Cooperação institucional

OPINIÃO20.01.202205:55

A equipa é sempre mais importante do que cada um por si. A obra é sempre mais valiosa do que os protagonistas

O futebol tem instituições que o tutelam, em função de objetivos específicos e das competições: Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), também designada como Liga Portugal.
Em função dos objetivos e destinatários, cada competição tem as suas regras e obrigações indispensáveis. Como se trata de uma modalidade coletiva, a primeira condição é trabalhar em conjunto, visando objetivos complementares. Somente uma perspetiva integrada permite responsabilidade partilhada e condições para unir. Em cada uma dessas instituições, existem órgãos específicos. O futebol não profissional, universo exclusivo da FPF, tem objetivos que procuram desenvolver o jogo, aumentar o número de praticantes e contribuir para a sua gestão, aperfeiçoamento e aplicação de regulamentos, criando condições para melhorar a qualidade. O futebol profissional, área específica da LPFP, tem a função de coordenar e dirigir essas competições, procurando torná-las mais qualificadas e prestigiadas. Há órgãos da FPF que decidem sobre áreas das competições profissionais, a vários níveis (arbitragem, disciplina, etc.). Em cada uma das instituições, existe um presidente como principal responsável. Apesar de se tratar de áreas diversas, o futebol deve manter a coerência e a cooperação. O diálogo entre presidentes e direções tem de ser complementar. 
A Seleção Nacional é um exemplo preciso da cooperação que o futebol tem de saber manter com inteligência e exemplo. Sabemos que o regime jurídico das Federações Desportivas deverá ser actualizado periodicamente. Tão importante quanto isso é cada instituição manter uma relação de proximidade e entendimento, um trabalho profícuo no mesmo sentido: promover, qualificar e desenvolver o nosso futebol. Por isso, será muito importante que ambos os presidentes dialoguem pelo futebol e não para o dividir. Há uma ideia generalizada de permanente contradição que tem de ser evitada, para garantir estabilidade e impedir discordâncias que desvalorizam o jogo. A dimensão de cada setor precisa de rumos aprofundados, nunca de questões de poder mas antes do saber: servir o futebol com imparcialidade e diálogos justos. A racionalidade e uma análise exaustiva fomentam a cooperação que o futebol precisa. Começa a ser urgente acertar as contas, com organização eficaz. A equipa é sempre mais importante do que cada um por si. A obra é sempre mais valiosa do que os protagonistas e, para isso, além de aprofundarem a cooperação, deverão manter acordos seguros. 
O exemplo vem de cima! Em vez de o futebol continuar a ser tutelado pelo ministério da Educação, há quem o pretenda colocar no ministério da Indústria. E não seria uma melhor decisão criar o ministério do Desporto? Quer por envolver diversas áreas da nossa vida coletiva quer por poder ser um interlocutor capaz, conhecedor e responsável, por uma área que é determinante para a economia e o desenvolvimento do país. O futebol e o desporto em geral, como todas as áreas da governação, precisam de estabilidade, de competência, de imparcialidade e de justiça, pois só dessa forma conseguimos a responsabilização e a tranquilidade das relações institucionais. Assim ganham todos! 

JUSTIÇA 

Numa sessão da Câmara Municipal do Porto foi aprovada, por unanimidade, a decisão de homenagear o treinador José Maria Pedroto, colocando num espaço nobre da cidade uma referência artística apropriada.
José Maria Pedroto, além de treinador do FC Porto, do Boavista e de outros clubes, foi selecionador nacional, conquistou títulos nacionais e internacionais e tornou-se uma personalidade ímpar na defesa da cidade, dos valores que os portuenses reconhecem, da liberdade, da irreverência, um combatente contra o centralismo, uma figura mítica do FC Porto, tornando-se um símbolo eterno do clube. Desde logo foi sugerida a Alameda do Dragão para colocar esse eventual busto, pois seria local de passagem dos portuenses e, particularmente em dias de jogo no Dragão, um espaço de reforço da memória dos títulos e grandes vitórias (estádios Antas e Dragão), onde residem as bases fundadoras da dupla que tornou o clube uma referência nacional e internacional: o treinador José Maria Pedroto e o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa que, a partir de 1982, revolucionaram o FC Porto. Esse contributo mantém o orgulho da cidade, dos portistas e do nosso futebol. Assim se perpetua quem se distinguiu e conquistou a imortalidade. Nesta cidade, a justiça é património natural.

