou sem golos com o Belenenses SAD. Marítimo foi goleado em casa por um Famalicão que revela grande mudança com o novo treinador. O Boavista perdeu, no Bessa, com o Farense e não dá indicações para sair da zona de perigo. O Braga entrou equilibrado no jogo com o Benfica, aos 39’ da primeira parte sofreu a expulsão de Fransérgio (por 2 cartões amarelos) que foi decisiva para abrir mais espaços ao adversário, permitindo ao Benfica a vitória com dois golos aos 45’ e 57’.


LENTIDÃO 

Q UANDO surgiu o Tribunal Arbitral do Desporto, ficou uma breve esperança de que tudo seria mais célere, melhor e eficaz. A ideia em si era interessante, embora nunca tenha sido divulgado o modelo de escolha ou sorteio dos juízes.
Com o tempo surgiram decisões certas, outras terão ficado para esquecer. Por exemplo, um caso com aplicação de multa de cerca de 4 mil euros, referentes a eventual arremesso de moedas contra o árbitro assistente (ainda os jogos tinham adeptos nos estádios) num jogo da época de 2017/2018 entre o Portimonense e o Sporting, demorou cerca de quatro épocas! O TAD deu razão ao Sporting no respetivo processo contra a FPF, pela decisão do Conselho de Disciplina. A multa e os custos do processo ficaram a cargo da FPF.
Será que há muitos mais casos assim ou ainda mais complexos por resolver? Mantém-se a angústia de quem esperava decisões céleres com fundamentação precisa e, afinal, mesmo com a mudança dos tempos, não consegue vislumbrar muitas possibilidades para servir, com eficácia, um futebol que se deseja transparente e justo.
A esperança vai cedendo o lugar à confusão e o foco perde-se, passando para argumentos jurídicos muito diversificados: contrariando a aparente simplicidade de controlar a bola, a legislação (ou a interpretação?) em vez de satisfazer as esperanças, trouxe também conflitos sistemáticos e prolongados. A perfeição não existe mas a divergência e lentidão estão em contraciclo com a essência do jogo. O centro passa a ser outro…
 

 


UM ORGULHO

PELÉ felicitou Cristiano Ronaldo por ter ultrapassado o seu recorde de golos em jogos oficiais. CR7 já alcançou 770 golos e vai continuar a ampliar esse limite. Após a eliminação da Juventus perante o FC Porto, não faltaram carpideiras e especialistas de mau agoiro para decidirem que o craque português já era. O astro rei brasileiro afirmou: «Cristiano, a vida é um voo a solo. Cada um faz a sua própria jornada. E que bela jornada tu estás a ter! Eu admiro-te muito, adoro ver-te jogar e isso não é segredo para ninguém. Parabéns por quebrares o meu recorde de golos em jogos oficiais. O meu único lamento é não te poder dar um abraço hoje (…) com muito carinho, como símbolo de uma amizade que já existe há muitos anos».
Na jornada seguinte do campeonato italiano, CR7 marcou três golos na vitória sobre o Cagliari; um salto estratosférico no primeiro golo, com cabeceamento indefensável, o segundo golo de grande penalidade com a bola a ultrapassar os 100 km/h, no terceiro golo em que calou, por muitos anos, os que desconhecem o futebol e o jogador: que golaço! Só o FC Porto conseguiu retirar-lhe espaço e não permitiu a criação de oportunidades. Por isso e para reflexão, recordemos o que Jorge Valdano afirmou, na semana em que o nosso craque festejou o seu aniversário: «Fez 36 anos e como já não joga contra equipas adversárias mas contra as suas balizas, festejou soprando golos. É a sua maneira de dizer não só que está vigente, mas também que está insaciável (…)Tudo (golos, elogios, fama, prémios, dinheiro...) parece-lhe pouco e esse combustível potencia tanto a sua capacidade de superação que se se propuser jogar até que o seu corpo aguente não há que descartar a imortalidade.»
Para todos nós, o prestígio de Cristiano como jogador de futebol é uma das maiores referências do desporto e da portugalidade.


OPORTUNISMO OU DESAFIO? 

O S clubes da Liga belga votaram a favor da fusão com o campeonato holandês para criar BeNe League e fundirem o campeonato belga e holandês num só. Os objetivos revelam ambição para construir equipas fortes e poderosas, com excelentes condições financeiras estáveis.  Para já, os 25 clubes da Liga belga apoiam completamente a criação da BeNeLeague. Quanto aos pormenores (formato de competição, seleção de clubes e ouras questões organizativas) serão esclarecidos no projeto final. Não se trata de assunto original porquanto, nos últimos anos, sempre tem havido reuniões nesse sentido. Essa fusão de uma mesma liga profissional de futebol que envolve dois países levanta questões importantes e pode criar profundas alterações no ranking dos países e respetivas Ligas. Após passado importante, quer o futebol belga quer o holandês perderam protagonismo europeu. Trata-se de uma tentativa para recuperar qualidade e sustentabilidade, mas que pode causar problemas muito complexos.


INSTABILIDADE

O Tottenham, na primeira mão, venceu no seu estádio o Dínamo de Zagreb por 2-0 para a Liga Europa. Na segunda mão, surpreendendo todas as previsões, o Dínamo eliminou a equipa inglesa e venceu por 3-0, na Croácia, após prolongamento. A imprensa britânica criticou a equipa de José Mourinho, que apontou o dedo à falta de atitude dos seus jogadores. Perante o descontentamento dos adeptos, o guarda-redes suplente colocou comentário infeliz nas redes sociais com a frase: «Missão cumprida» e após a reação dos adeptos mais zangados acabou por apagar esse triste mas esclarecedor episódio.
Hugo Lloris, guarda-redes e capitão de equipa do do Tottenham, após eliminação da Liga Europa, comentou: «Estamos mais que desiludidos, foi uma desgraça e toda a gente no balneário se sente responsável por isso (…) No passado, tivemos grandes momentos porque podíamos confiar uns nos outros, atualmente… não sei», desabafou o capitão de equipa que acrescentou: «O treinador foi claro na mensagem: marcar um golo e atacar desde início. Aconteceu tudo ao contrário.»


REMATE FINAL 

Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Portimonense, perguntaram a Sérgio Conceição como iria ser o futuro de alguns jogadores e o mister respondeu: «Eu não me posso contradizer. Para vocês, que já me ouvem há quatro anos, já disse várias vezes que não olho para o contrato dos jogadores, se têm um mês ou 10 anos pela frente, não olho para a situação deles ou numa perspetiva futura. Tenho a garantia de que todos os jogadores que tenho neste momento estarão comigo até ao fim do campeonato, ninguém vai embora. Depois são situações às quais a Direção está atenta e que vai resolver da melhor maneira. Farão o melhor pelo clube, sempre.»