Footis ‘by’ Benfica

OPINIÃO08.04.202207:00

Porque é que a SAD pagou ao ‘táxi’ Footis uma comissão? Velhos hábitos nunca morrem

NESTA coluna, em agosto de 2020 e dezembro de 2021, aferi a possibilidade de Rui Costa constituir alternativa quando a ditadura de Vieira encerrasse. Mas com uma condição pela qual todos os benfiquistas ansiavam: romper com um passado de modus operandi duvidosos (e ainda em investigação) em torno da Benfica SAD. Após ter sido eleito, Costa sentiu necessidade de garantir aos sócios que tudo está a ser feito para que tal mudança seja alcançada. Há que ter sensibilidade para lhe dar o tempo que ele pede. Só que, prestes a chegarmos ao fecho para balanço desta época, a estratégia assente na esperança de que as vitórias (que se revelaram intermitentes e desajustadas daquilo que é a história vermelha) atirassem areia suficiente para os olhos de todos é algo do tempo da outra senhora. Até porque, para os mais atentos ou para aqueles que já cá andam há alguns anos, há procedimentos perniciosos que se pensavam extintos desde julho. Ou que o presidente em funções tivesse interesse em banir. Sobretudo numa SAD cujos sócios do clube que a fez nascer rezam para que todas as investigações cessem... ontem! Vem isto a propósito da análise feita aos €19,6 milhões que colocaram a SAD, uma vez mais, no 1.º lugar dos pagamentos de comissões a intermediários entre 1 de abril de 2021 e 31 de março de 2022. Daquele valor, é pública a comunicação à CMVM dos €17,5 milhões pagos por 75% dos direitos de Yaremchuk. Mas, com base no documento emitido pela FPF no final da semana passada para efeitos desta operação, foram assumidas duas comissões a intermediários: Vision Foot do empresário do jogador, Roger Henrotay. E Footis Eood (da Bulgária) pertencente ao empresário português Nuno Jorge Patrão Ramos. Pergunta: se o empresário do jogador declarou publicamente que Rui Pedro Braz assumiu a negociação e fechou a contratação, porque é que a SAD pagou ao táxi Footis uma comissão? Velhos hábitos nunca morrem.