Demissão
Abandonos ocorrem no momento em que se aceleram esforços para antecipar o processo de centralização dos direitos televisivos das duas ligas
A diretora executiva coordenadora da Liga Portugal demitiu-se, ficando a liderança reduzida ao presidente e dois elementos, por discordância de condições para continuar a liderar projetos, particularmente os estruturais. A sua saída vai implicar um envolvimento maior do presidente nos permanentes conflitos sem a devida proteção, vários projetos e a organização da Final Four da Taça da Liga. Em três meses, trata-se do segundo abandono de funções de duas diretoras executivas, responsáveis por várias áreas, incluindo o Marketing. Estes abandonos ocorrem no momento em que se aceleram esforços para antecipar o processo de centralização dos direitos televisivos das duas ligas profissionais. Com a significativa redução do executivo de Pedro Proença, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, em vez de integrar o futebol na indústria (sonho presidencial) corre o risco de impedir mudanças imprescindíveis, porque a liderança ficou fragilizada. Será que alguém quer ser dono da bola?
HUMANIDADE
A NTES do ídolo, está sempre o ser humano, com as suas alegrias, tristezas e emoções. O avançado belga Lukaku revelou um dos momentos mais difíceis da sua vida, numa entrevista à UEFA. Com mais de uma centena de internacionalizações, recordou momentos que o marcaram e o processo em que teve de se esforçar até atingir o patamar mais elevado. Um deles foi o que se passou com o dinamarquês Eriksen no último Europeu. No Inter conviveu com o dinamarquês, porque os quartos eram próximos e em Itália os jogadores ficam o dia todo no clube. Conviveram bastante, tornaram-se amigos. Lukaku confessou que se comoveu bastante quando ouviu a notícia da queda sem sentidos do Eriksen: «Estava constantemente a pensar nele.» Quando se dirigia para um jogo nesse Europeu, decidiu «jogar para ele durante toda a competição». No percurso para o estádio enviou-lhe uma mensagem e confessou que «ficou feliz por ele ter respondido».
Exemplos destes deveriam ter impacto nos adeptos, para perceberem que o jogo será sempre muito disputado, muito intenso, cada equipa na procura da vitória, mas no final deve ficar sempre como essencial o respeito e a compreensão.
PARTILHA
V ÍTOR FERREIRA (Vitinha), antes de regressar ao FC Porto, esteve emprestado ao Wolverhampton, disputando a Premier League. A participação no campeonato inglês permitiu uma aprendizagem muito competitiva e intensa. O jovem médio afirmou que cresceu muito, com exigência a todos os níveis, considerou o companheiro de equipa, também ele ex-FC Porto, João Moutinho, como «cinco estrelas» e afirmou ter-lhe Moutinho dado «imensos conselhos». De facto, jogadores como Moutinho, para além de grandes jogadores, são fazedores de talento e construtores de genialidade. Por isso, em cada grande equipa tem de haver sempre um grande maestro que, por vezes, parece invisível mas é ele quem define o jogo e muitos dos resultados. O jovem Vitinha está no percurso para essa dimensão, desde que nunca facilite e se empenhe ao máximo. Sabe as suas características, o que tem de aperfeiçoar e como Sérgio Conceição lhe está a acrescentar condições para se tornar um jogador completo.
PROVAS INTERNACIONAIS
SELEÇÃO A
NESTES momentos de jogos entre seleções, os planteis das principais equipas nacionais emagrecem bastante. Portugal, nos jogos da Seleção A, venceu o encontro de preparação com o Catar por 3-0, no Estádio do Algarve, com total superioridade e com estreia de mais três internacionais A: Diogo Costa, Matheus Nunes e Rafael Leão e ainda o primeiro golo de José Fonte na Seleção. No jogo de apuramento para o Mundial com o Luxemburgo, no mesmo estádio, Portugal venceu por 5-0 e com todas as condições para ser o primeiro classificado do grupo. Cristiano, mais três golos para a sua conta. Rui Patrício alcançou a sua 100.ª internacionalização. O recorde de 53 estreias na Seleção A, do tempo de Cândido de Oliveira, também foi ultrapassado por Fernando Santos, ao atingir as 56.