José Maria Pedroto e Jorge Nuno Pinto da Costa — o resto é história gloriosa do FC Porto


DESTAQUESDA JORNADA

O Marítimo foi a Braga vencer e o Moreirense na Luz empatou a um golo, tendo marcado em primeiro. FC Porto foi ao Jamor, nos minutos iniciais sofreu golo do Belenenses SAD, conseguiu empatar na primeira parte e no segundo tempo marcou mais três golos, num jogo com excessiva dureza da equipa visitada (com a expulsão de jogador da casa por acumulação de amarelos) numa arbitragem menos feliz: para Evanilson mais um hat trick; num estádio remoto e sem grande qualidade, os adeptos portistas foram excelentes e em quantidade que revela o seu apoio constante, e contribuíram para motivar a equipa a superar todas as dificuldades. Ficou a imagem de golo de Taremi mal anulado pelo árbitro que apitou antes de a bola entrar, tornando inviável a análise do VAR. 
O Sporting venceu naturalmente em Vizela, mas o final, lamentável, deveria ter sido evitado: os jogadores nunca podem esquecer que têm de dignificar as cores que representam! Para a Taça de Portugal, parabéns ao Mafra, da Liga 2, pelo justo apuramento para as meias-finais, derrotando o Portimonense, no Algarve, por 4-2. 


ANÁLISE PRESIDENCIAL  

O presidente Pinto da Costa analisou o último mês do ano de 2021. Distinguiu a competência do treinador, a qualidade da equipa e as vitórias claras e merecidas. Considerou os surpreendidos como desatentos. A propósito da previsão das eventuais carpideiras, afinal o mês foi fantástico porque o FC Porto passou para a frente, sem ninguém ao lado. As vitórias falam por si. Quando um treinador de futebol, particularmente em Portugal, vai na quinta época seguida a comandar a equipa, há duas certezas: a qualidade do treinador e o valor da equipa. Nada de novo no clube, pois as vitórias e os títulos são hábitos reconhecidos com mérito, ao longo de várias épocas, prestigiando o futebol nacional no espaço europeu e não só. O FC Porto é um clube mas também uma identidade que resiste a todas as intempéries. Os valores, a cultura, a união, passam de geração em geração, numa dinâmica inclusiva e com memória viva. O presidente reconhece o valor da união que permite superar contrariedades, colocando o clube como prioridade, acompanhando as diversas modalidades, porque se trata de clube que é família, e isso é o mais importante e distinto. Só com muita dedicação e garra, o FC Porto supera os constantes ataques e provocações, transformando dificuldades em vitórias, como herança que se mantém para sempre. O presidente continua a acreditar que, em 2022, em todas as modalidades, conseguirá os sucessos para os quais se trabalha afincadamente, como destino imutável.


REMATE FINAL 

Sobre o lançamento de jovens jogadores por Sérgio Conceição, Carlos Secretário, afirmou à comunicação social: «Podemos falar da estrutura, dos treinadores da formação mas o segredo está na exigência do Sérgio Conceição com estes miúdos. Ele tem sabido retirar o melhor de cada um, estão a tornar-se grandes jogadores e certezas do clube. E vê-los como titulares tão novos não é fácil. Só com muito trabalho puderam merecer essa confiança. Vimos o Vitinha ganhar intensidade com bola e sem bola e o Fábio, fundamental noutros jogos, juntar a qualidade individual à coletiva (…). Há um contexto que nos diz que o Sérgio escolheu o momento certo para os meter a jogar. Fê-lo quando os sentiu preparados, dentro do que é a sua exigência. Há um timing e há um caminho, que requer muito treino e muito trabalho psicológico. A qualidade está lá (…). É um orgulho para o clube e para os sócios. Gostam que os atletas da casa apareçam e singrem. Era assim connosco. Percebe-se que está tudo imbuído do mesmo espírito, até o apanha-bolas ajuda. Essa mística voltou ao FC Porto!» Falou quem sabe!
Antonio Conte, técnico do Tottenham, disse que a porta está sempre aberta para Eriksen, elogiando o ser humano e o futebolista! 

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