Credibilização pelo profissionalismo

Credibilização pelo profissionalismo

OPINIÃO14.05.202306:30

Com Pedro Proença, a Liga Portugal deu um salto qualitativo em diversas matérias de enquadramento no futebol profissional

ESTA semana, a Liga Portugal, através do presidente Pedro Proença, foi ouvida na Assembleia da República, na discussão, na especialidade, das alterações ao novo Regime Jurídico das Sociedades Desportivas, depois da aprovação, na generalidade, da proposta de lei.

No encontro, a Liga Portugal, enquanto parte ativa nesta discussão, elencou vários contributos e alertou que a revisão desta lei é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada, determinante para o aumento da transparência e credibilidade da indústria, com a criação de um enquadramento legislativo tão completo quanto possível e que dê respostas aos desafios atuais que torneiam a relação entre os clubes fundadores e os investidores. 

Já assinalámos, neste espaço, a importância da diminuição dos custos de contexto, sob pena de continuarmos a competir num quadro injusto quando comparado com os nossos adversários. Um enquadramento legislativo atualizado, aliado a essas diminuições de custos, proporcionariam um quadro propício ao investimento, que tornaria o futebol português ainda mais atrativo para investidores e consequente melhoria do produto e criação de valor.

Também nesta semana, a Liga Portugal prosseguiu na apresentação, às sociedades desportivas, do Plano Estratégico 2023-2027 e esta exposição ganha ainda mais simbolismo na semana da audição na Assembleia da República.

Um dos pontos mais relevantes do Plano Estratégico é o da credibilização pelo profissionalismo, assente numa maior profissionalização dos agentes desportivos e, entre outros vetores, no aumento da ética e transparência do futebol profissional português, com este a liderar pelo exemplo na adoção de boas práticas e políticas de good governance, com a Liga Portugal a assumir papel central enquanto agente de desenvolvimento, a primeira organização desportiva nacional a adotar uma norma anticorrupção.

Nos próximos quatro anos, o crescimento e a afirmação do futebol, enquanto indústria, passará pela credibilização, por gestões profissionais e rigorosas, suportada por recursos humanos cada vez mais profissionais e qualificados, na erradicação de fenómenos que nada têm a ver com o Desporto, como o match-fixing, e na promoção da sustentabilidade das sociedades desportivas ou o desenvolvimento de mecanismos de agilização de controlo financeiro. O escrutínio a que o futebol está sujeito obriga a exigência máxima.

Na presidência de Pedro Proença, a Liga Portugal deu um salto qualitativo em diversas matérias de enquadramento no futebol profissional, assente na ideia da exigência que acarreta a entrada e permanência no futebol profissional, e de que só assim permanecerá num caminho sustentado de crescimento. Desde um manual de licenciamento maturado e detalhado, e mecanismos de monitorização das sociedades desportivas, algumas delas de natureza salarial.

Propostas de lei, como a da revisão do Regime Jurídico das Sociedades Desportivas, ajudam a um enquadramento mais propício ao investimento, como a criação de instrumentos que promovam confiança, através de mecanismos de monitorização às sociedades desportivas, que assegurem a articulação entre as várias entidades oficiais de validação do investimento.

A proposta de lei prevê a criação de uma organização responsável por esta monitorização de escrutínio, que garanta uma regulamentação mais rigorosa. Mas tal só será possível se essa entidade tiver bases para executar esse controlo. A Liga Portugal, em sede própria, defendeu que essas competências podem ser remetidas para a Comissão de Auditoria, órgão já existente e que congrega, além da Liga, elementos da FPF, ANTF e Sindicato de Jogadores, e que está mais do que capacitada para defender os interesses de todas as partes envolvidas no processo.

Mais do que parecer, importa ser. Só uma indústria credível, de reputação inatacável, a liderar pelo exemplo, pode elevar o produto, defender as competições e uma indústria que, na época passada, gerou mais de 3500 postos de trabalho e contribuiu com mais de 617 milhões de euros para o PIB.