OPINIÃO Joga o Tensgstedt
O próprio Schmidt se queixa de que o Benfica precisa ser mais eficaz
Os últimos 15 minutos e o que se passou no Estádio da Luz depois do final do Benfica-Marselha da 1.ª mão da Liga Europa deixa poucas dúvidas: os adeptos perderam a paciência para as opções do treinador e para o futebol inconsistente da equipa.
O Benfica esteve a ganhar 2-0 e terminou a vencer por 2-1, mas os adeptos assobiaram; não todos, mas demasiados, o que torna mais legítima a questão da continuidade ou não de Schmidt.
Mas essa é uma pergunta para o Benfica e para Rui Costa, o seu presidente, responderem. Assobiar antes do final das épocas sempre me parece um tiro no pé, mas é mais ou menos como quando nas repartições públicas reclamamos com a senhora do balcão na esperança de que o gerente ouça e faça algo.
Agora que já escrevi sem querer insistir na posição de Schmidt, há um ponto de interrogação que me surge mais forte do que outros — o que é que se passa esta época com a gestão dos pontas de lança?
A sério que não entendo.
Vejamos: a SAD vendeu Gonçalo Ramos e comprou Arthur Cabral, mas o que Schmidt parece querer é um clone de Ramos e o titular por 7 jogos seguidos (um golo marcado), entre novembro e dezembro de 2023, foi Tengstedt, que já estava no plantel e realmente é o mais parecido com Ramos, excetuando o pormenor de não marcar tantos golos.
O dinamarquês lesionou-se e abriu a porta a Arthur Cabral, que em janeiro/dezembro fez 9 jogos a titular, marcou 6 golos e fez 3 assistências; mas entretanto chegou Marcos Leonardo, uma oportunidade, um projeto para o futuro.
Passou a haver excesso de atacantes e foi vendido Musa, que tinha 6 golos e 2 assistências na época. Ficaram Cabral, Marcos e Tengstedt.
Schmidt voltou a dar a titularidade ao dinamarquês para os últimos três jogos, contra Sporting, duas vezes, e Marselha. Tensgstedt é determinado, solidário e intenso mas tem falhado em detalhes importantes como aquele em que o ponta de lança do Marselha, Aubameyang, não falhou quando, quinta-feira, se apanhou cara a cara com Trubin.
Até Schmidt se queixa de que o Benfica precisa ser mais eficaz.
Se o treinador queria um clone de Ramos porque é que veio Cabral se já cá estava Tengstedt e é ele a aposta mais forte? E se Marcos é para o futuro e Cabral não tem as características certas porque é que saiu Musa? Eram muitos avançados? O extremo Rollheiser também foi contratado em janeiro para aposta futura como Marcos Leonardo e não joga apesar de estar cá...
Um ainda não terá o que é preciso para a equipa (Cabral), o outro não estará pronto (Marcos), o terceiro parece que tem muito mas não marca golos (Tengstedt) e havia um quarto que só não tinha espaço e foi vendido (Musa).
A sério que não percebo.