SELEÇÃO SUB-21
N O dia 7 de outubro, no estádio do Vizela, a nossa Seleção jogou com o Liechtenstein e obteve a maior goleada: 11-0. Resultados muito desnivelados servem para quê? No dia 12, Portugal venceu a Islândia, em Reiquiavique, num jogo controlado perante um adversário forte fisicamente e com qualidade de jogo, ocupando o 1.º lugar do Grupo D, na fase de qualificação para o Euro-2023, com 3 jogos e 9 pontos. A nossa seleção tem uma organização de excelência, jogadores de enorme qualidade e praticam um futebol fantástico. O golo português foi obtido por Fábio Vieira aos 55’.
LIGA DAS NAÇÕES
O primeiro jogo da Final Four decorreu em Milão no dia 6 de outubro, entre Itália e Espanha. Jogo controlado pelos espanhóis, com Torres a marcar dois golos (17’ e 45+1’). Posse de bola e circulação eficaz permitiram o domínio da Espanha. Aos 43’ Bonucci foi expulso, permitindo maior domínio a Espanha. A Itália reagiu e Pellegrini conseguiu reduzir, numa transição rápida aos 82’. Ao fim de 37 jogos sem perder, uma derrota afastou a Itália da final da Liga das Nações.
No dia seguinte, em Turim, defrontaram-se a Bélgica e a França. Na primeira parte a Bélgica estava a vencer por 2-0. Na segunda parte, a França acelerou, criou lances de perigo e deu a volta ao resultado: 3-2. No domingo, em Turim, o jogo para o terceiro e quarto lugar foi bem disputado e equilibrado, mas os italianos foram mais eficazes: Itália, 2-Bélgica, 1. A final foi jogada no mesmo dia, em Milão, entre Espanha e França, num jogo intenso, com a Espanha a controlar até perto dos 70’, dois golos num minuto (1-1) e a França a marcar o segundo golo (1-2) aos 80’. A França venceu a segunda edição da Liga das Nações, sucedendo a Portugal.
UNS PUNEM, OUTROS ABSOLVEM
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol aplicou multa ao Sporting com base no comportamento indevido dos adeptos em Arouca: insultos sistemáticos ao árbitro, à Liga, provocações com destino ao clube adversário, utilização de engenhos pirotécnicos, potes de fumo, e flashlights. Recentemente, o Tribunal Arbitral do Desporto anulou sentença do Conselho de Disciplina da FPF ao Sporting e ainda obrigou a FPF a pagar as custas de processo. Será esse o caminho para um futebol inclusivo ou para se alimentarem dúvidas corrosivas na imagem da credibilidade? Claro que a defesa da lei é prioritária, mas com dimensão global, célere e com divulgação pública, para se evitarem convicções de que uns são mais do que outros. Certamente que a maioria dos adeptos leoninos, um clube histórico do nosso país, cumpre as regras em vigor, contudo, convém travar a tempo os que abusam, para impedir um crescimento de situações que abalam os alicerces do desporto. Como exemplo, podemos apresentar as recentes decisões da Liga Francesa de Futebol: até final da temporada, por causa de atos de violência nos estádios, causados pelos adeptos do Lille e do Marselha, em jogos fora de casa, os adeptos desses clubes foram proibidos de estarem presentes nos jogos; também foram aplicadas penas de dois jogos disputados à porta fechada para os clubes Lens e Angers. Há mesmo possibilidade de subtrair pontos: imprescindível aplicar justiça, mas obrigando a cumpri-la!
Em Espanha começou uma nova moda de cânticos insultuosos aos adversários, de forma sistemática, pelos adeptos do Cádiz…
REMATE FINAL
- Pela primeira vez na última década, nos Dragões de Ouro, foram distinguidos como Futebolista do Ano, Sérgio Oliveira, e como Atleta Revelação, Francisco Conceição, ambos formados no FC Porto.
- Eleições no Benfica, com debate inédito em direto televisivo entre os dois candidatos: Rui Costa, lista A, e Francisco Benitez, lista B. Venceu por enorme margem de votos a lista liderada pelo eleito presidente Rui Costa.
- Jurgen Klopp, o treinador do Liverpool, afirmou: «Eu não tomo a vacina só para me proteger, eu tomo a vacina para proteger todas as pessoas ao meu redor. Não entendo por que isso é uma limitação da liberdade (…) Tomei a vacina porque estava preocupado comigo mesmo, mas ainda mais com todos ao meu redor. Se eu ficar infetado e sofrer com isso é culpa minha. Se eu pegar e espalhar para outra pessoa: é culpa minha e não dela.»
- Rui Oliveira conquistou o título europeu de stratch (ciclismo de pista) no Velódromo de Grenchen na Suíça, enriquecendo o seu vasto palmarés.