Flash aos árbitros!
Mais uma semana em que o futebol português provou que teima em expurgar as críticas à atuação dos árbitros e suspeitas da sua imparcialidade. O Apito Dourado (justiça comum) e o Apito Final (justiça desportiva) ainda influenciam o subconsciente da visão quanto aos desempenhos semanais dos juízes. Volvidos nove anos da criação de um grupo de trabalho pelo governo de Passos Coelho que não confirmou se a cura reside na profissionalização dos árbitros, parece crime exigir-se uma reação do Conselho de Arbitragem (CA) da FPF ou dos próprios árbitros à sua ação. Atiram-me uma pedra por cada vez que insisto na obrigatoriedade de uma flash interview aos árbitros após os jogos, a par dos jogadores e treinadores que integram o mesmo espetáculo.
No plano comunicacional, porque é que os árbitros não contribuem para a verdade desportiva? Se existe receio de se ouvir as justificações dos árbitros, o CA podia dar o parecer semanal quanto à atuação dos seus nomeados nos termos do artigo 4.º do Regulamento de Arbitragem da Liga de Clubes. O CA que eu conheço irá defender os seus até à morte por se tratar do grupo desportivo mais corporativista no ativo. Este tópico tem sido alvo de debate constante com um amigo que integra o aludido sindicato e que me assevera que os seus congéneres não dispõem de capacidades comunicativas para se justificar e muito menos para responder aos jornalistas pois iriam dizer coisas que nunca deveriam. Gabo-lhe a honestidade e confirmo a sua análise por ter dedicado uma década da minha vida ao Conselho Técnico de uma Associação de Futebol regional que se debruçava, em 99,9% dos casos, sobre protestos contra decisões de arbitragem.
A conclusão é mais simples do que parece: são incompetentes tal como em qualquer outro ramo de atividade. A par de médicos com ataques de pânico no final de um mero jogo, os adeptos também devem ser defendidos do banho de sangue criado pela especulação que origina da falta de esclarecimento.