Nuno e Rúben
A diferença entre lançar e apostar; craques noutros tempos; Lineker continua a marcar
1. Nove meses e meio depois de ter vestido pela primeira vez a principal camisola do Sporting, a 12/6/2020, frente ao P. Ferreira, sete dias antes de completar 18 anos, Nuno Mendes estreou-se anteontem na Seleção. A promoção e evolução do lateral-esquerdo é talvez a obra de nível mais elevado de Rúben Amorim no Sporting, sempre pronto a dar oportunidades aos valores da academia, como podem testemunhar também Tiago Tomás, Gonçalo Inácio, Matheus Nunes, Bragança, Quaresma, Joelson ou Essugo. As lágrimas de emoção deste último, selado triunfo sobre o V. Guimarães em jogo de estreia aos 16 anos, num dos momentos mais inesquecíveis da época, mostram como os sonhos de menino cabem numa bola de futebol. «Os jovens que tiverem dúvidas entre clubes têm a porta aberta no Sporting», disse Amorim, palavras que ecoaram do outro lado da Segunda Circular. Sim, porque não é o mesmo simplesmente lançar um jogador ou apostar nele com consistência. O fabuloso Quinito ficará na história por ter lançado Vítor Baía, em setembro de 1988, quando Mlynarczyk e Zé Beto estavam indisponíveis. Mas seria Artur Jorge, apenas a partir de fevereiro de 1989, que apostaria no guarda-redes com regularidade. Amorim percebe bem as diferenças.
2. Se estiver no Catar, Portugal selará a 22.ª presença seguida em grandes provas - antes do Euro-2000, participara apenas nos Mundiais de 66 e 86 e nos Europeus de 84 e 96. Pensar que Oliveira, Humberto, Alves ou Manuel Fernandes - exemplos de craques que vi jogar - nunca estiveram em competições tão importantes e outros da mesma valia só picaram o ponto em 84 e/ou 86…
3. Antigo goleador inglês, Lineker marca agora pontos no Twitter. «Mourinho contrata Evergreen», escreveu, alusão ao porta-contentores que está a bloquear o Canal do Suez. Afinal, é possível ler sobre futebol nas redes socais sem ter de se apertar o nariz.