Fresneda: «O nosso objetivo é o bicampeonato e fazer a festa no Jamor»
Espanhol apontou ao bicampeonato e à festa no Jamor. Falou sobre o genial Quenda, o insaciável Gyokeres, a incerteza que teve no mercado de inverno e a confiança de Rui Borges
Iván Fresneda, lateral-direito do Sporting, de 20 anos, foi entrevistado pelo site Flashscore e desfiou o novelo da sua carreira desde que chegou a Alvalade, em 2023.
Na era Ruben Amorim acabou por não ser aposta. Questionado sobre o porquê, o espanhol apontou vários fatores: «Quando chego ao Sporting chego com muita ilusão, muito feliz por assinar com uma equipa assim tão grande. Cheguei sem saber também da pressão que é representar um clube tão grande como o Sporting. Comecei a ter alguns minutos nos treinos, nos jogos, mas com uma espécie de lesão no ombro, com uma dor que me estava a impedir de fazer as coisas bem. Acabava os treinos muito frustrado porque sentia que não me estavam a sair as coisas, não estava a demonstrar o nível que eu sempre tive. Uma coisa levou à outra, também acho que aquele jogo na Liga Europa contra a Atalanta, foi um ponto de inflexão, onde percebi que não estava a dar, o ombro não estava a funcionar.»
«Senti bastantes dores, naquele golo que sofremos eu nem tentei chocar de ombro com o lateral-esquerdo porque não podia. Depois disso foi chegar aos treinos, falar com o médico, tentar encontrar a melhor maneira. Também falei com Ruben Amorim, ele, com os adjuntos e preparadores físicos tentaram ajudar-me nesse aspeto, sempre tentando fazer algum trabalho antes dos treinos, tentando sempre ajudar-me a perder aquele medo que eu tinha com o ombro. Mas acho que acima disso não era apenas uma dor, um medo, acho que também era um problema grave o suficiente para ter de corrigi-lo. Falei com o mister, ele também percebeu que a melhor maneira era ser operado. Depois da operação foram três meses em que eu tentei trabalhar o melhor possível para voltar rapidamente e quando voltei a equipa estava a um nível muito alto. Para mim foi difícil voltar a entrar na equipa», realçou.
Confrontado com a possibilidade de ter deixado o Sporting no mercado de inverno, para o Como, Fresneda não escondeu que ficou inquieto: «É óbvio que não é fácil, sobretudo quando não sabes com o que te vais deparar no futuro, mas também são as coisas mais bonitas no futebol, mudam de um dia para o outro. Sempre tentei trabalhar, sempre tentei fazê-lo bem e no mercado de inverno foi igual. Tentei sempre estar relaxado, a falar com os colegas, a desfrutar. Fiz tudo normal.»
Depois da operação foram três meses em que eu tentei trabalhar o melhor possível para voltar rapidamente e quando voltei a equipa estava a um nível muito alto. Para mim foi difícil voltar a entrar na equipa
Sob o comando técnico de Rui Borges ganhou nova vida no Sporting e realçou que ainda pode melhorar: «Agora estou a melhorar cada vez mais, a confiança também é muito importante e está cada vez mais alta. Daqui para a frente tentar melhorar cada vez mais e acredito que no futuro as pessoas vão ver um Iván Fresneda muito melhor.»
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Rendido à qualidade dos jovens no plantel leonino, Quenda foi alvo dos maiores elogios: «Tenho uma muito boa relação com o Quenda, tenho 20 anos e ele 17. Pela idade também temos essa relação. E fiquei surpreendido, claro. Só tens de ver os treinos, ficar aqui uma semana a ver o que aquele miúdo faz, ficarias maluco. O interesse do Chelsea não surpreende ninguém no clube. No futuro o Quenda vai ser grande. Esta época, na próxima e daqui para a frente. Vai dar muito que falar.»
Gyokeres é uma máquina nos jogos, nos treinos, na vida. É um craque de outro mundo. É um jogador muito completo, é forte fisicamente, rápido, potente, tem remate...
E Gyokeres, claro, também foi tema que veio à baila: «Ele precisa sempre de mais. Precisa sempre de marcar golos, fica frustrado quando não marca [até nos treinos]. É uma máquina nos jogos, nos treinos, na vida. É um craque de outro mundo. É um jogador muito completo, é forte fisicamente, rápido, potente, tem remate, mas não é apenas isso. A qualidade que ele tem, com a altura que tem, forte fisicamente. Tentas encontrar um jogador assim e no futebol atual não vejo muitos como ele, que sejam tão fortes fisicamente e depois tenham qualidade. No último golo que fiz, com o Famalicão, logo no primeiro minuto, a jogada é toda dele. E não é uma jogada só de potência mas também de qualidade, como quando ele faz aquele autopasse para sair do adversário. Tecnicamente também é um privilegiado e creio que é isso que faz a diferença porque tem capacidade física mas também capacidade com os pés para lidar com a bola da melhor maneira.»
Quanto a objetivos para esta época, e olhando para um calendário complicado até ao fim, Fresneda mostrou-se ambicioso: «Estamos quase todos prontos, o St. Juste também já voltou, esta paragem das seleções também nos ajuda a recuperar aquele nível anterior. O Pote também esperamos que esteja em breve. Todos vamos ser importantes mas sim, o plantel do Sporting está perfeitamente preparado. O título da época passada foi algo incrível. Nunca tinha visto tantas pessoas juntas numa cidade. Foi incrível, uma sensação única. Ser campeão pela segunda vez seria ainda melhor. Já estamos a falar de deixar um legado no Sporting com apenas duas épocas cá. Foi o que sempre sonhei desde que cheguei, triunfar.»
E, claro, também aponta à conquista da Taça de Portugal: «Estamos a jogar duas competições, são ambas para ganhar. É o que vamos tentar até ao último minuto e é o nosso objetivo, ganhar o bicampeonato e fazer a festa no Jamor também.»
Internacional sub-18 e sub-19 por Espanha, Fresneda soma 15 internacionalizações e não escondeu que ainda pensa em chegar à La Roja: « Para mim é um objetivo. É a coisa mais linda do mundo representar a tua seleção. Para mim é muito importante e seria um sonho voltar a representar a seleção espanhola. Seria um sonho e acredito que um dia consegui-lo, vou ter essa oportunidade e vou ter de estar preparado. Tento estar cada vez melhor, estar num patamar ainda maior para ter essa oportunidade.»
A terminar a entrevista, Fresneda foi desafiado a uma série de respostas rápidas.
- Melhor equipa da Liga Portugal?
- Sporting Clube de Portugal, claro.
- Melhor jogador da Liga Portugal?
- Neste momento, Viktor Gyokeres.
- Jogador de referência para Fresneda, e porquê.
- Carvajal, que está lesionado neste momento, e Pedro Porro, que jogam na mesma posição que eu.
- Adeptos do Sporting.
- Incríveis.
- Lisboa.
- Uma cidade fantástica. Adoro, adoro. É a minha casa.
- Paella ou bacalhau.
- Muito difícil porque gosto imenso do bacalhau à brás, mas vou ficar com a paella porque é a terra. Encanta-me. Adoro.