Muitos parabéns!

OPINIÃO02.03.202305:30

Obra difícil, mas persistente, na seleção feminina de futebol, dá frutos e permitir atingir velocidade de cruzeiro e estatuto respeitado

AO longo de décadas, o futebol feminino foi nascendo com competições organizadas localmente, torneios internos para seleções jovens e atingiu-se a Seleção Nacional. Nesse tempo de alicerces, ninguém pode ser esquecido, porque foram esses e essas treinadores e treinadoras que, com a ajuda dos clubes e das famílias, conseguiram construir palmo a palmo, a base que permitiu uma evolução sustentada e segura. 

A todos os que iniciaram esse movimento, o maior reconhecimento que cada selecionador fez, assim como também os dirigentes associativos e federativos. Foi obra difícil, e persistente, mas acabou por dar frutos e permitir atingir agora a velocidade de cruzeiro e o estatuto respeitado do futebol feminino. 

Nunca esquecer também o trabalho intenso do Selecionador Nuno Cristóvão que trouxe um forte impulso para o tornar uma obra de qualidade e que desbravou muito e complexo caminho, que deu um decisivo impulso ao futebol feminino, juntamente com todos os que souberam colaborar, sem desistir. 

A própria FPF teve de se aperfeiçoar para evoluir e construir um gabinete de futebol feminino com outras dimensões a nível internacional. Vivemos um momento especial: ao fim de décadas, Portugal conseguiu o primeiro apuramento da nossa Seleção, para um Campeonato Mundial de futebol feminino, após vencer a seleção dos Camarões num play-off: aconteceu no dia 22.02.2023 na Nova Zelândia. 

Desse modo, a Seleção Nacional Portuguesa vai participar nesse Mundial conjunto da Austrália e da Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto. Nas pessoas do selecionador nacional, Francisco Neto (Coordenador Metodológico do futebol de formação feminino da Federação Portuguesa de Futebol) e de Mónica Jorge (Diretora da FPF) apresentamos a todas e todos os mais sinceros parabéns por essa excelente vitória e pelo caminho desbravado. 

Atentemos nas palavras do ex-diretor geral da FPF, Tiago Craveiro (24.02.2023): «Leva tempo. Exige ser pensado, escrito e executado sem desvios. Nas mulheres esse ‘livro’ continua a ser escrito, agora com exaltação e lágrimas emocionadas que só o coração é capaz de produzir. Está na hora de lhes responder. Do País inteiro lhes responder…»
 

ENTENDER O FUTEBOL 

VER jogos é sempre uma emoção fantástica: seja ao vivo, seja na televisão, preferencialmente sem som para não ser controlado por alguns ‘comentadores’ que, por vezes, deturpam com inclinação os jogos que querem que todos vejam igual. O futebol tem essa magia de encantamento e de emoções fortes, que  nos fazem sentir noutra dimensão. Ter o prazer de o ver e de sentir que cada segundo traz uma surpresa é um universo único e insubstituível. 

Finalmente, lamenta-se que quem lidera a arbitragem nacional não saia a terreiro a denunciar os erros e a castigar quem ultrapassou as regras: o setor não está a saber acompanhar as exigências do futebol que evolui. O silêncio, nestes casos, não é um bom sinal, mas antes um exemplo triste de parcialidade. 

A APAF deve pensar que desvalorizar erros é preferível a sanções, sem conseguir entender que estão a fazer um mau serviço e ainda pelo facto do atual Presidente do Conselho de Arbitragem da FPF (ex-presidente a APAF) não conseguir perceber o valor dos cargos, da responsabilidade imparcial e justa que não consegue aplicar.
 
A credibilidade do nosso futebol depende da dimensão e justiça de quem a aplica. E sobre a aplicação da justiça pelo respetivo Conselho da FPF é território para reconstruir com alicerces mais sólidos.  Por outro lado, a tecnologia criada para o VAR foi uma decisão inteligente. Porém, essa alteração libertadora e objetiva, tem de ser usada com eficácia e justiça. Quando a tecnologia é interpretada por humanos, o risco do erro é enorme, inclusivamente por afeição clubística. 

No VAR não pode haver interpretações pessoais, mas antes o cumprimento rigoroso do que a tecnologia nos oferece: não há margem para falhar nem para dúvida, apenas cumprir o que o pormenor mostra. Caso contrário, para os mesmos lances, nuns jogos usam um critério e noutros variam a decisão.
 
Fica a dúvida sem isenção e ao sabor da pessoa que vai mais além do que a tecnologia: isso é subversão; portanto ou aperfeiçoam ao limite ou então não se pode aceitar opinião sem fundamento, para todos os jogos serem analisados com o mesmo rigor. Essa dualidade de interpretação e opinião pode tornar-se uma suspeição de corrupção. A tecnologia nunca falha (a não ser que se tenham desperdiçado muitos milhões sem ter tudo pronto) mas as pessoas sim, falham sistematicamente de jogo para jogo. 
 

NÃO VALE TUDO 

PARA reforçar a candidatura conjunta ao Mundial-2030, a Arábia Saudita está disposta a pagar tudo (até novos estádios na Grécia e no Egito), se os parceiros da coligação aceitarem que 75% dos jogos se realizem no seu território. 

A estratégia subjacente, pretende a vitória dessa candidatura e cativar apoios de federações, particularmente africanas, procurando superar os votos de apoio da opção Espanha, Portugal e Ucrânia. Porém, há um obstáculo difícil de vencer: só alterando estatutos da FIFA que permitam um Mundial em países de diferentes confederações. 

