Fica, Amorim

Sporting quer subir de patamar e vai ter Champions. Só foi campeão sem ela...

O Sporting, como era previsível, fez a festa de campeão. Justamente. Os leões foram, sem dúvida, a melhor equipa do campeonato e, de resto, lideraram-no praticamente de início a fim. A festa chegou, antecipadamente, no domingo, depois da derrota do Benfica em Famalicão. Com isto os leões ganharam duas semanas na preparação da próxima temporada, embora, claro, tenham ainda como objetivo a conquista da Taça de Portugal e da tão desejada dobradinha. Mais do que isso, o Sporting ganhou um… treinador, o tão desejado treinador.

Depois da inoportuna viagem a Inglaterra, Rúben Amorim admitiu publicamente o erro da conversa com o West Ham, mas não garantiu a continuidade em Alvalade. Havia um campeonato para conquistar e o foco, compreensivelmente, tinha de estar aí. Entretanto, o percurso até ao Marquês de Pombal já foi percorrido e foi mesmo no auge da festa dos sportinguistas que o treinador foi sensível aos apelos de jogadores e adeptos. O slogan «Fica, Amorim» foi mesmo um dos momentos da noite e com a relevância de ter sido iniciado por Coates. O indiscutível capitão e a referência do balneário. De tal forma, que Rúben Amorim acabou por responder em pleno palco do Marquês com o desafio do bicampeonato.

Dúvidas desfeitas, há que olhar já para 2024/2025. Uma época, já se percebeu, desafiante para o Sporting, uma época de subida de patamar. Vinte anos depois, os leões não ganharam um campeonato isoladamente, alcançaram-no por duas vezes em quatro anos. No início de século conseguiram dois em três anos e depois enfrentaram um jejum de… 19 anos, só quebrado precisamente por Frederico Varandas e Rúben Amorim. O desafio de presidente e treinador, mais do que o bicampeonato - em rigor, foi tetra - 70 anos depois, é ganhar com regularidade. É uma velha máxima, mais difícil do que chegar ao topo é manter-se no topo.

E é isto que o Sporting está a assumir. Para já, está a começar bem. Mantém a estrutura e agora terá de fazer um esforço, necessariamente grande, para manter a equipa - leia-se as mais-valias; com Gyokeres, claro, à cabeça. Só essa estratégia o poderá levar ao sucesso numa época de maior exigência, dada a participação na Liga dos Campeões. Na temporada do primeiro campeonato nacional da dupla Varandas-Amorim a equipa saiu da UEFA logo em outubro e nesta disputou a Liga Europa. Nas outras duas esteve na Champions. Não pode ser coincidência...