Desportivismo

OPINIÃO26.05.202107:00

É preciso colocar o jogo no centro das atenções, sem fanatismos e independentemente da cor das camisolas!

Atodos, o dever de prestigiar o futebol. Aos clubes que se apuraram para as provas europeias, o maior sucesso possível e que tragam mais-valias para a competição; aos que descem de divisão, uma palavra de apoio e rápido regresso. A FPF e a Liga deverão analisar com profundidade a época que se concluiu, identificar os maiores problemas com influência nos resultados, aperfeiçoar cumprimento dos regulamentos sem exceções.
Ao futebol, que a pandemia tanto prejudicou, os desejos que alcance maior qualidade, mais intensidade, mais tempo útil, menos simulações, critérios idênticos para todos e um esforço intenso para uniformizar decisões de arbitragem e VAR. Há lapsos que causaram graves danos ao futebol, criando conflitos e polémicas que geraram violência e que têm de ser travados no imediato. Uma maior transparência para evitar cenários que fomentam polémicas.
Sem fanatismos, melhorar a convivência, independentemente das cores das camisolas, e colocar o jogo no centro das atenções.


JORNADA 34 DA LIGA

NOS derradeiros 90’, muito se tinha a ganhar e tanto a perder! O FC Porto goleou o B-SAD com domínio total. O Gil Vicente perdeu em casa frente ao Boavista que assim se manteve na Liga. O Moreirense goleou o Famalicão. O Nacional deu luta ao Rio Ave que conseguiu vencer, fora de casa, mas não se livrou do play-off. Portimonense e SC Braga empataram sem golos. O Santa Clara goleou o Farense. O Sporting venceu folgadamente o Marítimo. O Tondela foi derrotado em casa pelo Paços de Ferreira. O V. Guimarães perdeu com o Benfica e ficou fora das competições europeias. Subiram à Liga o Estoril Praia e o Vizela.
Desceram para a Liga 2 o Nacional e o Farense e o play-off será disputado, a duas mãos, entre o Rio Ave (Liga) e o Arouca (Liga 2). O FC Porto B manteve-se numa época muito difícil. O Vilafranquense e a Oliveirense desceram da Liga 2 para a Liga 3.
Exige-se um rigoroso balanço para evitar injustiças e resultados com influência das prestações de árbitros. Dever-se-ia publicitar as classificações atribuídas aos árbitros e VAR, numa estratégia de valorização das competições nacionais. Indispensável calendarizar os jogos com sabedoria, para permitir às equipas apuradas para competições europeias terem mais tempo de recuperação para manter ou subir no ranking europeu.
Sporting e FC Porto foram apurados diretamente para a fase de grupos da Champions e o Benfica terá de disputar a 3.ª pré-eliminatória para conseguir avançar na prova. O Braga entra diretamente na fase de grupos da Liga Europa. O Paços de Ferreira jogará a 3.ª pré-eliminatória da Liga Conferência e o Santa Clara começará a competir na segunda eliminatória dessa Liga.
Seis equipas apuradas para as competições europeias é um bom sinal para o nosso futebol.
 

O selecionador nacional, Fernando Santos, revelou os 26 escolhidos para o Europeu

OPÇÕES PARA O EUROPEU

FERNANDO SANTOS, selecionador de Portugal, divulgou os convocados para o Campeonato da Europa. Guarda-redes: Rui Patrício, Anthony Lopes e Rui Silva; Defesas: João Cancelo, Nélson Semedo, José Fonte, Pepe, Rúben Dias, Nuno Mendes, Raphael Guerreiro. Médios: Danilo, Palhinha, Rúben Neves, Bruno Fernandes, João Moutinho, Renato Sanches, Sérgio Oliveira, William Carvalho. Avançados: Pedro Gonçalves, André Silva, Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo, Diogo Jota, Gonçalo Guedes, João Félix e Rafa.
Desta lista constam 11 campeões europeus, mas a equipa é diferente da que foi campeã em 2016. Impossível definir se CR7 jogará o último europeu, pois ele mantém-se indispensável. No Mundial de 2022, lá estará para ajudar Portugal a procurar vencer.
Este ano, em vez de 23 jogadores, a convocatória tornou-se mais extensiva e atinge 26 jogadores (que implica deixar sempre de fora 3). Fernando Santos afirmou: «Parto com a mesma convicção de que somos candidatos a conquistar esta prova.»
Em 2021, a fase final do Euro-2020 realiza-se de 11 de junho a 11 de julho, em 11 cidades de 11 países, e Portugal integra o Grupo F, defrontando a Hungria (15 de junho, em Budapeste), a Alemanha (dia 19, em Munique) e a França (dia 23, em Budapeste). O selecionador convoca e o País concorda e apoia! Só assim seremos mais fortes e reforçamos a confiança dos jogadores escolhidos.


