‘Acta, non verba’

OPINIÃO07.07.202306:30

R AFA acabou de cumprir a sua sétima temporada ao serviço da Benfica SAD onde aterrou em agosto de 2016 para vencer 3 Ligas, 2 Taças de Portugal e 2 Supertaças. Naquele mês cada vez mais distante, a sua contratação foi tudo menos pacífica, tendo-se originado uma guerra de comunicados entre os agentes do jogador (ainda os mesmos) e a Braga Futebol SAD. Ou seja, à altura, foi público o desacordo quanto ao pagamento da comissão de 10% aos agentes do atleta, António Araújo e a sua Onsoccer, bem como à agente Jussara Correia que se ligava diretamente a Araújo.

Relembre-se que, contrariamente aos dias de hoje, naquele tempo vivenciavam-se os restos mortais da permissão de divisão de direitos económicos por terceiros. E, segundo fez constar o Braga, os agentes de Rafa exigiam, além da comissão de €1,6 milhões, uma verba de 10% por serem detentores desta mesma percentagem nos direitos (económicos) do jogador. O argumento de defesa bracarense residiu no acordo para a transferência do atleta ter-se selado numa conversa telefónica entre Salvador e Vieira no dia 15 de agosto. Ao que os agentes de Rafa responderam prontamente, qual lavar de roupa suja na praça pública, que tinham sido mandatados pelo próprio Braga para intermediar o regresso do 27 a Lisboa. Tudo confuso, o que é habitual entre as lides dos dirigentes desportivos nacionais. Mas o negócio foi feito e não foi barato. Aliás, foi a transferência mais cara interna até David Carmo ter partido da mesma origem para o Porto.

Hoje, a história da renovação de Rafa só difere num aspeto: o facto de não se tratar de uma transferência. É igual em tudo o resto. Aliás, a figura central volta a ser a mesma e nem sequer é Rafa. É, antes, o seu agente, que, há umas semanas, deu a entender que é o Benfica que tem de decidir o futuro de Rafa. Nada mais errado. É o jogador que decide!

É milhões que pretende? Então deve procurar um mercado que lhe permita começar a preparar a aterragem da sua carreira. Disse o agente que o seu cliente quer «ver o seu futuro salvaguardado» e que ele vai conseguir isso através de «um bom contrato que lhe dê garantias para o futuro de vida». Para bom entendedor, meio cifrão basta.