A nossa Seleção
Para já, este novo ciclo trouxe mais atitude, compromisso e eficácia
Ofutebol exige sempre o máximo empenho, humildade, união e lideranças competentes. Quando se consegue uma equipa em que cada um sente que faz parte de uma identidade forte, com objetivos definidos, tudo se transforma num percurso vencedor. No início desta campanha para o Euro-2024, Portugal apresenta uma equipa com renovado modelo e definição precisa das dinâmicas, o que torna tudo mais exigente e eficaz. Todos jogam para todos, assumindo também a responsabilidade individual.
Roberto Martínez disse ao que vinha! Começou bem, numa integração forte, inclusivamente com um sinal importante: cantou o nosso hino nacional. O primeiro jogo desta fase de grupos, colocou frente a frente Portugal, sempre com a ambição de atingir o título e a seleção do Liechtenstein, uma equipa de dimensão mais modesta, acessível.
Portugal teve a ocasião ajustada para aproximar os jogadores, reforçando confiança, perante a ausência de risco do resultado. Portanto, o início funcionou como acerto das movimentações, dos 3 centrais e da largura no ataque. Não houve brilhantismo, mas estabilidade e revelando acertos para aperfeiçoamentos sistemáticos.
O jogo permitiu estreias e uma posse de bola alta, bem como uma circulação paciente e criação de lances de perigo. E se a primeira parte foi lenta, praticamente sem grande necessidade de defender, na segunda parte, os adversários arriscaram mais um pouco, tentando chegar à nossa baliza, mas seguiram-se mais golos nossos, resultantes de entendimentos com qualidade.
Este novo ciclo trouxe mais atitude, compromisso e eficácia. Neste início de mais um Europeu, o selecionador destacou a «qualidade excecional» como jogadores e «a vertente humana». Roberto Martínez, muito interventivo, não esqueceu os jogadores que tiveram de ficar de fora, mantendo sempre a preocupação em ter atletas nas melhores condições, físicas, técnicas e mentais. O momento menos agradável foi a atitude de alguns espectadores que não conseguiram entender o que uma seleção representa e, num péssimo exemplo, em Alvalade, assobiaram o João Mário, por clubismo fanático.
No Luxemburgo, as dificuldades foram um pouco mais exigentes. Mudamos três jogadores na equipa inicial, dois laterais e um central. No início, o Luxemburgo procurou pressionar alto e com intensidade, mas Portugal trocava a bola com segurança. Seguiram-se os golos para a nossa equipa: aos 9’, golo de CR7 após assistência de Nuno Mendes, colocando todos a trabalhar para a equipa, afinal o mais importante de tudo; aos 15’, golo de João Félix com assistência de Bernardo Silva; aos 18’, golo de Bernardo Silva com assistência de Palhinha; aos 31’, golo de CR7, com assistência de Bruno Fernandes, permitindo a Cristiano acumular mais 2 golos, sem obsessão, obtendo o recorde de 122 golos nas seleções em 198 jogos.
Jogo controlado pela equipa nacional. Portugal fechou espaços e avançou pelos corredores, circulando com eficácia e Roberto Martínez aplaudindo e incentivando. No recomeço, o Luxemburgo teve mais bola, foi mais atrevido no ataque, mas Portugal manteve o controlo do jogo. Foram entrando Rúben Neves, Gonçalo Ramos, Otávio, Rafael Leão e Diogo Jota.
Otávio, com assistência de Rafael Leão, marcou o quinto golo, num excelente cabeceamento. Rafael Leão (que anteriormente desperdiçou uma grande penalidade) acabou por marcar o sexto golo numa jogada individual. Grande diferença de valor entre as duas equipas e Portugal solto, criativo e com segurança a defender.
A diferença de valores entre as equipas revelou ainda a entrega ao jogo e o coletivismo da nossa seleção. Martínez acertou no 3x4x3 e valorizou o conceito de «jogador-treinador» pois também facilita a flexibilidade tática. Rúben Neves sintetizou com clareza: «Unidos, confiantes e felizes».
SER PORTO
O apregoado desentendimento anunciado pelos adversários, entre o treinador e o presidente do FC Porto serviu essencialmente para revelar e intensificar a capacidade em querer sempre ir mais além, para vencer muitas vezes.
Quando um campeão desvaloriza a perda de um título, não é um verdadeiro campeão, porque não consegue lutar até ao fim com a mesma crença. Quem está sempre de acordo, não entende que, por vezes, há resultados e diferença de conceitos, que afinal são o essencial dos campeões: querer mais títulos, mais jogadores de excelência, mais trabalho com resultados de qualidade. Contudo, nem sempre, por razões diversas, tem de haver diferenças de opinião, caso contrário o clube perde raça e competência, o que o pode afastar dos objetivos pretendidos.
No universo azul e branco, o foco é o clube e a vontade e desejo de querer sempre mais. O facto de adversários tentarem divulgar ou inventar problemas, acabam por valorizar o que é ‘Ser Porto’. Convém recordar os títulos alcançados nos últimos anos e alguns nesta época, porque exemplos de como se procura crescer sempre mais.
Nunca as opiniões dos outros conseguem interferir na vida dos dragões. Só não discorda quem não tem ideias e vontade de vencer. Há factos que podem explicar essa atenção constante dos adversários: Sérgio Conceição e Pinto da Costa são recordistas de títulos!