FINAL DA TAÇA

DIA 23, 20h30, Estádio Cidade de Coimbra, SC Braga e Benfica entraram em campo para disputar a Final da Taça de Portugal. Carlos Carvalhal: «Quando o árbitro iniciar o jogo, tudo o que está para trás, o historial dos clubes e da Taça não conta para nada. Contam aqueles 90 minutos, a equipa que estiver mais preparada, com mais equilíbrio emocional, mais focada, vai vencer.»
Jorge Jesus: «Toda a gente espera que seja um jogo com muita qualidade, são duas boas equipas, com o objetivo de fazer golo quando têm bola, com muita criatividade técnica e tática. Dão-nos indicadores de que vai ser um bom jogo. Pena não ter público.»
O jogo começou equilibrado, equipas encaixadas e rápida circulação de bola. O Braga controlava o espaço livre. Num lance rápido, Abel Ruiz isola-se, Helton Leite sai da sua área, toca no avançado que não consegue equilibrar-se: 17’ cartão vermelho para Helton e substituição de Pizzi para entrar Vlachodimos para a baliza.
Esse lance permite divisão de opiniões. O SC Braga com 11 jogadores e o Benfica com 10. O Benfica tentou manter o ritmo mas o Braga foi mais veloz, mais coeso e criou lances de perigo.
Jogo disputado e aos 45+3’ Lucas Piazon, num chapéu a Vlachodimos, fez o 1-0. Segunda parte, o jogo manteve ritmo forte e o Benfica a tentar jogar mais direto e mais forte. Galeno foi um perigo constante para o Benfica. Ambas as equipas fizeram substituições e Ricardo Horta aos 85’ marcou o golo decisivo: 2-0. Jogo com final estragado, com uma expulsão para cada lado, porque Taarabt agrediu Piazon que também foi expulso (sem motivo). Nuno Almeida revelou as suas limitações. Numa final inédita e no 100.º aniversário do clube, o SC Braga conquistou a terceira Taça de Portugal.


URGENTE

APÓS o último jogo na Luz, entre Benfica e Sporting, foram notícia os atos de vandalismo sobre as casas do Benfica em Almada e Torres Vedras, nessa madrugada, deixando em ambos os casos marcas de identificação.
Não basta condenar as ocorrências e pedir responsabilização pelos danos causados. É preciso agir célere e com consequências. É assim que se cria clima de ódio, de medo, de afastamento do futebol que tem sido a principal vítima dessa situação.
Há países que tiveram, no passado, problemas muito graves de violência e, com legislação e medidas concretas, conseguiram resolver o problema, de forma eficaz, permitindo um regresso do fair play, qualidade superior e respeito pelas regras e pelo jogo. Os exércitos clubísticos nas ruas, lançando destruição, foram combatidos com inteligência e autoridade, com resultados duradouros que conseguiram o regresso de famílias aos estádios (antes da pandemia) e que conseguem manter a paixão pelo jogo, pelo talento e pelas jogadas inesquecíveis. Treinadores e dirigentes têm de saber ser exemplares, porquanto as penalizações são muito fortes. No nosso País, além de frases soltas sem prática inerente, falta plano específico, organizado e com respostas agilizadas e eficientes, ou seja, que nos orgulhe a todos!


REMATE FINAL

Jorge Valdano deixou mensagem clara sobre a importância da mística num clube: «Esta semana surgiram no Real Madrid Miguel Gutiérrez e Marvin, canteranos que estiveram à altura. Durante a temporada jogaram às ordens de Raúl, aquele futebolista que parecia o hino do Real a jogar futebol e que hoje transformou a ação numa mensagem clara. Os rapazes (…) receberam conforto, ensinamentos e exigência quando perderam; felicitações, ensinamentos e mais exigência quando ganharam. No espaço de um ano, amadureceram (…) e chegaram à primeira equipa com a grande marca do clube no sangue. Não nos rendemos. Essa a cadeia cultural cujos últimos elos são representados por Zidane e Raúl, que o clube deve procurar não romper». Por isso, cada clube tem de saber construir a sua própria identidade e manter referências perto dos mais jovens. Até no futebol, a história ensina a evoluir.