Convém não esquecer que também há a concorrência da candidatura da Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile com fortes argumentos, porque a abertura seria no Estádio Monumental (Buenos Aires) e a final no Estádio Centenário de Montevidéu (Uruguai) onde se disputou o primeiro Mundial, em 1930. 
 

Liga nacional 

OBenfica deslocou-se a Vizela e o jogo fica para memória futura. Numa partida equilibrado, as principais figuras não foram os jogadores. Jogo intenso, mas com inclinações e decisões muito ‘infelizes’. Onze do Vizela contra 11 do Benfica, embora duas decisões podem ficar na memória como erros inaceitáveis: o VAR observou mas não aplicou a decisão adequada que a tecnologia comprovou. 

Porquê? Nesse jogo, o resultado teve influência de uma arbitragem a pedir reforma. Lances entendidos ao contrário, nos duelos era quase sempre assinalada falta do clube da casa. Enquanto o resultado não estava assegurado, o jogo teve uma dinâmica, porém após a segurança da vitória encarnada, já as decisões eram adequadas. Ou foi dia para esquecer, ou então a FPF e a Liga Portugal devem encarar frontalmente o que se passou nesse jogo e como ele foi desvirtuado: a Associação dos Árbitros não deveria ficar em silêncio, mas antes corrigir o que está a prejudicar muito o nosso futebol. Há silêncios cúmplices que podem ter efeitos destrutivos. 

O Vizela jogou de igual para igual e ficou a ideia de que isso foi um ‘abuso’ perante o líder do campeonato. Árbitro e VAR tiveram influência no resultado e não estão em campo para isso. As imagens construídas para anestesiar o público, rapidamente se transformam na verdade: nos últimos momentos do jogo, o árbitro mostrou cartão vermelho ao treinador do Benfica, para dar uma ideia de justiça: recordemos que este atirou para a bancada a garrafa de plástico que lhe tinham endereçado, assim como provocou os adeptos vizelenses com os dedos a indicar o resultado: pagar na mesma moeda revela bastante… Nada mais errado.
 
Castigam-se treinadores e dirigentes de outros clubes, por muito menos e, por isso, aguarda-se a sanção adequada a atribuir ao treinador do Benfica (já é a segunda vez, de forma bem visível) pela atitude antidesportiva. Com um futebol como o deste jogo, não ficam dúvidas da urgência em substituir árbitros, antes que possa ser tarde e com consequências graves. Afinal os portugueses merecem mais respeito…Fica a dúvida se com tão elevados investimentos, as vitórias são fundamentais para evitar um colapso financeiro! 

No Dragão, o FC Porto entrou intenso e marcou cedo por Taremi. Com o jogo controlado, o tempo ia correndo e, numa desatenção coletiva, o Gil conseguiu o empate. O árbitro expulsou João Mário, recorrendo ao VAR, mas não assumindo as regras que não permitiam essa decisão. 

Os Dragões, após o enorme esforço recente em Itália, acabaram por acusar cansaço, um número considerável de lesões e ainda por cima, teve de aguentar uma arbitragem muito fraca, como todo o universo do nosso futebol conhece. O Gil Vicente, tranquilo e unido, ainda teve direito a grande penalidade que converteu, ficando a vencer ao intervalo.
 
Com 10 jogadores e o árbitro a fazer o que não controla, a errar sistematicamente, sem condição física para acompanhar o jogo e com muitas limitações técnicas e desportivas (a dúvida é saber qual a razão para continuar a arbitrar ou mesmo como VAR), acabou por expulsar Uribe, reduzindo o FC Porto a nove jogadores em campo. Neste jogo, foram muitas as coincidências e ficaram muitas dúvidas. O campeonato aproxima-se da reta final e tudo o que acontecer de estranho nunca será por acaso. Quando os árbitros e VAR decidem jogos, com impressões ou interpretações, todos sabemos qual vai ser o resultado. 

Contudo, mesmo com todas as dificuldades e erros de arbitragem, luta-se até ao fim, na esperança de que, com rapidez, se mudem essas atitudes e prepotências (que nada mais são do que sinais de incapacidade ou eventual dependência). O Presidente do FC Porto afirmou: «Se o VAR só atua para alguns e para outros não, acabem como o VAR. Não tratamos árbitros por tu.» O problema está no ‘protocolo’ do VAR «seja lá o que isso for…». O Sporting venceu o Estoril e, no dérbi minhoto, o Guimarães venceu o Braga num jogo que terminou com ânimos muito exaltados.
 

REMATE FINAL 

«Perdemos um jogo, não perdemos a guerra, faltam muitas batalhas e continuamos vivos e fortes» afirmou Sérgio Conceição após o jogo. Pepe recebeu os parabéns pelo 40.º aniversário:  «é um orgulho enorme continuar a tê-lo do nosso lado» foi mensagem ouvida em todo o estádio.

Depois da decisão do processo E-toupeira, a SAD leonina num comunicado «mostra-se surpreendida por o Tribunal ter considerado plausível que esse agente desportivo (Paulo Gonçalves/Benfica) apesar de ter sido ‘o elemento preponderante que desencadeou toda a sequência de crimes’, nada tenha informado das suas ações e do resultado das suas diligências ao então presidente (…) nem tão pouco os seus vice-presidentes ou Administração». A justiça deve cumprir-se absolvendo quem não cometeu crime ou então penalizando TODOS os responsáveis.