Jogos Paralímpicos de Tóquio
Primeiro-ministro assumiu o compromisso de equiparar as bolsas e prémios dos atletas Paralímpicos aos Olímpicos. Vamos estar muito atentos!
EXCELENTE cerimónia de abertura, com a presença de atletas e símbolos motivantes. A chama paralímpica viajou desde a cidade inglesa de Stoke Mandeville até ao estádio, transportada por três campeões paralímpicos japoneses, e depois pelas mãos de um médico, uma enfermeira e um protésico, até ao destino final. O nosso primeiro-ministro, apesar de não se deslocar a Tóquio, promete apoio à distância aos atletas Paralímpicos e ambiciona chegar às 100 medalhas (Portugal já conquistou um total de 92). As medalhas, mais do que ambição, ganham-se com condições, muito trabalho, organização e muita competência. A Missão Paralímpica engloba 33 atletas para competir em oito modalidades, de 24 de agosto a 5 de setembro. Afirmou António Costa: «É importante o debate do pós exercício da atividade desportiva e o aproveitamento das capacidades únicas que só o desporto de alto rendimento, só a superação de quem participa nestes Jogos, pode adquirir». Que as palavras se transformem em projetos reais e não virtuais. E que tal começar com o desígnio de atingir os 15 por cento da população portuguesa como atletas federados? Há muitos especialistas que poderão ajudar com estratégias qualificadas e competentes. Precisamos de ação e de investimento, porque exige esforço, dedicação e não palavras que voam célere e desaparecem num vento mais intenso sem memória. O primeiro-ministro assumiu o compromisso de equiparar as bolsas e prémios dos atletas Paralímpicos aos Olímpicos. Vamos estar muito atentos!
Cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos voltou a mostrar Tóquio no seu melhor
‘PLAY-OFFS' — CHAMPIONS
NA Luz, o Benfica recebeu o PSV, na primeira mão, conseguindo uma vitória por 2-1, num jogo intenso, com muita pressão do PSV, durante todo o jogo, que não permitiu ao Benfica a criação de jogadas organizadas, obrigando os encarnados a esperar pela bola em vez de tentar conquistá-la mais à frente. O PSV, mais rápido nas transições, não deu espaços aos adversários e jogou mais veloz e mais tempo no meio-campo do seu ataque. Faltou mais posse e ligação ao Benfica, mas conseguiu vencer, o que é sempre importante. Na segunda mão, nos Países Baixos, em Eindhoven, o resultado foi 0-0. O Benfica passou à fase de grupos da Champions e o PSV para a Liga Europa.
Conference League
NO Paços de Ferreira recebeu a equipa do Tottenham e fez história ao vencer o jogo da primeira mão por 1-0, com golo de Lucas Silva aos 45’. Mesmo não sendo a equipa titular inglesa, o Paços começou com linhas juntas, dando pouco espaço livre e bloqueando possibilidades de desmarcação aos adversários. A segunda mão, em Inglaterra, será muito diferente, mas a equipa portuguesa prestigiou o nosso futebol.
O Santa Clara jogou em casa, contra o Partizan, da Sérvia, e logo aos 4’ Carlos Júnior colocou os açorianos a vencer. No início da segunda parte (49’) Morita faz o 2-0. Aos 54’, o Partizan reduziu num lance de bola parada. Duas vitórias que valorizam o futebol nacional. Na segunda mão ficará decidido quem continua em prova.