Recentemente, Sérgio divulgou o dia em que assinou pela primeira vez pelo FC Porto, há 32 anos. Quando os clubes nacionais entenderem que a rivalidade extremada e violenta é prejudicial, poderão unir-se para promover a qualificação e o prestígio do nosso campeonato, assim como a qualidade da nossa arbitragem, sem regras destrutivas que penalizam todos os clubes, mas com diálogos e resultados profícuos.
MUNDIAL DE CLUBES
FC PORTO e Benfica são sérios candidatos a integrar o novo Mundial de Clubes, cuja primeira edição está prevista para junho e julho de 2025. O prémio monetário é avultado: 28,2 milhões de euros a cada clube, apenas por participar. Com lugar para 32 clubes, integrando todas as confederações, esse mundial, que se realiza de quatro em quatro anos, consagra 12 lugares para a UEFA, sendo que cada país da Europa só pode ter máximo de dois clubes. As águias (atualmente no 10.º lugar) e os Dragões (no 12.º lugar) estão bem posicionados, mas só conseguem entrar na competição se conseguirem manter boas prestações até à próxima temporada. O período da avaliação considerado é de quatro anos, nesta edição entre 2021 e 2024. O Benfica assegurou, pela segunda época consecutiva, a presença nos quartos de final da Liga dos Campeões e o FC Porto conseguiu os quartos em 2020/21, e os oitavos na presente época.
VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS
Éurgente combater a violência nos estádios, porquanto se pode transformar num grave problema social. Há casos em que se ultrapassam todos os limites. Para além dos engenhos pirotécnicos proibidos, mas efetivos, o movimento dos ‘Casuals’ transforma o hooliganismo num perigo de escalada de violência, cada vez mais organizada.
Esse movimento destruidor, não revela ligação a claques, surgindo como grupos sem símbolos clubísticos, para melhor esconder as suas origens, praticando atos muito violentos. Os clubes têm de definir as regras que salvaguardem a segurança de todos, procurando reduzir e mesmo eliminar esses movimentos que pretendem lançar o caos e tornarem-se o centro do mediatismo.
São necessárias estratégias urgentes, antes que se consigam travar situações de perigo efetivo, que prejudica também as competições e que deve ser levado em conta pela gravidade desses movimentos. A Associação Portuguesa de Árbitros (APAF), segundo a Comunicação Social, está a ultimar proposta para apresentar à Liga: a perda de pontos aos clubes que tenham atos de violência nos seus estádios.
«Apelamos a justiça mais célere e pesada. Há margem para alterar moldura penal. Propomos também que o poder político tenha papel mais proativo» afirmou Luciano Gonçalves, no seminário ‘Estádios de Sítio’, organização da PSP que decorreu no Porto. Essa sugestão não tem sentido, porquanto poderia tornar-se em mais uma forma de decidir títulos, sem o mérito alcançado no relvado.
São diversas as propostas e comentários da APAF e do seu presidente que, cada vez mais, se focam em generalidades. A Polícia de Segurança Pública (PSP) defende uma eficaz prevenção dissuasora e o cumprimento do regime de sanções em vigor, com exclusão de adeptos violentos e aplicação célere de sanções, como estratégia para reduzir e combater a violência associada ao Desporto. A Liga Portugal pretende um modelo de bilhética nominativa, porque permite um controlo mais eficaz, mais responsável e melhores acessos. Assim também se pode controlar os adeptos impedidos de entrar em recintos desportivos, com maior eficiência, obrigando a apresentação desses adeptos em permanência numa autoridade policial.
SELEÇÕES NACIONAIS
OS Sub-19, entraram a vencer na Ronda de Elite, batendo a Suécia por 1-0, no estádio do Vizela, em 23 deste mês. Três dias depois, no Estádio Cidade de Barcelos, Portugal venceu a Chéquia por 3-0, conquistando a presença na final do Europeu, que se vai realizar em Malta, no próximo mês de julho.
BARCELONA EM RISCO
O 'Caso Negreira' está a ser investigado e a imprensa espanhola adiantou a possibilidade do Barcelona sofrer sanções pesadas: perda de pontos, despromoção, suspensão das competições internacionais, quer o clube, quer também os administradores que tenham autorizado esses pagamentos, desde que se prove a respetiva responsabilidade. Que sirva de exemplo!
REMATE FINAL
— O selecionador de Portugal afirmou: «Quando olho para o perfil do Bruno Fernandes e do Bernardo Silva é um privilégio ter esses jogadores em campo (…) Se falamos de quem não joga, entramos na dinâmica errada».
— Quando comentadores afirmam que CR7 vale por Eusébio, Figo e Pauleta (numa contabilidade primária, em tempos totalmente diferentes), esquecem que algumas equipas estão a trabalhar para um goleador, enquanto esses jogadores sempre trabalharam para a equipa: o que é diferente.
— Faleceu Gomes Amaro, personagem inesquecível de uma época no relato radiofónico em Portugal, particularmente no programa ‘Quadrante Norte’. Condolências à família.
— Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid: «A chave é a humildade dos veteranos que não têm ego».
— Novos aperfeiçoamentos das Leis de Jogo do futebol entrarão em vigor a partir da época de 2023/2024, entre as quais também a existência de mais do que um AVAR ou Técnico de Imagem, nos jogos que o justifiquem, reforçando o Protocolo de Videoárbitro?!