‘PLAY-OFFS' — LIGA
AINDA é cedo para se criarem padrões e tendências, mas é bom estar atento e não descurar pormenores que se podem transformar em dificuldades acrescidas. O Arouca sofreu golo do Famalicão, conseguiu dar a volta ao resultado, com uma entrega total, marcando dois golos. O Moreirense e o Braga tiveram um jogo de fortes emoções, com o marcador a alterar-se, o Moreirense a merecer o empate, mas no minuto 95 Ricardo Horta conseguiu a vitória do Braga. O Gil Vicente teve duas partes distintas: boa organização defensiva na primeira e na segunda, falta de ligação e recuo total, enquanto o Benfica não teve espaços no primeiro tempo, mas depois conseguiu via aberta para o segundo tempo, fazendo dois golos nos cinco minutos finais: Gil Vicente, 0-Benfica, 2. O Sporting venceu naturalmente o Belenenses SAD por 2-0 num jogo em que o adversário não conseguiu criar dificuldades ao Sporting. O Tondela revelou dificuldades de ligação e muitas perdas de bola que o Portimonense aproveitou com eficácia e objetividade, vencendo por 3-0. O Marítimo com o FC Porto, até à igualdade a 1 golo aos 45+4’, foi dominado pelos azuis e brancos, que poderiam ter concretizado algumas das muitas oportunidades, porém, na segunda parte, o jogo perdeu qualidade e terminou 1-1; o relvado da Madeira (interditado após o jogo) só agora vai ser renovado e não deveria ter sido utilizado desde o início deste campeonato, pelo risco de lesões e desprestígio para a nossa Liga. O V. Guimarães recebeu o Vizela e depois de uma primeira parte sem golos o Vitória marcou quatro golos sem resposta. O Paços foi surpreendido pela entrada do Estoril, com dinâmica atacante, teve erro individual que permitiu ao Paços abrir o ativo, mas antes do intervalo o Estoril empatou com mérito; no segundo tempo o Estoril, mais objetivo, colocou o marcador em 1-3. O Boavista venceu o Santa Clara por 2-0.
PROBLEMAS NÃO RESOLVIDOS
INICIAR uma nova época com casos por resolver do passado revela a morosidade e falta de eficácia dos órgãos da FPF. Novamente, com Rúben Amorim no centro. O TAD entendeu que o recurso fundamentado pelo treinador foi considerado improcedente. O assunto refere-se a um jogo do Sporting com o FC Porto, na época passada, no qual o Conselho de Disciplina entendeu que as considerações do treinador do Sporting «manchavam a honra da equipa de arbitragem». O clube recorreu com base no conceito de «dualidade de critérios». O TAD quer castigar Rúben, mas o Tribunal Administrativo Central do Sul suspendeu a penalização e adia o problema. Independentemente dos clubes, as questões de uma época deveriam ser obrigatoriamente resolvidas antes de começar um novo campeonato (com as eventuais sanções definidas, o que implica dedicação exclusiva e não acumulação de funções), pois só assim se promove a competência, a transparência e se impedem suspeições.
FUTEBOL NACIONAL E FUTURO
Opresidente da Liga reforçou a urgência de desbloquear apoios às SAD, que têm atravessado um mar revolto e perigoso. Enumerou como áreas essenciais a revisão dos seguros de acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais e a criação de condições fiscais em sede de IVA, IRC e IRS para permitir uma maior capacidade de investimento no futebol profissional, como apoio indispensável aos nossos clubes, manifestando a preferência da dupla tutela do futebol profissional, pelos ministérios da Educação e da Economia, o que será sempre polémico e complexo. Aí discordamos e como sugestão preferíamos a criação do Ministério do Desporto. Para além disso, urge reformular o regime jurídico das sociedades desportivas e intensificar o combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância ou fanatismos. Refletir nas exigências que permitam integrar as competições com garantias financeiras, para evitarem caos e dependências que possam influenciar resultados desportivos. Já tivemos vários exemplos de quedas a pique de clubes que se aventuraram para além do que podiam, com fuga dos causadores e regresso aos campeonatos inferiores, perdendo tradição e história e, algumas vezes, caindo no abismo final.
REMATE FINAL
Prestígio para Portugal. Nuno Espírito Santo, atual treinador do Tottenham, venceu o todo poderoso Manchester City por 1-0, na primeira jornada da Premier League, afirmando: «Fantástico! Foi um grande dia. Os nossos jogadores trabalharam muito, jogaram muito bem, percorreram muitos quilómetros, estiveram muito bem nos equilíbrios, na luta (…) Tem sido bom, tem sido um trabalho árduo. Cada vez trabalhamos mais, implantamos novas dinâmicas. Estamos a conhecer-nos melhor e queremos criar essa energia entre nós, para seguirmos em frente (…) Começamos a defender na frente, então todos têm que estar envolvidos». Sobre a presença dos adeptos nos estádios, NES concluiu: «É incrível. Muda tudo. Há dois ou três meses faltava alguma coisa. Os jogos foram bons mas os adeptos são o que verdadeiramente interessa.»
João Henriques, treinador do Moreirense, após o empate com o Santa Clara, afirmou: «Quero dar os parabéns ao Santa Clara pela campanha europeia que está a fazer. Desejar as maiores felicidades ao Santa Clara, do fundo do coração, até porque também fiz parte desta família que está aqui nos Açores.» Exemplo de desportivismo!